ATA DA QUINQUAGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 24-06-2015.

 


Aos vinte e quatro dias do mês de junho do ano de dois mil e quinze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida por Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Carlos Casartelli, Delegado Cleiton, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Rodrigo Maroni, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram Alberto Kopittke, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Dinho do Grêmio, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Guilherme Socias Villela, João Bosco Vaz, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Nereu D'Avila, Pablo Mendes Ribeiro, Prof. Alex Fraga, Professor Garcia, Reginaldo Pujol e Séfora Gomes Mota. À MESA, foi encaminhado o Projeto de Lei do Legislativo nº 112/15 (Processo nº 1259/15), de autoria de Cassio Trogildo. Também, foi apregoado o Memorando nº 028/15, de autoria de Márcio Bins Ely, informando, nos termos dos §§ 6º e 7º do artigo 227 do Regimento, sua participação, nos dias vinte e três e vinte e quatro de junho do corrente, em reunião da Confederação Nacional dos Profissionais Liberais, em Brasília – DF. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Jussara Cony, Fernanda Melchionna, Sofia Cavedon, Rodrigo Maroni, Clàudio Janta e João Bosco Vaz. Na ocasião, por solicitação de Fernanda Melchionna e Elizandro Sabino, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma a Dandara Rangel e José Nelson Stefani, respectivamente. Às quinze horas e nove minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Após, foi apregoado Requerimento de autoria de Nereu D’Avila, Líder da Bancada do PDT, solicitando Licença para Tratamento de Saúde para Dr. Thiago no dia vinte e quatro de junho do corrente. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do Executivo nº 014/15 (Processo nº 1395/15), após ser discutido por Carlos Casartelli, Elizandro Sabino, Lourdes Sprenger, Séfora Gomes Mota, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, João Carlos Nedel, Fernanda Melchionna, Alberto Kopittke, Prof. Alex Fraga, Sofia Cavedon, Idenir Cecchim, Waldir Canal, Engº Comassetto, Professor Garcia, Airto Ferronato e Reginaldo Pujol. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 014/15, João Bosco Vaz, Rodrigo Maroni, Paulo Brum e Pablo Mendes Ribeiro cederam seus tempos de discussão a Carlos Casartelli, Jussara Cony, João Carlos Nedel e Professor Garcia, respectivamente. Na ocasião, foram apregoadas as seguintes Emendas ao Projeto de Lei do Executivo nº 014/15: nº 01, assinada por Guilherme Socias Villela, João Carlos Nedel, Mônica Leal e Waldir Canal; nos 02, 04 e 10, assinadas por Clàudio Janta; nº 03, assinada por Mônica Leal; nº 05, assinada por Elizandro Sabino, Idenir Cecchim, Mônica Leal, Nereu D’Avila e Waldir Canal; nº 06, assinada por Fernanda Melchionna e Prof. Alex Fraga; nº 07, assinada por Jussara Cony; nº 08, assinada por Fernanda Melchionna, Jussara Cony e Sofia Cavedon; e nº 09, assinada por Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel e Mônica Leal. A seguir, foram apregoadas as seguintes Subemendas à Mensagem Retificativa aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 014/15: nº 01, assinada por Fernanda Melchionna e Prof. Alex Fraga; nº 02, assinada por Jussara Cony; nº 03, assinada por Cassio Trogildo, Séfora Gomes Mota e Sofia Cavedon; nº 04, assinada por Alberto Kopittke, Engº Comassetto, Marcelo Sgarbossa e Sofia Cavedon; e nº 05, assinada por Fernanda Melchionna, Jussara Cony e Sofia Cavedon. Após, foram aprovados os seguintes Requerimentos, solicitando dispensa do envio de Emendas e Subemendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 014/15 à apreciação de Comissões Permanentes: de autoria de Clàudio Janta, referentes às Emendas nos 02, 04 e 10; de autoria de João Carlos Nedel, referentes às Emenda nos 03 e 09; de autoria de Waldir Canal, referente à Emenda nº 05; de autoria de Fernanda Melchionna, referentes à Emenda nº 06 e à Subemenda nº 01 aposta à Mensagem Retificativa; de autoria de Jussara Cony, referentes às Emendas nos 07 e 08 e às Subemendas nos 02 e 05 apostas à Mensagem Retificativa; de autoria de Cassio Trogildo, referente à Subemenda nº 03 aposta à Mensagem Retificativa; e de autoria de Marcelo Sgarbossa, referente à Subemenda nº 04 aposta à Mensagem Retificativa. Também, foram apregoados e deferidos pelo Presidente os seguintes Requerimentos, solicitando a votação em destaque de Emendas, Subemendas e Mensagem Retificativa apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 014/15: de autoria de Clàudio Janta, referentes às Emendas nos 02, 04 e 10; de autoria de Mônica Leal, referente à Emenda nº 03; de autoria de Waldir Canal, referente à Emenda nº 05; de autoria de Fernanda Melchionna, referentes à Emenda nº 06 e à Subemenda nº 01 aposta à Mensagem Retificativa; de autoria de Jussara Cony, referentes às Emendas nos 07 e 08 e às Subemendas nos 02 e 05 apostas à Mensagem Retificativa; de autoria de João Carlos Nedel, referente à Emenda nº 09; de autoria de Reginaldo Pujol, referente à Mensagem Retificativa; de autoria de Cassio Trogildo, referente à Subemenda nº 03 aposta à Mensagem Retificativa; e de Marcelo Sgarbossa, referente à Subemenda nº 04 aposta à Mensagem Retificativa. Ainda, foram apregoados e deferidos pelo Presidente os seguintes Requerimentos solicitando a retirada de tramitação de Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 014/15: de autoria de Mônica Leal, referente à Emenda nº 01; de autoria de Clàudio Janta, referente à Emenda nº 04; e de autoria de Jussara Cony, referente à Emenda nº 07. A seguir, foi apregoada a Subemenda nº 01, assinada por Cassio Trogildo, à Emenda nº 10 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 014/15, e foi aprovado Requerimento de autoria de Cassio Trogildo, solicitando que essa Subemenda fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Após, foram apregoadas as Emendas nos 11 e 12, assinadas por Delegado Cleiton e Nereu D'Avila, ao Projeto de Lei do Executivo nº 014/15, e foram aprovados Requerimentos de autoria de Delegado Cleiton, solicitando que essas Emendas fossem dispensadas do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Também, foi apregoada a Subemenda nº 06, assinada por Engº Comassetto, Marcelo Sgarbossa e Sofia Cavedon, à Mensagem Retificativa aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 014/15, e foi aprovado Requerimento de autoria de Engº Comassetto e Marcelo Sgarbossa, solicitando que essa Subemenda fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Ainda, foi apregoada a Subemenda nº 07, assinada por Reginaldo Pujol, à Mensagem Retificativa aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 014/15, e foi aprovado Requerimento de autoria de Reginaldo Pujol, solicitando que essa Subemenda fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Após, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo Presidente, solicitando a votação em destaque de proposições apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 014/15: de autoria de Delegado Cleiton, referentes às Emendas nos 11 e 12; de autoria de Cassio Trogildo, referente à Subemenda nº 01 aposta à Emenda nº 10; de autoria de Engº Comassetto e Marcelo Sgarbossa, referente à Subemenda nº 06 aposta à Mensagem Retificativa; e de autoria de Reginaldo Pujol, referente à Subemenda nº 07 aposta à Mensagem Retificativa. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria de Clàudio Janta, deferido pelo Presidente, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 014/15. Também, foi apregoada a Subemenda nº 08, assinada por Jussara Cony, à Mensagem Retificativa aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 014/15, e foi aprovado Requerimento de autoria de Jussara Cony, solicitando que essa Subemenda fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Ainda, foi apregoada a Emenda nº 13, assinada por Dinho do Grêmio e Reginaldo Pujol, ao Projeto de Lei do Executivo nº 014/15, e foi aprovado Requerimento de autoria de Dinho do Grêmio e Reginaldo Pujol, solicitando que essa Emenda fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Após, foi apregoada a Emenda nº 14, assinada por Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Nereu D’Avila, Professor Garcia e Reginaldo Pujol, ao Projeto de Lei do Executivo nº 014/15, e foi aprovado Requerimento de autoria de Clàudio Janta, solicitando que essa Emenda fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Ainda, foram apregoados e deferidos pelo Presidente os seguintes Requerimentos, solicitando a votação em destaque de proposições apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 014/15: de autoria de Jussara Cony, referente à Subemenda nº 08 aposta à Mensagem Retificativa; de autoria de Dinho do Grêmio e Reginaldo Pujol, referente à Emenda nº 13; e de autoria de Clàudio Janta, referente à Emenda nº 14. Foi votada destacadamente e aprovada a Mensagem Retificativa aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 014/15, por vinte e dois votos SIM e sete votos NÃO, após ser encaminhada à votação por Fernanda Melchionna, Sofia Cavedon, Jussara Cony, Alberto Kopittke e Clàudio Janta, em votação nominal solicitada por Professor Garcia, tendo votado Sim Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Carlos Casartelli, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Mario Manfro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Pablo Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Séfora Gomes Mota, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal e votado Não Alberto Kopittke, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon. Em face da aprovação da Mensagem Retificativa aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 014/15, o Presidente declarou prejudicadas as Emendas nos 11 e 12. Os trabalhos foram suspensos das dezoito horas e seis minutos às dezoito horas e cinquenta e seis minutos. Foi votada destacadamente e rejeitada a Subemenda nº 01 à Mensagem Retificativa aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 014/15, por nove votos SIM e vinte votos NÃO, após ser encaminhada à votação por Prof. Alex Fraga, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Sofia Cavedon, Idenir Cecchim e Jussara Cony, em votação nominal solicitada por Engº Comassetto e João Bosco Vaz, tendo votado Sim Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Paulinho Motorista, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon e votado Não Bernardino Vendruscolo, Carlos Casartelli, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Lourdes Sprenger, Mario Manfro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Pablo Mendes Ribeiro, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Foi votada destacadamente e rejeitada a Subemenda nº 02 à Mensagem Retificativa aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 014/15, por oito votos SIM e vinte e um votos NÃO, após ser encaminhada à votação por Jussara Cony, Sofia Cavedon, Prof. Alex Fraga, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim e Clàudio Janta, em votação nominal solicitada por João Bosco Vaz, tendo votado Sim Alberto Kopittke, Clàudio Janta, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon e votado Não Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Carlos Casartelli, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Lourdes Sprenger, Mario Manfro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Pablo Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Séfora Gomes Mota, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Na ocasião, foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, nos termos regimentais. Foi votada destacadamente e aprovada a Subemenda nº 03 à Mensagem Retificativa aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 014/15, por vinte e oito votos SIM, após ser encaminhada à votação por Cassio Trogildo, Prof. Alex Fraga, Sofia Cavedon, Delegado Cleiton, Jussara Cony, Reginaldo Pujol, Engº Comassetto, Séfora Gomes Mota e Professor Garcia, em votação nominal solicitada por Cassio Trogildo, tendo votado Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Carlos Casartelli, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Mônica Leal, Pablo Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Prof. Alex Fraga, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Séfora Gomes Mota, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Foi votada destacadamente e rejeitada a Subemenda nº 04 à Mensagem Retificativa aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 014/15, por sete votos SIM e dezoito votos NÃO, após ser encaminhada à votação por Alberto Kopittke, em votação nominal solicitada por Mônica Leal, tendo votado Sim Alberto Kopittke, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon e votado Não Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Lourdes Sprenger, Mario Manfro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Foi votada destacadamente e rejeitada a Subemenda nº 05 à Mensagem Retificativa aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 014/15, por sete votos SIM e dezoito votos NÃO, após ser encaminhada à votação por Marcelo Sgarbossa e Jussara Cony, em votação nominal solicitada por Cassio Trogildo, tendo votado Sim Alberto Kopittke, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon e votado Não Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Lourdes Sprenger, Mario Manfro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Pablo Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Professor Garcia, Reginaldo Pujol e Tarciso Flecha Negra. Foi aprovado Requerimento verbal formulado por Reginaldo Pujol, solicitando que as Subemendas nos 06, 07 e 08 à Mensagem Retificativa aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 014/15 fossem apreciadas conjuntamente, após ser encaminhado à votação por Clàudio Janta e Cassio Trogildo. Foram votadas destacada e conjuntamente e aprovadas as Subemendas nos 06, 07 e 08 à Mensagem Retificativa aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 014/15, por vinte e sete votos SIM, após serem encaminhadas à votação por Sofia Cavedon, Jussara Cony, Reginaldo Pujol, Engº Comassetto e Fernanda Melchionna, em votação nominal solicitada por Cassio Trogildo e Elizandro Sabino, tendo votado Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Carlos Casartelli, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Pablo Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Prof. Alex Fraga, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Séfora Gomes Mota, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Deixou de ser votada a Emenda nº 03 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 014/15, a qual, após ser encaminhada à votação por Fernanda Melchionna e Alberto Kopittke, teve sua votação suspensa em face do esgotamento do prazo regimental da presente Sessão. Durante a Sessão, Jussara Cony manifestou-se acerca de assuntos diversos. Também, foram registradas as presenças, neste Plenário, de: Glória Crystal, Secretária Adjunta da Livre Orientação Sexual da Secretaria Municipal de Direitos Humanos; Marcel Van Hattem, deputado estadual; e Waleska Vasconcellos, Secretária Adjunta da Mulher da Secretaria Municipal de Direitos Humanos. Às vinte e uma horas e cinquenta e quatro minutos, esgotado o prazo regimental da presente Sessão, o Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para sessão extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos por Paulo Brum e Jussara Cony e secretariados por Delegado Cleiton. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; cumprimento todos os movimentos sociais que estão hoje aqui, dos quais grande parte fez parte do processo democrático de construção do Plano Municipal de Educação através do Congresso de Educação na cidade de Porto Alegre. O sentido da nossa reunião e discussão na tarde de hoje é de fundamental importância. Nós temos o compromisso de aprovar o Plano Municipal de Educação para Porto Alegre, nossa Cidade. A aprovação desse Plano é fundamental não só para Porto Alegre, mas também para o Brasil. Aqui eu me volto de maneira muito especial ao nosso espírito republicano, porque essa é uma política pública. O nosso País ainda possui índices inadequados de analfabetismo, carece de qualidade na aprendizagem. É importante que se diga: mesmo com a quase universalização da educação na etapa da educação fundamental, ainda carregamos a marca de uma significativa distorção na relação entre idade e série, distorção essa que significa reprovação, que configura a não aprendizagem, o que contribui para a evasão escolar ou abandono da escola. Quanto à qualidade de aprendizagem, nós ainda nos encontramos numa posição bem distante das metas pactuadas internacionalmente, estamos distantes dessas metas. O fato é grave, porque o direito à educação com qualidade é um direito humano, é um fator de democracia, de soberania, de desenvolvimento e de justiça social.

É importante registrar aqui, como Líder da oposição – PT, PCdoB e PSOL –, que o Plano Municipal se constitui de metas que se voltam para a aprendizagem, com qualidade e estratégias que organizam o caminho para que sejam alcançadas.

O que faremos nesta tarde entrará para a história da nossa Cidade, do nosso Estado e do nosso País. Existe uma enorme responsabilidade desta Câmara com a votação. O Plano Municipal de Educação que discutimos agora foi construído a partir de um grande debate coletivo, dirigido pela própria SMED, em parceria com o Conselho Municipal. Nesse longo debate, foram muitos os turnos e discussões no V Congresso Municipal de Educação, com variados atores: comunidade escolar, professores, professoras, demais trabalhadores da educação, jovens estudantes, mães, pais, comunidade acadêmica, movimentos sociais, o movimento LGBT, organização da juventude, de mulheres, de negros, de negras e tantas outras. Essas pessoas, instituições e movimentos deixaram muito claro, ao longo do texto do Plano Municipal, a visão republicana do sistema de ensino da educação democrática. A proposta da Prefeitura que chega a esta Casa avança de forma condizente com a proposta de entender a educação enquanto desenvolvimento humano. E é nesse sentido que chama atenção a mensagem retificativa apresentada pelo Governo que muda o que foi pactuado no Congresso de Educação de forma amplamente democrática. Isso tem que ficar claro: a mensagem retificativa muda o que a democracia construiu.

O PCdoB, junto com os partidos de oposição, vem, ao início desta Sessão, manifestar Congresso Municipal de Educação, a sua posição: durante a votação do Plano aqui nesta Casa, nós faremos a defesa intransigente do texto original do Congresso Municipal por compreendê-lo como legítimo. Nós, partidos de oposição, buscamos, de forma articulada com o Simpa, a ATEMPA e com a Liderança do Governo aqui na Câmara, estabelecer um diálogo que garanta o Plano aprovado no Congresso, superando, assim, a retificativa do Plano enviada pela SMED. Isso resultou em dez emendas que estavam no texto original e que foram resgatadas pela oposição, nove emendas que tiveram a sua redação ajustada, mas não mudam o mérito e 14 emendas que foram modificadas. Foi o mínimo, mantendo-se o mais próximo possível do texto original: progressão de prazo, ampliação de recursos humanos, por exemplo; 33 emendas não acordadas por nós que foram subtraídas do texto ou sofreram mudanças significativas, para as quais nós não podíamos dar acordo, porque fere o Congresso.

Esta é uma primeira intervenção que estamos fazendo aqui. Não era o que queríamos, mas foi o que conseguimos. Destaco aqui a meta nº 19 da gestão democrática, que, na mensagem retificativa, agregava à meta o mérito e o desempenho, sem assegurar a eleição de diretores. Também foi positiva a conquista da meta nº 20, do financiamento da educação, com garantia de verba exclusiva. São duas questões que foram um sucesso significativo para Porto Alegre, uma conquista da luta de todos aqueles que atuam na área da educação. Por fim...

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Seu tempo esgotou, Vereadora.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Não, não esgotou ainda...

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Eu segurei o seu tempo!

 

A SRA. JUSSARA CONY: Então, se o senhor me permite, sempre se dá mais um minuto. Eu só quero finalizar.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Mas eu estou dando para a senhora, só avisei; pode concluir.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Por fim, então, registro que o nosso objetivo – da oposição, junto com os movimentos –, na tarde de hoje, será a aprovação integral do texto do Plano Municipal de Educação, construído no Congresso. É por ele e seus desdobramentos que lutaremos nesta tarde histórica.

Trabalhamos em conjunto: três Vereadoras da oposição – esta Vereadora que vos fala, a Ver.ª Sofia Cavedon, pelo PT, e a Ver.ª Fernanda Melchionna, pelo PSOL –, junto com as lideranças da situação, o que permitiu chegarmos a esse termo que eu relatei aqui e que terá desdobramentos depois. É muito importante agradecer a todas as entidades que estiveram conosco no Plano nesse processo, aos nossos assessores, que foram decisivos – Fabiani Pavani, pelo PCdoB; Marcos, pelo PSOL e Guadalupe, pelo PT –, porque são companheiros professores que tiveram papel decisivo. Nós cumpriremos os acordos no sentido daquilo que foi possível de ser acordado, e lutaremos até o fim com emendas desta Casa. Queremos o apoio de todos vocês para que o Plano seja resgatado, porque ele é o que de mais democrático foi construído pela população de Porto Alegre. É isso.

(Não revisado pela oradora.)

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Muito bem, Vereadora. A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Boa tarde a todos e a todas. Eu queria cumprimentar, em nome do PSOL, em meu nome e em nome do Ver. Prof. Alex Fraga, todos os movimentos sociais. Queria cumprimentar os colegas da ATEMPA, do Simpa, das ONGs Juntos e Nuances, da rede Marista, de todos que estão nesse processo de discussão de um congresso construído, aliás, arrancado pela Rede Municipal, como uma das Capitais que construiu um debate democrático para discutir o seu Plano Municipal de Educação, que vai vigorar durante dez anos no Município de Porto Alegre. Durante esse processo, nós recebemos a mensagem retificativa do Governo, e nós vamos fazer o debate tanto dos pontos que, a partir da luta da ATEMPA e do Simpa, voltaram ao texto original do congresso, quanto daqueles de que o Governo abriu mão, atacando a questão de vários temas construídos na Rede, seja a questão das matrículas para quem tem atividades de música, como é o caso do CMET Paulo Freire, que tem representantes aqui, sejam os temas vinculados ao passe livre dos estudantes, ou ao combate à evasão escolar. Nós queremos passar um vídeo a respeito para todos os presentes.

 

(Procede-se à apresentação de vídeo.)

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Eu sei que são imagens chocantes, mas nós queremos, sim, neste momento, dizer como o preconceito é violento e resulta num País onde, a cada 27 horas, um homossexual é assassinado pela sua orientação sexual.

Nós queremos fazer o debate, aqui na tribuna, sobre o fato de que o Brasil é campeão de violência contra a população LGBT. Nós queremos fazer o debate, aqui nesta tribuna, sobre o fato de que o Brasil responde por 50% dos assassinatos de travestis e transexuais, vítimas da intolerância e do preconceito. Nós queremos, sim, fazer o debate na tribuna sobre a escola ter que ensinar tolerância, porque sobre sexualidade não se educa: sexualidade e orientação sexual todos têm. Todos têm! Se se educasse, numa lógica heteronormativa, não existiriam homossexuais, e eles existem; existem nas escolas, existem na Câmara de Vereadores, existem na sociedade, existem nos locais de trabalho, existem nas igrejas. E nós queremos fazer o debate político, sim, sobre aqueles que querem manter esse tema na invisibilidade, o que tem feito e tem gerado essa onda de ódio e essa onda de preconceito; na invisibilidade dos que não conseguem aceitar a diversidade sexual, na invisibilidade de gente que não respeita algo que é essencialmente humano: a liberdade de amar. Nós queremos, sim, fazer o debate! Nós temos lado...

 

(Manifestações nas galerias.)

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Por favor, assegure o meu tempo, Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Senhores da plateia que nos visitam hoje, sejam todos bem-vindos. Nós pedimos que, enquanto houver um Vereador na tribuna, façam silêncio, e que as manifestações ocorram após o pronunciamento do Vereador que está na tribuna, para que nós possamos dar bom andamento ao trabalho. Enquanto o Vereador estiver na tribuna, por favor, mantenham-se em silêncio.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Eu e o Ver. Alex Fraga temos a convicção de que, sim, a escola é o espaço que tem que ensinar a tolerância e o respeito. Nós temos a convicção de que a nossa rede e as nossas parceiras de tantas outras instituições que estão presentes têm a compreensão da parte fundamental que cabe a cada um de nós na formação de uma educação para a diversidade, na educação para uma formação inclusiva, na educação que permita que a gente reverta esses índices de ódio, de intolerância, de preconceito. Infelizmente, não vamos ter tempo para entrar em temas que estão sendo propalados por aí com uma falsidade impressionante, como se a escola pudesse ensinar a sexualidade a alguém. Nós vamos ter tempo para fazer os debates que foram feitos durante a história, como, quando quiseram aprovar o divórcio, por exemplo, e tinha gente que dizia “salve a família”, na década de 1970. Na verdade, o “salve a família” era a forma de oprimir as mulheres, naturalizando os preconceitos, igual ao que fazem hoje com os homossexuais. Mas eu tenho convicção de que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre – a Câmara, que aprovou, quatro anos antes do Brasil inteiro, a abolição da escravidão; a Câmara, que se pronunciou combatendo o Marco Feliciano; a Câmara, que repudiou o Jair Bolsonaro –, sempre conectada com essas bandeiras democráticas, vai dar um basta ao ódio e à intolerância. Essa é a nossa convicção, e é por isso que nós vimos aqui começar esse debate, porque todo mundo tem opinião, e nós não gostamos de falsas polêmicas e de gente que esconde as suas opiniões políticas. Nós defendemos, sim, a família, todas as formas de família! (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Quero cumprimentar, em nome do Partido dos Trabalhadores – Vers. Engº Comassetto, Alberto Kopittke e Marcelo Sgarbossa –, e agradecer por concederem este tempo, que é coletivo, para abrir os debates deste dia tão importante, tão sério, tão complexo, em que não cabe, para nós, briga de torcidas, e sim respeito, construção e avanço nos direitos humanos, no direito à educação, na construção de uma sociedade igualitária. Não cabe, neste debate, falta de escuta, de respeito e, muito menos, imposição, a partir do Estado, de credos religiosos. Respeitamos a religião, cada um tem a sua escolha. A catequese, os credos, as nossas convicções religiosas não fazem parte do Estado laico. O Estado é laico, e a educação é laica, tem que ser libertária, tem que ensinar direitos humanos, tem que ensinar tolerância. Vamos praticar a tolerância também aqui e construir a república do Estado, conforme diz a Constituição brasileira.

Nós vamos avaliar um plano, senhores, em que teremos...

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Vou fazer mais um apelo tanto ao lado direito quanto ao lado esquerdo: enquanto tivermos um Vereador na tribuna, façamos silêncio. Manifestações só após a saída do Vereador da tribuna, para que possamos dar bom andamento aos trabalhos na tarde de hoje. Peço, por favor, a colaboração dos senhores que nos visitam neste dia.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Presidente. Nós estamos falando com vocês aí. A tribuna parece um pouco autoritária, mas é o espaço da representação. Por isso nós defendemos a audiência pública, uma vez que o Plano foi alterado depois de um Congresso soberano, chamado publicamente – é isso que eu quero afirmar aqui – na cidade de Porto Alegre, com pré-conferência no ano passado. A pré-conferência abriu novos prazos para este ano, aconteceram pré-conferências neste ano, no mês de março, e o Congresso acolheu todos que se inscreveram e todas as emendas. Foi um congresso soberano, participativo, democrático. Não tem como compreender que a Secretaria Municipal de Educação, depois de enviar o Plano para cá, resultado desse Congresso, não tem como compreender que a Secretaria e a Prefeitura enviem mais de 50 mudanças para uma decisão soberana da cidadania, amparada na gestão democrática da educação brasileira, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação e na Constituição brasileira, que, no seu art. 1º, fala que a democracia é exercida diretamente e através de seus representantes. Essa é a primeira questão a repudiar e a lamentar, pois as 50 mudanças que o Governo encaminha a esta Casa alteram questões importantes e fundamentais que esta cidade de Porto Alegre construiu na caminhada das Redes de ensino, retiram suprimentos, espaços e suportes à aprendizagem de todos os alunos e de todas as alunas, como laboratório de aprendizagem, professores itinerantes, como o PTE – Programa de Trabalho Educativo, da Educação Especial –, que inclui nossos adolescentes no mundo do trabalho. Como esta Casa tem esse programa aqui, nós recebemos alunos da Educação Especial, e a emenda retificativa da SMED retira a ampliação do PTE. Infelizmente, a SMED também retira importantes conquistas na gestão democrática, no fortalecimento dos Conselhos Escolares, na qualificação dos Conselheiros para o controle das verbas da educação. No caso do Fundeb, contempla a rede conveniada, porque nós votamos nesta Casa a representação da rede conveniada no Conselho do Fundeb. Poderia seguir dizendo: reduzir a idade da Educação Especial, o que conquistamos, em Porto Alegre, com o atendimento aos bebês com deficiência desde a estimulação precoce. Essa criança vai ter mais autonomia ao receber educação e estimulação desde o início de seu atendimento, e a SMED reduz a quatro anos o atendimento da Educação Especial. E pior, reduz o terceiro ciclo, onde nós garantimos o atendimento aos alunos até 21 anos, e a vontade...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: ...Obrigada, Presidente. Eu espero que seja difícil escutar que, lamentavelmente, a cidade de Porto Alegre, que escreveu seu nome no mundo como construtora da democracia direta, da democracia participativa, tem esse tipo de postura do seu Governo, que intercepta as conquistas de uma cidade quanto ao direito à educação, à educação de qualidade, em especial, à educação para os alunos com deficiência.

Nós construímos, esses dias, um acordo que resgata metade do que foi conquistado no Congresso. E a outra metade nós queremos resgatar aqui, no plenário, com o debate soberano dos Vereadores e Vereadoras, com a participação de todos e todas.

Encerro dizendo que nós defendemos, lá no Congresso de Educação, a rede conveniada, em que estão os Maristas, porque são parceiros da educação e de uma educação libertária no Município de Porto Alegre. E, se não tivesse vindo na mensagem retificativa, esta Câmara teria reincluído a rede conveniada. Vamos lutar para que ela possa fazer a inclusão com a qualidade e com os recursos que merece. Uma boa votação, e viva a democracia brasileira!

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Rodrigo Maroni está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RODRIGO MARONI: Boa tarde, Sr. Presidente, Ver. Paulo Brum; demais Vereadores, colegas da Câmara, funcionários da Casa, público que nos assiste em casa, público que hoje lota as galerias para fazer essa discussão; eu comento diariamente que há temas em que a sociedade é tão atrasada que, talvez, só daqui a cinco mil anos, a gente consiga discutir.

Eu queria aqui dialogar principalmente com o público evangélico, o pessoal das igrejas. Quero dizer que muitas das melhores pessoas – e aqui tenho os colegas Elizandro Sabino e Waldir Canal – que eu conheci estão dentro das igrejas evangélicas. Eu não tenho dúvida nenhuma de que a igreja evangélica, assim como as demais, prega o amor, o respeito, tem toda uma identidade familiar, um ambiente de energia positiva e é um lugar muito bacana de se frequentar. Quero confessar a vocês que, no ano passado, por curiosidade e amizade, Ver.ª Jussara, eu fui a três cultos da igreja evangélica – não para pedir voto, até porque eu não era Vereador, estava morando no Litoral – e fui muito bem acolhido. Fui na Bola de Neve, na Batista, conheci os pastores, gente da melhor qualidade. Eu percebi lá uma das coisas mais importantes e exclusivas em que temos que pensar: todos somos diferentes. Cada igreja, dentro da sua amorosidade, do seu carinho, é diferente; cada igreja ali, da sua maneira, tentava dar acolhimento, dar carinho. E eu fui acolhido. Falo isso para dizer, gente, que o debate que será feito hoje à tarde não é um debate que deva ser um contra o outro, porque o que se prega na igreja evangélica é a defesa da liberdade individual no sentido de cada um ser o que quiser ser. Como tu vais ensinar a uma criança que gosta de verde que de verde ela não pode gostar? Como tu vais ensinar a uma criança que nasceu gostando de jogar vôlei que vôlei não é um esporte para ela, não é legítimo? E aí não há como, meus queridos, não debater. E eu digo sobre os animais, dos quais sou um defensor incondicional: cada animal é de uma maneira, vocês veem um cachorro, um gato, cada um tem a sua personalidade, assim como as pessoas. Meus queridos evangélicos, defensores do amor, defensores do respeito: a turma que pensa diferente tem que ter liberdade e não ser criminalizada. Por isso não tenho dúvida nenhuma de que é fundamental... E quero aqui dizer, Casartelli, meu amigo querido, que é um defensor incondicional desta causa, do orgulho que tenho de tu seres meu colega, da tua maneira, com teu gosto, por ser amado pelo teu marido como tu és e por amar o teu marido como tu amas. Parabéns, Ver. Casartelli, que desde criança – tu me confessaste – sabias o que tu eras. Eu quero te dizer que, quando eu era criança, com um pouco mais de cinco anos, fui dançar atrás de um carro com um amiguinho – aos queridos evangélicos eu quero dizer. Eu estava dançando, tinha cinco, seis anos, estava na praia, eu nunca me esqueço, e o pai desse amiguinho, que era o Vinícius, disse para o meu pai: “Tu vais deixar os dois ficarem dançando aqui? Amanhã ou depois, eles estarão namorando”. O meu pai me disse: “Rodrigo, tu vais sempre respeitar a opção sexual de cada um”. E eu não virei homossexual, porque meu pai me permitiu que eu dançasse com meu amiguinho.

Então, respeito a diferença, o amor. Nós temos que debater hoje é pela liberdade sexual, assim como fazem a Marcelly, a Gloria Crystal e a nossa querida Dandara Rangel, que ontem faleceu, pessoas que são referências, que fazem política e pagam com a vida. Gente, o que está se debatendo aqui é que cada um pode ser, porque a gente é diferente individualmente. Eu tenho certeza de que não há um homossexual igual a outro, assim como não há um evangélico igual a outro, e temos que defender o direito de que cada um seja diferente. Dentro da família tradicional, de pai, mãe, filhos, somos diferentes. Eu sou diferente da minha irmã, eu sou diferente do meu pai, e isso tem que estar na escola, Ver. Engº Comassetto, Ver.ª Fernanda: a liberdade de que, se eu gosto de verde, eu posso gostar de verde, isso não é anormalidade, isso não é doença, é simplesmente a liberdade de gostar do que a gente gosta, pela própria natureza. Muito obrigado. Espero que hoje tenhamos um debate um alto nível, porque não tem que haver divisão para o amor, não tem que haver divisão para o respeito nem para a tolerância.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(Manifestações nas galerias.)

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito, em meu nome e em nome dos Vers. Prof. Alex Fraga e João Bosco Vaz, um minuto de silêncio pelo falecimento da Sra. Dandara Rangel, a maior transformista que representava a Alcione, mas que, infelizmente, morreu ontem. Eu peço um minuto de silêncio em homenagem à vida e à luta da Dandara Rangel. Obrigada.

 

O SR. ELIZANDRO SABINO (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo falecimento do Sr. José Nelson Stefani, corretor imóveis reconhecido na cidade de Porto Alegre, homem que deixou um rastro de idoneidade e trabalho em prol da nossa sociedade. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Deferimos os pedidos.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje nós estamos fazendo meio que tarde essa discussão importante para o futuro dos nossos jovens, das nossas crianças da cidade de Porto Alegre. Estamos nos pegando num tema só, que é a questão do gênero, do sexo. Acho que isso não tem que estar na grade curricular, mas temos que preparar – e apresentamos uma emenda nesse sentido – os professores para discutir esse assunto, nós temos que preparar os professores para qualquer questionamento que haja dentro da sala de aula, que haja dentro da escola. Eles têm que estar preparados para discutir isso, já que, muitas vezes, os pais têm transferido a responsabilidade da educação dos seus filhos para as escolas, algo que, constitucionalmente, é dos pais. Muitas vezes isso tem acontecido.

Mas eu quero discutir coisas mais importantes, que eu acho que nós temos que discutir também, isso é importantíssimo. Temos que analisar por que querem tirar a discussão, nesse Plano, sobre as escolas especiais. Dizer que um cadeirante tem que ir para uma escola junto com os demais alunos é válido. Agora, ao dizer que um autista, que um deficiente auditivo, que um deficiente visual tem que ir para uma escola normal, estamos cometendo um crime com esse aluno, com o educador, que tem lá 40, 50 alunos e não vai poder dar atenção necessária para esse aluno que precisa de uma atenção especial. Nós estamos cometendo um crime com as escolas conveniadas. Nós estamos perdendo a oportunidade de incluir, nesse Plano, as escolas de tempo integral. Nós estamos perdendo a oportunidade de incluir, nesse Plano, educação ambiental, educação para o trânsito; estamos perdendo a oportunidade de aprofundar o assunto de direitos humanos, de aprofundar os assuntos do dia a dia da vida dessas crianças. Nós estamos, novamente, transferindo aos educadores a tarefa de educar os filhos, querendo que crianças com quatro anos já estejam nas escolas. Estamos aí punindo os pais, porque o Governo não fornece as escolas e pune os pais. O Governo não abre concurso para professor e joga a responsabilidade nos educadores, nos pais. É o mesmo Governo que dá um prazo de um ano para se discutir o futuro de uma Nação, o mesmo Governo que dá um prazo de dez dias para a Câmara de Vereadores discutir o futuro de uma cidade! Porque é o futuro de uma cidade! Não são dez anos! É o alicerce de uma geração que nós estamos discutindo aqui. Numa tarde, nós vamos discutir o futuro de dez anos de uma geração de crianças que está entrando na escola agora e de crianças que já estão na escola. Ninguém é dono da verdade, nem os Vereadores, nem os grupos que participam desta discussão! Para isso teria que ser feito um plebiscito nesta cidade, assim como se faz para discutir fechamento de parque, transporte e uma série de coisas. Se são 17 as Regiões do OP, isso teria que ter sido discutido, de forma democrática, nas 17 Regiões; não com uma ou duas audiências públicas, mas com 17 nas Regiões do OP. Os educadores vaiam por quê? São os donos da verdade? O pai de um aluno não pode participar? O Congresso, votado, não pode ser alterado? Se vamos cumprir o que foi votado no Congresso... O que vocês estão pedindo? Se é isso o que vocês querem, que eu vote conforme o que foi votado no Congresso Nacional, vocês acabaram de reformular o meu voto!

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Senhores, eu reitero meu pedido, temos um Vereador na tribuna.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Eu acho que ninguém é dono da verdade, muito menos os donos de escolas, a SMED, os Vereadores, os estudantes e os pais. Estão procurando uma forma de melhorar o que está sucateado neste País, que é a educação. A educação, de fato, está sucateada neste País! É isto o que temos que discutir: uma escola de tempo integral, uma educação, de fato, neste País, e não uma educação futurista! Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, público presente nesta Casa para este debate democrático; a primeira coisa que temos que fazer aqui é despolitizar este debate. Vamos despolitizar este debate! Votar favoravelmente não é ser contrário à família, e votar contrariamente não é ser homofóbico, porque a homofobia está em todos os lugares.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Vou repetir: votar favoravelmente não é ser contrário à família, e votar contrariamente não é ser homofóbico, porque a homofobia está presente em todos os lugares! Em todos os lugares! Quando se defende a família, ninguém lembra que milhares de famílias estão desestruturadas, não orientam os seus filhos, não cuidam das suas crianças, e, como disse aqui o Ver. Janta, transferem para os professores a educação dos filhos e dos netos. Hoje, quando cheguei em casa, minha neta de oito anos quis saber o que era gênero, e eu sentei e expliquei. Eu não tenho problema de chegar aqui e votar favorável. Eu não tenho nenhum problema, nada! Agora, façamos uma reflexão: por que o Governo do PT não brigou, em nível federal, para incluir no Plano Nacional de Educação? Por que não brigou?

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Peço silêncio, por favor, senhores, há um Vereador na tribuna. Vamos ouvi-lo, e, após a sua manifestação, vocês se manifestem.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Então, eu vim para cá com a intenção de votar favoravelmente. Eu não tenho preconceito. Agora, as pessoas que estão rindo aí... Célio, faz o favor de dizer a elas quem é o Ver. João Bosco Vaz, diz aí, que criou os jogos gays de Porto Alegre, junto com o Grupo Nuances, que foi o maior sucesso desta Cidade, que nunca ninguém teve a coragem de criar! Nunca ninguém teve a coragem de criar! Então, eu venho aqui com a cara limpa para discutir um assunto que interessa – e muito – à sociedade que seja debatido. Esta Casa, por exemplo, já aprovou vários projetos para incluir no currículo das escolas, por exemplo, os sinais de trânsito – é lei, mas nunca foram incluídos.

Esta Casa já aprovou um projeto, que é lei, para incluir no currículo escolar os sinais de libras. Recentemente, esta Casa aprovou um projeto para incluir no currículo um estudo do holocausto. Nunca foi incluído. Então, é preciso, sim, debater. Eu venho aqui dizer e vou repetir, Ver. Cecchim: votar favoravelmente não é ser contrário à família, e votar contrário não é ser homofóbico, porque a homofobia está presente em todos os lugares. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum – às 15h09min): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O Ver. Dr. Thiago solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia 24 de junho de 2015.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 1395/15 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 014/15, que institui o Plano Municipal de Educação (PME) e dá outras providências. Com Mensagem Retificativa.

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CEFOR, CUTHAB, CECE e CEDECONDH. Relator-Geral Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto e da Mensagem Retificativa.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 22-06-15.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em discussão o PLE nº 014/15. (Pausa.) O Ver. Carlos Casartelli está com a palavra para discutir o PLE nº 014/15.

 

O SR. CARLOS CASARTELLI: Sr. Presidente; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; público que nos assiste. Eu não costumo ler o que pretendo falar, mas hoje, até para conseguir expressar melhor e com medo até de não conseguir chegar ao término, eu resolvi trazer por escrito.

Primeiro, eu quero dizer – as pessoas que me conhecem sabem – que eu não sou ativista, eu nunca utilizei a homossexualidade como bandeira, mas isso aqui é fruto do que eu realmente acredito, penso e não poderia deixar de manifestar aqui hoje. Quero dizer que é com tristeza, com preocupação que eu vejo, aqui nas galerias, essa divisão entre pessoas que pensam diferente. Isso já é algo que me preocupa e que me deixa extremamente triste. É com profunda tristeza e preocupação que eu percebo o obscurantismo e o preconceito ganhando espaço na nossa sociedade, inclusive nos nossos Legislativos. Não permitir que se discuta a questão de gênero nas escolas, não permitir que sejam fornecidas as ferramentas de orientação para os professores e professoras, para que esses entendam e saibam lidar com essa questão, é algo que me lembra da Idade Média, quando a Igreja, por exemplo...

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Por favor, eu já pedi três vezes, é uma questão de educação! Nós estamos falando de educação: enquanto o Vereador estiver na tribuna, vamos ouvi-lo. Após a manifestação do Vereador, aí, sim, vocês façam a manifestação da plateia. Por favor, Vereador.

 

O SR. CARLOS CASARTELLI: Acho que todos nós ganhamos e aprendemos ouvindo uns aos outros, mesmo que seja diferente daquilo que nós pensamos.

Então, essa atitude me lembra da Idade Média, assim como eu estava dizendo, quando a Igreja, por exemplo, negava os avanços da astronomia e proibia o seu estudo. Crianças e adolescentes que fogem ao padrão heterossexual, quer queiram ou não, estão nas nossas escolas sendo vítimas de discriminação e preconceito. O que restará a essas crianças, que, muitas vezes, por ignorância, não são aceitas sequer nas suas famílias? Onde obterão informação e apoio adequado? Quem as protegerá do preconceito? Como elas entenderão sua própria condição? Pergunto: quem será culpado pela incidência crescente de suicídio, ou tentativa de suicídio, entre adolescentes homossexuais? Teriam esses recebido algum apoio ou orientação adequada antes de chegarem a esse ponto? Ou será mais fácil para nós, para a sociedade, para os nossos legisladores, fazermos como o avestruz, que se esconde diante de uma realidade que existe. Eu gostaria que todos pensassem nisso. Eu vou ler aqui um texto que não é meu, é de um sobrinho meu, não de sangue, mas é assim que o considero e porque ele me considera como tio. Eu pedi a ele para utilizar o texto que ele colocou no seu facebook. Eu mesmo, muitas vezes, pensava que ele estava se expondo demais, mas estas eram as suas palavras que ele colocou facebook para explicar por que ele age da forma como age quando se manifesta. Ele escreveu o seguinte: “Sabe, outro dia vieram me falar: ‘Como você está revoltado, blá-blá-blá...’ Óbvio que quem me disse isso foi um heterossexual. Não que eu me ache diferente dele, mas nossa história é muito diferente. Enquanto ele teve um ensino médio como qualquer pessoa, eu tive um ensino infernal, em que não podia atravessar um corredor sem que zoassem com a minha cara. Era diário. Era constante. Eu ia para o colégio, e a única certeza que tinha é que, em algum momento, alguém me chamaria de veado. Isso era nos corredores, era no saguão, na educação física, era dentro da sala de aula. Essa era a minha realidade todos os dias. Quando eu entrava de férias, era como se saísse um peso das minhas costas, porque eu me sentia um estranho no meio das pessoas. Porque eu me sentia o mais podre de todos, e não tinha como eu revidar, pois era praticamente todo o colégio. E meus amigos mais íntimos sabem disso. Nessa época pensei em se suicidar. Eu cheguei a tentar. Claro que, imaturo, por sorte eu não sabia como se cortava o pulso direito. E por mais que eu tenha a marca até hoje, não foi profundo e nem precisou de pontos. Então eu me sentia um merda! Nem me matar eu conseguia. Minha autoestima era tão baixa que eu sempre me achava o pior em tudo, porque as pessoas faziam eu me sentir assim.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Carlos Casartelli prossegue a sua manifestação, a partir deste momento, por cedência do Ver. João Bosco Vaz.

 

O SR. CARLOS CASARTELLI: Certa vez, quando levei uns álbuns de fotos para mostrar para algumas amigas, falei: “Essas eram minhas madrinhas: tia Marisa e tia Maria, mas já morreram”. E escutei: “Morreram de desgosto por ter um afilhado veado.” Nem a minha mãe era poupada, porque gritavam para ela quando ia pegar minhas notas: “Mãe do gay”. Ninguém, a menos que tenha passado por isso, tem a noção do que é sofrer isso. Ninguém tem a noção do que é ser humilhado diariamente, das pessoas te verem chorar e seguirem te humilhando porque acham que é certo.

Mas um ano eu me formei, fui para faculdade, como estava mais velho, já não era tanto, mas seguia tendo situações constrangedoras, mesmo na faculdade. Depois que me assumi, realmente, achei que o mundo estava melhorando para nós. Achei que a tolerância estava crescendo, que o preconceito era raro. Enganei-me completamente, segue como era há anos: insultos diários, humilhações, pessoas falando de sua família, te chamando de lixo, e tudo de graça, por ódio apenas. Só que, agora, me dou o luxo de me indignar. Não vou chorar, já chorei muito por anos e anos. Eu vou me revoltar, sim, vou mostrar o quanto se machuca diariamente, se for preciso. De repente, existe um Léo que está entre os meus seguidores, sentido exatamente o que eu sentia, que pensa em se matar, que está quase estourando. Ele precisa saber que não está sozinho.

Eu tive os melhores amigos - mesmo que poucos – que me apoiavam na época, e minha família, é claro. Mas não tinha referencias gays, conhecia mais quatro que passavam pelo mesmo que eu. Hoje, eu tenho de me posicionar, eu preciso, porque não existe maneira de não somatizar esse ódio. Você começa bem e, uma hora, absorve e acumula; se eu não descarregar, isso vai ficar aqui. Preciso pôr pra fora para que as pessoas saibam o que eu sinto e senti. Se alguém se sentir ofendido ou achar que lá vem o Léo com isso de novo, eu entendo perfeitamente, é só deixar de me seguir, mas enquanto for necessário, vou seguir fazendo resistência, senão, não seria eu. Para o armário, eu não volto nunca mais.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Por favor, o Vereador ainda se encontra na tribuna. Eu peço silêncio, para que o Vereador possa se manifestar.

 

O SR. CARLOS CASARTELLI: Eu não passei pelo o que o meu sobrinho Léo passou, mas eu fiz questão de trazer o depoimento dele e me expressar na tribuna, pelos léos, pelos carlos, pelos fernandos, pelos eduardos, pelas marias, pelas joanas, que passam por isso diariamente desde a sua infância. E quero pedir que tenhamos a compreensão de que não adianta esconder, porque, se nós somos homossexuais ou heterossexuais... e dizem que, se Deus te dá um corpo de homem, era para ser homem, e, se Deus nos deu um corpo de mulher, era para exercer o papel de mulher, pode estar correto parcialmente, porque quem nós dá o corpo de homem, quem nos dá o corpo de mulher pode ser o Criador, mas quem nos dá o nosso cérebro, a nossa mente e os nossos sentimentos também é o Criador, portanto não se justifica tudo por uma questão de gênero da maneira como se nasce, mas sim pelo que se é.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Queremos registrar a presença da Secretária Adjunta da Educação, Gloria Crystal. A nossa Diretoria de Comunicação Social informa aos Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras e à plateia que a TVCâmara está transmitindo ao vivo, num acordo com a Assembleia Legislativa, para que pudéssemos transmitir o que está acontecendo hoje na Casa, da votação do Plano Municipal de Educação.

O Ver. Elizandro Sabino está com a palavra para discutir o PLE nº 014/15.

 

O SR. ELIZANDRO SABINO: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Paulo Brum; senhores e senhoras que nos assistem através da TVCâmara, público que está aqui nas galerias trazendo o debate democrático a respeito deste tema tão importante. O Ver. Casartelli, que me antecedeu, e eu dividimos a Bancada do mesmo Partido – o PTB – e, desde o momento em que, juntos, como Vereadores, temos trabalhado, aprendemos a lidar exatamente com o que foi o discurso do Ver. Casartelli aqui: com respeito – não é verdade? – e entendendo as nossas realidades e diferenças.

O Plano Municipal de Educação é bom e nós temos muito o que discutir nesta tarde e, certamente, como ontem, na Assembleia, entraremos a noite. Porém, há pontos de controvérsia que podem muito bem ser debatidos com absoluta maturidade.

A carta política e fundante, no seu art. 3º, inc. IV, apresenta que são objetivos fundamentais da República promover o bem de todos sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Em primeiro lugar, destaco que eu sou contrário a todo e qualquer tipo de discriminação e preconceito. Aliás, nessa mesma esteira, o Plano Nacional de Educação foi submetido ao Congresso Nacional, e as duas casas legislativas retiraram todos os dispositivos relativos a gênero e mantiveram a erradicação de todas as formas de discriminação. O Plano Estadual, ontem, na Assembleia, na mesma linha, suprimiu o ensino do conceito de identidade de gênero. A preocupação é legítima, no que diz respeito aos excessos da identidade de gênero também no Plano Municipal. A palavra gênero aparece 25 vezes no Plano Municipal. A meta 23, na sua estratégia 23.9, diz: objetivo, foco do Plano Municipal é desconstruir o paradigma de normalidade, ou seja, destruir o que é o paradigma, o exemplo, o modelo, algo a ser seguido, é destruir o modelo da normalidade que é a família. Eu cito o escrito por Puggina, que fala, na sua ciência e sabedoria: “O objetivo da ideologia de gênero é o igualitarismo, e a diferença é o inimigo a ser atacado mediante a desconstrução”. A ideologia de gênero afirma que ninguém nasce homem ou mulher, vocês concordam, mas devem construir a sua própria identidade. A ideologia de gênero, isto é, o seu gênero, nasce ao longo da vida, o objetivo é desconstruir o termo masculino e feminino, com a devida vênia, com o respeito que atribuo aos senhores, e com certeza recebo, o direito à orientação sexual é da família, é em casa, e é com os pais. A escola é local de aprendizagem do conteúdo universal, a escola é o local da construção da civilidade, a escola é o local da colaboração e promoção da cidadania.

 

(Manifestações nas galerias.)

O SR. ELIZANDRO SABINO: Uma coisa é sermos contra a discriminação e o preconceito, outra é defender a ideologia de gênero e tornar ela conteúdo obrigatório da rede de ensino. Há uma grande diferença. Eu, que fui Conselheiro Tutelar nesta Cidade por seis anos, quantas vezes preconizamos, ao longo dos 25 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente o que está elencado no seu art. 3º do ECA, que as nossas crianças e adolescentes são sujeitos de direito e estão sob a égide, sob a proteção da doutrina de proteção integral. A nossa missão é defender nossas crianças, conforme preconiza a doutrina da proteção integral. Não cabe à escola definir a orientação sexual das crianças! Não cabe ao Estado imiscuir-se no papel da família! Nós estamos em uma democracia representativa e o Estado de Direito, e esta Casa Legislativa representa os porto-alegrenses e é contra a ideologia de gênero. É dever da família colocar os seus filhos, educá-los, e não do Estado! Viva a família brasileira!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Registramos a presença na Mesa da Secretária Adjunta da Livre Orientação Sexual da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, Glória Crystal.

Apregoo a Emenda nº 01, de autoria da Ver.ª Mônica Leal, ao PLE nº 014/15.

Apregoo a Emenda nº 02, de autoria do Ver. Clàudio Janta, ao PLE nº 014/15.

Apregoo a Emenda nº 03, de autoria da Ver.ª Mônica Leal, ao PLE nº 014/15

Apregoo a Emenda nº 04, de autoria do Ver. Clàudio Janta, ao PLE nº 014/15

Apregoo a Emenda nº 05, de autoria do Ver. Waldir Canal, ao PLE nº 014/15.

Apregoo a Emenda nº 06, de autoria da Ver.ª Fernanda Melchionna, ao PLE nº 014/15.

Apregoo a Emenda nº 07, de autoria da Ver.ª Jussara Cony, ao PLE nº 014/15.

Apregoo a Emenda nº 08, de autoria da Ver.ª Fernanda Melchionna       e da Ver.ª Jussara Cony, ao PLE nº 014/15.

Apregoo a Emenda nº 09, de autoria da Ver.ª Mônica Leal, ao PLE nº 014/15.

Apregoo a Emenda nº 10, de autoria do Ver. Clàudio Janta, ao PLE nº 014/15,

Apregoo a Subemenda nº 01, de autoria Ver.ª Fernanda Melchionna, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

Apregoo a Subemenda nº 02, de autoria Ver.ª Jussara Cony, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

Apregoo a Subemenda nº 03, de autoria do Ver. Cassio Trogildo, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

Apregoo a Subemenda nº 04, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, do Ver. Engº Comassetto e do Ver. Marcelo Sgarbossa, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

Apregoo a Subemenda nº 05, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon e da Ver.ª Jussara Cony, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

Apregoo o Requerimento de autoria do Ver. Clàudio Janta, solicitando dispensa do envio das Emendas nº 02 e nº 04 ao PLE nº 014/15 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo o Requerimento de autoria do Ver. João Carlos Nedel, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 03 PLE nº 014/15 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo o Requerimento de autoria do Ver. Waldir Canal, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 05 ao PLE nº 014/15 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo o Requerimento de autoria da Ver.ª Fernanda Melchionna, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 06 ao PLE nº 014/15 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo o Requerimento de autoria da Ver.ª Jussara Cony, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 07 ao PLE nº 014/15 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo o Requerimento de autoria da Ver.ª Jussara Cony, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 08 ao PLE nº 014/15 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo o Requerimento de autoria do Ver. João Carlos Nedel, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 09 ao PLE nº 014/15 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo o Requerimento de autoria do Ver. Clàudio Janta, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 10 ao PLE nº 014/15 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo o Requerimento de autoria da Ver.ª Fernanda Melchionna, solicitando dispensa do envio da Subemenda nº 01 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo o Requerimento de autoria da Ver.ª Jussara Cony, solicitando dispensa do envio da Subemenda nº 2 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo o Requerimento de autoria do Ver Cassio Trogildo, solicitando dispensa do envio da Subemenda nº 03 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo o Requerimento de autoria do Ver Marcelo Sgarbossa, solicitando dispensa do envio da Subemenda nº 04 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo o Requerimento de autoria da Ver.ª Jussara Cony, solicitando dispensa do envio da Subemenda nº 05 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo e defiro o Requerimento de autoria do Ver. Clàudio Janta, solicitando que sejam votadas em destaque as Emendas nº 02 e nº 04 ao PLE nº 014/15.

Apregoo e defiro o Requerimento de autoria da Ver.ª Mônica Leal, solicitando que seja votada em destaque a Emenda nº 03 ao PLE nº 014/15.

Apregoo e defiro o Requerimento de autoria do Ver. Waldir Canal, solicitando que seja votada em destaque a Emenda nº 05 ao PLE nº 014/15.

Apregoo e defiro o Requerimento de autoria da Ver.ª Fernanda Melchionna, solicitando que seja votada em destaque a Emenda nº 06 ao PLE nº 014/15.

Apregoo e defiro o Requerimento de autoria da Ver.ª Jussara Cony, solicitando que seja votada em destaque a Emenda nº 07 ao PLE nº 014/15.

Apregoo e defiro o Requerimento de autoria da Ver.ª Jussara Cony, solicitando que seja votada em destaque a Emenda nº 08 ao PLE nº 014/15.

Apregoo e defiro o Requerimento de autoria do Ver. João Carlos Nedel, solicitando que seja votada em destaque a Emenda nº 09 ao PLE nº 014/15.

Apregoo e defiro o Requerimento de autoria do Ver. Clàudio Janta, solicitando que seja votada em destaque a Emenda nº 10 ao PLE nº 014/15.

Apregoo e defiro o Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, solicitando que seja votada em destaque a Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

Apregoo e defiro o Requerimento de autoria da Ver.ª Fernanda Melchionna, solicitando que seja votada em destaque a Subemenda nº 01 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

Apregoo e defiro o Requerimento de autoria da Ver.ª Fernanda Melchionna, solicitando que seja votada em destaque a Subemenda nº 01 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

Apregoo e defiro o Requerimento de autoria da Ver.ª Jussara Cony, solicitando que seja votada em destaque a Subemenda nº 02 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

Apregoo e defiro o Requerimento de autoria do Ver. Cassio Trogildo, solicitando que seja votada em destaque a Subemenda nº 03 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

Apregoo e defiro o Requerimento de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa, solicitando que seja votada em destaque a Subemenda nº 04 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

Apregoo e defiro o Requerimento de autoria da Ver.ª Jussara Cony, solicitando que seja votada em destaque a Subemenda nº 05 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

Apregoo e defiro o Requerimento de autoria da Ver.ª Mônica Leal, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 01 ao PLE nº 014/15.

Apregoo e defiro o Requerimento de autoria do Ver. Clàudio Janta, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 04 ao PLE nº 014/15.

Apregoo e defiro o Requerimento de autoria da Ver.ª Jussara Cony, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 07 ao PLE nº 014/15.

A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra para discutir o PLE n° 014/15.

 

A SRA. LOURDES SPRENGER: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, público aqui presente e os que nos assistem; nós estamos discutindo um dos planos mais importantes para a educação com previsão para até dez anos. Não vou me referir ao lado A e ao lado B, não aceitarei rótulos ou discriminação sobre qualquer tipo de comportamento, porque isso não faz parte da minha história, mas quero dizer que quem educa a criança é a família, cabe à família e não à escola falar sobre sexualidade com seus filhos, independentemente do conselho de família.

Se defendermos a constituição da família, deverá constar igualdade entre homens e mulheres e não igualdade de gênero. Incluir a teoria do gênero nos planos de educação vai trazer para as escolas convicções morais e de valores que podem não corresponder às convicções dos pais.

A educação brasileira é carente: faltam professores, muitas escolas estão em condições precárias, é necessário aperfeiçoamento profissional. Também porque não investir numa boa educação e não em temas tão polêmicos, porque hoje os professores padecem com crianças que agridem os seus professores. Também quero dizer que, nesta educação, deve constar também o respeito aos nossos semelhantes e não a discriminação de quem quer que seja por sexo ou opções sexuais. Defendo o respeito a todos, independentemente de suas escolhas, e o debate sobre esses assuntos tão polêmicos, que são necessário vir à tona, mas que não seja necessário incluir em currículos, identidade e diversidade de gênero. Portanto sou a favor da exclusão dessa emenda do projeto da Educação. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Séfora Gomes Mota está com a palavra para discutir o PLE nº 014/15.

A SRA. SÉFORA GOMES MOTA: Boa tarde a todas, a todos, aos coloridos, aos não tão coloridos. É uma pena a gente ter que votar esse plano de uma maneira assim, a toque de caixa, no limite; eu acho uma pena porque ouvi todo o tipo de barbaridade nesses últimos dias sobre a questão da ideologia de gênero.

Aqui eu não vou dizer se A ou B está certo, eu vou dizer a minha posição, e quando eu digo a minha posição, é a minha, que é, inclusive, bancada pela minha ideologia, do que eu acho que é certo, que é correto, com a minha experiência de vida, com o meu comprometimento comigo mesmo, e não é a posição do meu partido.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Vereadora, estou assegurando o seu tempo. Peço, mais uma vez, às senhoras e aos senhores das galerias que estamos tratando do Plano Municipal de Educação; portanto estamos falando em educação! Vamos parar com essa disputa de esquerda contra direita! Vamos deixar a Vereadora se pronunciar na tribuna! Logo após, poderão fazer suas manifestações.

 

A SRA. SÉFORA GOMES MOTA: Obrigada. Então eu estou vendo que nós vamos ter que discutir esse assunto mesmo nas escolas, porque está faltando tolerância. O que acontece? Metade deste plenário não existe?! É isso? Que família é essa que vê seus jovens sendo mortos todos os dias pela sua condição humana? Não é condição sexual, não é opção! Será que alguém vem ao mundo para sofrer pior do que cachorro? Porque nós temos direitos que defendem os animais. E, nesta Casa, os animais são defendidos a ferro e fogo! E os direitos das crianças a terem escola? E o direito do transexual e do transgênero de qualquer idade à educação? E o direito da mulher ser respeitada, ser valorizada, ser autônoma, dona da sua própria vida? Eu não sou produto para ter rótulo, e, aí, me desculpem, mas no meio de tanta intolerância, eu tenho que gritar para ser ouvida. As famílias evoluíram! Ninguém nasce, ninguém induz ninguém a nada. A pessoa nasce assim. Até hoje não descobri quando percebi que eu gostava de homem; porque eu gosto muito de homem. E, quando eu descobri que eu ia ser mãe, a primeira coisa, o primeiro compromisso que fiz comigo: meu filho vai ser feliz! E sexualidade não é o mesmo que sexo.

É um absurdo o que acontece todos os dias. As famílias não se chocam com as crianças morrendo, com adolescentes indo para a vida do sexo com 13, 14 anos, morrendo à mingua!

Pelo amor de Deus! Jesus Cristo - se é para falar de religião - foi condenado sem julgamento! Jesus Cristo foi linchado! Jesus Cristo tinha ao lado dele uma prostituta, que seria apedrejada! Que Deus é esse? Que família é essa? Que conceitos são esses?

Educação se dá em casa, sim! Mas a escola é o espaço fundamental para a convivência, para a luta pela igualdade, para a diminuição do preconceito. Nós vamos ficar hoje, aqui, fazendo este embate, simplesmente, porque esquecemos que somos humanos, porque perdemos a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro! E se fosse o seu filho? E se o seu filho fosse gay? E se a sua filha fosse lésbica? Queimem, como queimaram as bruxas? Vamos queimar os gays, as lésbicas, vamos apedrejar, vamos matar? Não!

Eu luto por igualdade, eu luto por um mundo melhor, eu luto pela família, por todos os tipos de família! Porque eu fui criada numa família múltipla, que tem gente de toda maneira! E podem vaiar! Eu adoro ser vaiada por gente desumana, porque estou junto com os humanos, com os direitos das pessoas que precisam.

Até quando essa intolerância vai se perpetuar? Não é de religião que nós estamos falando! Não é de política! É de humanidade! Nós temos que ter mais humanidade! Temos que nos colocar no lugar do outro! Chega uma hora, gente -desculpem pelos gritos, pela alteração - em que cansei de ouvir tanta ignorância! E se eu estou no lugar errado, que eu encontre o meu lugar, porque eu devo ser um ET! As pessoas são as pessoas, ninguém escolhe, ninguém induz ninguém! Agora, a pessoa mal educa, sim, porque, se você não educar os seus filhos a tratar a mulher com respeito, com igualdade, você está ensinando aos seus filhos que podem bater. Você vai dizer para os seus filhos que não existem homossexuais? Porque todo mundo diz assim: não, eu não tenho nada contra os gays, nada contra as lésbicas, desde que não frequentem a minha casa! Pois a minha casa, frequentam. Os meus filhos assistiram a um beijo gay. E é assim! As pessoas são as pessoas! Mais amor, menos pudor, por favor!

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para discutir o PLE nº 014/15.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu venho a esta tribuna em nome do PCdoB e quero, neste momento, fazer um cumprimento, com muito amor e com muita identidade, ao Ver. Casartelli e a Ver.ª Séfora, porque esses dois companheiros, um homem e uma mulher, com as suas convicções sexuais assumidas, como cada um de nós, vieram aqui e deram um rumo a este momento. Uma escola universal tem que absorver a diversidade, senão, não é universal. Isso é fator de qualidade de aprendizagem; e, se não absorver a diversidade, é fator da evasão das crianças da escola.

Eu não vou aceitar provocações, até porque tem uma que muito me honra. Já estão atacando os comunistas. Eu sou comunista, sou feminista, sou espírita, professo a umbanda, e é por isso que estou, neste momento, para dizer o que pensa o PCdoB. Estou aqui não para falar de ódio, e o Ver. Casartelli e a Ver.ª Séfora me instigaram ainda mais; estou aqui para falar de amor, de amor incondicional entre as pessoas, entre os seres humanos. Estou aqui como mulher, como heterossexual, como mãe de cinco filhos, avó de dezoito netos, às vésperas de ser bisavó do 11º e do 12º bisnetos. Quando eu digo isso aqui, estou falando de amor! Sou uma mulher que teve quatro filhos de um primeiro casamento, um filho de um segundo casamento e dois enteados, os quais assumi como filhos meus, do meu terceiro casamento. E não venha o senhor arcebispo dizer às mulheres de luta, às heterossexuais, às homossexuais, aos gays, às lésbicas, aos transexuais o que é o amor, porque nós sabemos que ele é o contraponto ao ódio em cima de todos nós. O senhor arcebispo, como consequência da questão de gênero, promove a desvalorização – atenção, companheiras – da família em favor da liberdade individual, desconsiderando a maternidade natural e o matrimônio, desprezando os valores religiosos. Falácia! Hipocrisia! Mãe não é aquela apenas que pari, é aquela que acolhe e que recebe os filhos que Deus lhe põe no caminho! Não venham falar de Deus, patrocinando fogueiras de inquisição! Eu gostaria de poder ler tudo que recebi, mas eu citar...

 

(Manifestações nas galerias.)

 

A SRA. JUSSARA CONY: Não adianta grito, porque eu não tenho medo de grito! Eu enfrentei a ditadura militar, não tenho medo! (Vaias.) Não me importo. Sabem por que não me importo?

 

(Manifestações nas galerias.)

 

A SRA. JUSSARA CONY: Sabem por que não importo com vaias?

 

(Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Por favor, pessoal, mais uma vez, eu peço a vocês: enquanto tiver um Vereador na tribuna, vamos fazer silêncio, para podermos dar prosseguimento ao nosso trabalho. Após a manifestação do Vereador, os senhores podem fazer a sua manifestação.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Obrigada, Ver.ª Sofia, pelo apoio que eu sei que tu me darias. Eu só quero dizer que com grito não se resolve nada, nem com fundamentalismos. Resolve-se com conceito e com responsabilidade de uma escola para todos, sem exclusão, sem opressão e sem discriminação. Ordem dos Advogados do Brasil: ”Salientamos que a Declaração Universal de Direitos Humanos afirma que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos e que todos são instituídos de todos os direitos e liberdades criadas da declaração sem distinção de nenhum tipo, como raça, cor, sexo, língua, religião, prática ou outra opinião, origem nacional ou social, propriedade, nascimento ou outro status”.

 

(Manifestação nas galerias.)

 

A SRA. JUSSARA CONY: Eu sabia que ia dar isso. Eu sabia que ia dar isso, porque a gente está colocando o dedo na ferida do fundamentalismo. A gente está respaldando aqui a construção democrática do Plano Municipal de Educação, que garantiu, no art. 23, a diversidade sexual e de gênero.

Peço ao meu colega Rodrigo Maroni que se inscreva e me ceda o seu tempo.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Ver.ª Jussara Cony, o Ver. Rodrigo Maroni se inscreve e cede o seu tempo a V. Exa., que poderá usar da palavra por mais cinco minutos.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Obrigada. Quero me referenciar também ao Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, à companheira Silvana Conte, representando os companheiros do LGBT: “As estratégias de promoção da igualdade de gênero, raça e orientação sexual nos Planos de Educação visam dar concretude à Constituição Brasileira, à legislação educacional e às diversas normativas internacionais dos quais o Brasil é signatário. Várias dessas normativas têm como base o princípio da laicidade do Estado (...)” O Estado brasileiro é laico! É laico! E digo aqui do meu orgulho de ser comunista, porque foi a Bancada do PCdoB, em 1947, através da emenda de Jorge Amado, que garantiu liberdade de culto no Brasil! E a Constituição de 1988, fomos lá e botamos também essa emenda: a liberdade de culto, o Estado brasileiro laico.

Quero me valer também das companheiras católicas, pelo direito de decidir. Ninguém merece ser agredido por ser mulher ou LGBT. As pessoas merecem respeito, e é esse o grande propósito de se discutir a questão de gênero nas escolas, para que todas as crianças sejam respeitadas e aprendam a respeitar a partir da compreensão de que na diversidade reside a maior riqueza da espécie humana. O Brasil já tem na nossa diversidade humana cultural a maior riqueza da democracia e da soberania desta Nação. Quero me valer também da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil. Quero me valer do texto, não vendo nisso nenhuma contradição com qualquer princípio cristão, mesmo que isso não deva no Estado laico ser a preocupação principal de um projeto. É a Igreja Anglicana.

Quero dizer do Conselho Estadual de Promoção de Direitos a lésbicas, gays, bissexuais, travesti, transexuais do Estado do Rio Grande Sul, que garante o apoio, lembrando a universalidade, a independência e a indivisibilidade, e a inter-relação dos direitos humanos, consagrados na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Quero me valer do manifesto de 94 entidades, do Oiapoque ao Chuí, da Amazônia ao Rio Grande do Sul, que diz, ao contrário de ideologias ou doutrinas sustentadas pela fundamentação de crença ou fé, o conceito de gênero está baseado em parâmetros científicos, na produção de saberes sobre o mundo, gênero enquanto conceito identifica processos históricos e culturais que classificam e posicionam as pessoas a partir de uma relação entre o que é entendido como feminino e masculino. É disso que se trata, e se trata de amor sempre.

Quero me valer de Ana Claudia Figueroa, Teóloga, junto com André Musskopf, diretor em Teologia, líder do Núcleo de Pesquisa e de Gênero, que trouxeram elementos fundamentais para que possamos garantir essa escola laica, diversa, democrática e que absorva a nós todos como seres humanos. O que é família para os fundamentalistas? O que é família baseada na opressão dos seus próprios filhos? Família é um núcleo de amor e, se é um núcleo de amor, é núcleo de diversidade. Eu tenho uma grande família. Nessa minha família, conviveram sempre com os meus filhos e as minhas filhas todos os seus amigos, independente da orientação sexual, porque eles eram amigos, companheiros de luta. Como diz o Mario Quintana, a amizade é a forma mais elevada de amor. Não tem amizade quem discrimina, não sabe o que é amor quem discrimina! É por isso que nós vivemos hoje, com esse fundamentalismo, o absurdo da violência na sociedade brasileira, principalmente com aqueles que são diferentes. Para mim, são meus iguais, iguais em amor, iguais em luta, iguais na construção de uma nova sociedade.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Solicito que a Ver.ª Jussara Cony assuma a presidência dos trabalhos.

 

(A Ver.ª Jussara Cony assume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para discutir o PLE nº 014/15.

 

O SR. MARCELO SGARBOSSA: Boa tarde a todos e a todas; Vereadores, Vereadoras, público; parece que hoje temos uma transmissão ao vivo pela TVCâmara; que bom, mais pessoas podem nos assistir. Depois da fala do Ver. Casartelli e da Ver.ª Séfora Mota, que trazem, principalmente o Ver. Casartelli, questões pessoais... Só os grandes homens e as grandes mulheres têm a capacidade de fazer o que você, meu colega, fez aqui, mostrando um lado. Apesar de o Ver. Elizandro Sabino colocar aqui que é contra as discriminações, é justamente nisso que resulta a sua posição, essa fala em defesa da família está totalmente equivocada. Eu tenho que dar os parabéns aos estrategistas que conseguiram colocar uma etiqueta na palavra “ideologia de gênero”. Já há um problema conceitual aí! Já há um problema conceitual! Mas, para combater, ela está servindo muito. Hoje, a palavra ideologia está lincada à criminalização da política. Lincar ideologia com gênero parece correto, quando, na verdade, é extremamente equivocado. O gênero é um conceito sociológico, não tem nada a ver com a questão da ideologia, mas eu tenho que reconhecer aqui que há uma estratégia bem montada, conseguiram uma expressão para usar de arma para o combate. Infelizmente, está aí nos cartazes!

O Prof. Alex, que continua sendo professor mesmo sendo Vereador, coloca que, na sua disciplina em sala de aula, já trata das questões ligadas ao corpo humano, das questões ligadas à sexualidade. E inúmeras escolas com matiz religioso também tratam de educação sexual. Vejam, há uma falácia em dizer que a educação sexual tem que ser feita só pela família, como se a criança ou adolescente, quando vai à escola, não estivesse ali no meio dos colegas, no meio dos professores, que também falam. Não há dois momentos estanques na vida de uma pessoa! Ela trata de gênero e de sexualidade a vida inteira! A vida inteira! Então a escola tem que ter a postura inclusiva, para não se perpetuarem as desigualdades. Ou vocês acham que as diferenças salariais entre homens e mulheres são à toa? Se não é uma construção social? A Ver.ª Sofia está me lembrando que essa construção começou desde o ano passado, inclusive aqui na Câmara Municipal mais de 400 pessoas participaram. Talvez as pessoas que são contrárias não participaram desse processo. Eu acho que é argumento importante se querem ser ouvidas. Vejam, a forma como querem participar... Eu tenho recebido, desde a semana passada, mensagens, e uma delas foi impressionante. Eu recebi mensagens pelas redes sociais às 22h, perguntando sobre a minha posição e, às 8h ou 9h, me questionando: “E aí, tu não vai me responder?”. Deu-me, aproximadamente, umas duas horas, tirando o intervalo do sono, para eu responder, ou seja, uma postura extremamente autoritária. Cobra uma posição, dando horas de tempo entre a noite e a manhã seguinte. Então, realmente, fica difícil discutir com quem, na verdade, não quer ouvir. Quer impor uma ideia de família, como se a família não tivesse múltiplas configurações. Eu aposto que as pessoas que estão aí são adeptos à cura gay ou a outras formas criminalizantes das escolhas pessoais de cada pessoa. Após a fala, o Ver. Carlos Casartelli foi vaiado no final, e isso é o que mais me choca. Mesmo diante de uma pessoa que abre seu coração, que traz aqui o relato de alguém próximo e o seu próprio, do quanto sofreu para combater, dizendo que não voltará mais para o armário – ele mesmo disse –, há vaias de um grupo de pessoas que está aqui. É com muito pesar, infelizmente, que temos essa posição da sociedade extremamente equivocada, opressora e não inclusiva. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir o PLE nº 014/15.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Presidente, Ver.ª Jussara Cony; nós estamos aqui debatendo um projeto extremamente importante para o futuro da nossa Cidade. Todo mundo fala que a educação é o desejo principal de todas as pessoas, e nós estamos tratando disso, portanto temos que ter muito cuidado, há muitos detalhes a serem observados. Um dos detalhes, que, inclusive, o Vereador Sgarbossa apresentou aqui, é que foi feito um estudo democrático. No entanto, um estudo democrático praticamente só de um lado, porque o outro lado não foi convidado. Nenhuma escola cristã foi convidada. Nenhuma! Engraçado, vocês foram convidados, com muita honra. Agora, democracia significa ambos os lados – isso é democracia.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Há pouco um Vereador falou que um colega foi apupado, foi vaiado. Eu, por enquanto, não falei nada e já estou sendo vaiado, não sei por quê. Viu, Ver. Sgarbossa? Estou sendo vaiado não sei por quê! Então, vejam... A formação desta comissão não foi adequada, porque muita gente não foi convidada.

O que eu quero dizer é o seguinte: a Assembleia, ontem, retirou a ideologia de gênero. O Plano Nacional de Educação retirou a ideologia de gênero, porque ela não é adequada para a nossa sociedade. E eu vou mostrar por quê.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Peço, por favor, que me ouçam. Dois países da Europa adotaram a ideologia de gênero: França e Suécia. A Suécia, desde 2009. O que aconteceu lá? A Suécia foi campeã de suicídios depois que adotou a ideologia de gênero.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Na Suécia houve aumento do número de estupros em 100%. Por que será? Por que será?

A ideologia de gênero nega que a pessoa nasce com a sua identidade sexual. Segundo essa filosofia, não é a natureza que decide; é a pessoa. Ora, a biologia, professor, é muito clara. Então, ensinar a ideologia de gênero nas escolas fundamentais é um crime que se comete contra as crianças do nosso País. Uma pessoa isenta, o Papa Francisco, que convida a refletir sobre a diferença, criticou a ideologia de gênero, que é uma catequese dedicada à diferença entre o homem e a mulher e agrava a definição de família na nossa sociedade. É a família a responsável pela formação da criança.

Eu queria dizer que na França também essa ideologia já foi derrotada porque os resultados foram maléficos para a sociedade. Nós não queremos que essa ideologia maléfica seja colocada na sociedade porto-alegrense.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(Manifestações das galerias.)

 

(O Ver. Paulo Brum reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLE nº 014/15.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Em primeiro lugar, eu pensei que nesta Câmara eu já tivesse ouvido muito. Eu pensei que eu tivesse ouvido muitas mentiras. Eu pensei que tivesse ouvido intolerância às vezes, que eu tivesse visto defesa de projetos indefensáveis, da especulação imobiliária e daqueles que governam para os ricos. Eu ouvi, inclusive, do mesmo Ver. João Carlos Nedel, a defesa deslavada da ditadura militar, e, da tribuna, repudiei...

 

(Manifestações nas galerias.)

O Sr. João Carlos Nedel: V. Exa. permite um aparte?

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Não lhe concedo o aparte, Vereador! Porque eu acho e defendo que o fascismo foi uma teoria derrotada pela história, derrotada por todos que lutaram contra argumentos, pensamentos fascistas. Vir aqui associar a sexualidade a crimes hediondos como estupro, eu não aceito! Mentindo descaradamente, mentindo de forma deslavada! Ontem eu vi na GloboNews que o País campeão de tentativas de suicídio na adolescência é o Reino Unido, e 50% dos que tentam suicídio são LGBTs, homossexuais, travestis, transexuais, que sofrem o ódio e a intolerância na escola, e também nas Câmaras de Vereadores, porque vir aqui e ouvir algum Vereador associar a orientação sexual ao crime...

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Vocês só vão retardar a manifestação da Vereadora.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: E mais, Presidente, não só retardar, mas me deixar contente com as minhas posições. No dia em que eu ganhar aplausos do fundamentalismo, eu me preocupo. Fico feliz em ganhar vaias. No dia em que eu ganhar aplausos da intolerância, eu vou me preocupar! Enquanto o Ver. Casartelli estava aqui fazendo um relato muito sério de um sobrinho, alguém gritou aí, desse lado: “Por que não se matou?” Porque é isso que vocês pensam, que não deve haver espaço para a diversidade sexual. Qual é a família que vocês defendem? A família das trevas? A família medieval, não a família da modernidade!

 

(Manifestações nas galerias.)

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Eu defendo todas as famílias! Todas!

 

(Manifestações nas galerias.)

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Quero a bandeira da diversidade sexual à frente do meu discurso (Colocam a bandeira na frente da tribuna), porque aqui nós temos opinião, e ela está sendo resguardada. Eu vou dizer, Presidente, que é muito importante que o preconceito saia do armário. Quando esses debates vêm a publico, os preconceitos saem do armário. Na verdade, vaiaram um Vereador que trouxe um caso grave de um homossexual que pensou em cometer suicídio, dizendo que deveria ter cometido suicídio, diziam que era para procurar um psiquiatra. Isso mesmo, falem o que vocês querem, gente que não aceita orientação sexual diversa, falem, se não tem espaço para diversidade, vocês querem o quê? Querem a cura gay?! Isso é um absurdo! Isso é um absurdo! Vou dizer uma coisa para vocês, queiram ou não, a homossexualidade existe há dois mil anos, existe inclusive....

 

(Manifestações nas galerias.)

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Nós temos a certeza de que esse pensamento está na contramão da história, está na contramão dos avanços civilizatórios. São os mesmo que diziam “salvem a família” quando entrou em discussão, Prof. Alex, o divórcio, eles faziam cartazes dizendo para salvar a família porque a família era a opressão da mulher, porque o homem era livre para cometer adultério e poligamia, mas as mulheres eram escravas e ainda são em parte do patriarcado. Esses mesmos eram os que diziam, lá época da escravidão, que, pelo gene natural, os negros não tinham alma e podiam ser escravizados. Esse era o argumento naturalista e biológico que nós vemos repetido hoje contra os homossexuais, que vemos repetido hoje contra os travestis, contra os transexuais! Esse argumento de salvar a família é a família que não aceita as outras modalidades de família e que não aceita a diversidade sexual! Os mesmos argumentos quando se votou a Lei Maria da Penha, e tinha gente que dizia...

 

(Manifestações nas galerias.)

                           

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sem preconceito. Educar os filhos sem preconceito. São os mesmos, Presidente, que diziam, quando da Lei Maria da Penha, que em briga de marido e mulher ninguém metia a colher. Porque uma forma de manter a opressão é manter as pautas na invisibilidade. E é isso que vocês fazem quando não querem que o Plano Municipal de Educação mantenha as metas votadas no Congresso! Mas nós temos confiança histórica. O julgamento da história vai ser decisivo. Os filhos de vocês, os netos de vocês vão ter vergonha dessa posição intolerante, desse ódio contra LGBTs, porque, nos anais da história, os discursos intolerantes ficam registrados, Presidente, como resquícios de ódio, de intolerância, que serão derrotados pela marcha vitoriosa dos que lutam por liberdades civis.

Eu tenho a convicção histórica de que nós venceremos a intolerância na tribuna, na votação. Esta Câmara tem que manter a sua coerência. E é sim, fala muito, sim – Presidente, concluo por aqui –, cada Vereador se vai votar para que essa pauta seja visibilizada e as crianças sejam respeitadas na escola, ou se vai votar para manter a intolerância, manter o ódio, manter a violência contra LGBTs, que a cada dia mata um LGBT no Brasil.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para discutir o PLE nº 014/15.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Caros colegas, muito boa tarde a todos que aqui estão, sejam muito bem-vindos à nossa Casa, que alegria ver esta Casa cheia, talvez não pelo melhor motivo, mas eu estou entre aqueles que sempre vão preferir o debate democrático e livre a qualquer ditadura sob qualquer justificativa. E, por isso que eu realmente, assim como a colega Ver.ª Fernanda, fiquei feliz de ver o Ver. Nedel, que defendeu a ditadura no Brasil por 21 anos, vir aqui, defender e falar em democracia.

E, aliás, não é à toa que o discurso da ditadura vem crescendo tanto no nosso Brasil. Nas ditaduras, sempre alguns vão decidir em nome de poucos, seja a ditadura da esquerda, a ditadura da direita, da religião A ou religião B. Nas ditaduras, sempre alguém fala em nome de uma verdade suprema e legitima-se para exterminar todas as diferenças; por isso que, acima de tudo, a democracia é a maior conquista de todos nós, que somos favoráveis a qualquer ideologia, qualquer opinião, que possamos defender. Eu sei que todos aí, com certeza, defendem a democracia. Só fico triste, não por acaso, pois as propostas que têm levantado esse tema, todas elas partiram exatamente do partido que sustentou a ditadura no Brasil por 25 anos, sustentou o regime militar, que matou e que oprimiu.

Eu gostaria de dedicar minha fala aqui a esta moça, a Malala Yousafzai, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz (Aponta para a projeção de imagem em PowerPoint.), caro Célio. A Malala, quando tinha 13 anos, recebeu ordem de seu pai de largar a escola, casar-se e que tivesse o seu clitóris cortado para que não sentisse prazer durante o seu casamento. E a Malala disse que não aceitaria essa determinação do seu pai e da sua mãe e que ela lutaria até a morte pelo direito de uma educação com liberdade. E ela foi à escola, comunicou ao pai. O pai, por sua vez, informou a um soldado talibã. Esse soldado, enquanto ela ia para escola, conteve a ela e as duas irmãs e atirou no rosto das três, tentando matá-las. Mas a Malala não morreu e segue ao redor do mundo lutando pela liberdade e por uma educação que não tenha credo, uma educação que seja livre, que não seja guiada por nenhum tipo de fundamentalismo. Eu fiquei ouvindo-o, colega Sabino, a quem muito respeito pela luta efetiva, temos diferenças de pensamento, mas nós temos que mantê-las no limite do respeito humano entre nós, a dignidade entre cada um de nós, mas eu divirjo do senhor, porque eu acho que a família não tem o direito de ensinar o racismo. E se assim tivesse o direito, o racismo continuaria existindo na África do Sul. E foi essa luta de Martin Luther King, para que as escolas do Sul dos Estados Unidos não mais pudessem ensinar o racismo. Eu acho que as famílias não têm o direito de ensinar o machismo. Eu acho que as famílias não têm o direito de ensinar a homofobia. E nós todos temos que lutar por um Estado laico, um Estado onde a liberdade e o prazer não agridam tanto as pessoas, que, me parecem, se reprimem nos seus prazeres.

 

O Ver. Elizandro Sabino: V. Exa. permite um aparte? Assentimento do orador.) Ver. Alberto, apenas para deixar claro, em nenhum momento eu falei que a família tem o direito ou dever de ensinar a questão do racismo ou antirracismo. Neste sentido não me manifestei, só para esclarecer a V. Exa.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: E tenho certeza de que em relação à homofobia também não. Eu, realmente, fico muito tranquilo, porque eu não estou na história ao lado daqueles que, entre os anos 1950 e 1970, castraram quimicamente 50 mil homens e mulheres na Inglaterra, porque eram gays; eu não quero estar deste lado da história; eu não quero estar do lado da história daqueles que tentaram, por séculos e séculos, dizer que Terra estava no centro do universo; eu não quero estar do lado daqueles que diziam que os judeus matavam crianças; eu não quero estar do lado daqueles que diziam que as mulheres eram bruxas. Eu quero estar do lado da liberdade, daqueles que não têm medo de serem como são e não têm medo da liberdade.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Ver. Alberto, por favor, retire a bandeira do púlpito, não pode ficar aí a bandeira.

O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra para discutir o PLE nº 014/15.

 

O SR. PROF. ALEX FRAGA: Boa tarde a todos e todas, Vereadores e Vereadoras, público que nos assiste nas galerias e pela TVCâmara. Entristece-me um pouco esse tema de suma importância ter tomado a dianteira de tantos outros, como a baixa qualidade das nossas escolas. É um tema importante, mas a baixa qualidade das nossas escolas me preocupa mais. Com relação ao lado esquerdo da galeria, eduquem os seus filhos! Ninguém está impedindo isso. Eduquem melhor! Eduquem melhor! Eu tenho 15 anos de Magistério, e a nossa luta, como professores, é para desmistificar, arrancar o preconceito da cabeça das nossas crianças. Essa luta é diária, é constante. Então, eduquem melhores os filhos de vocês, não estão fazendo um bom trabalho. Não estão! Eduquem! Eu sou professor de Biologia, sou pai de quatro filhos, casado há... Sr. Presidente, garanta o meu tempo...

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Por favor, há um Vereador na tribuna! Por favor! Vereador.

 

O SR. PROF. ALEX FRAGA: Sou professor de Biologia, casado há doze anos, pai de quatro filhos, eu tenho família, eu educo os meus filhos. Eu fui educado dentro dos princípios cristãos, sou católico, e desde pequeno, educado pelo meu pai, assim como os meus irmãos, eu ouvia o discurso do meu pai: se filho meu for veado, apanha! Apanha! Essa foi a educação sexual que eu recebi em casa, e é essa, provavelmente, a educação sexual que os filhos de V. Exas. estão recebendo. A sociedade evoluiu, a minha cabeça e a cabeça do meu pai evoluíram também. Por favor! Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Por favor, pessoal das galerias! Só vão atrasar a votação, só isso! O Vereador só vai falar quando tiver condições de falar. Se vocês não deixarem, o Vereador vai retardar a votação do nosso projeto. Vamos sair daqui à meia-noite. Está bem, pessoal?

 

O SR. PROF. ALEX FRAGA: Nas minhas aulas de Biologia, eu trabalho a questão da sexualidade no 7º ano do Ensino Fundamental, atual 8º ano. É tema, está nos parâmetros curriculares nacionais, queiram vocês ou não, a sexualidade será abordada! E os bons professores, aqueles que se preocupam com uma sociedade melhor e uma construção...

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Vou assegurar o seu tempo. Pessoal, por favor, mais uma vez eu peço silêncio, encarecidamente. O Vereador está na tribuna.

 

O SR. PROF. ALEX FRAGA: Este é o respeito que vocês pregam? O amor ao próximo? A palavra de Cristo? Piada! Piada de mau gosto! Piada de mau gosto! É muito bonito ver Vereadores subindo aqui e usando argumentos fundamentalistas religiosos para capitalizar suas igrejas! O cofrinho está aumentando! O porquinho está crescendo! O eleitorado fundamentalista... E se tudo der certo, vai diminuir, a cada geração, pelo bom trabalho que os professores fazem nas escolas, com relação à educação contra a intolerância, vai acabar com esse tipo de manifestação. Vai acabar. Cristo pregava o amor ao próximo. Que amor é esse? Esse é o amor que vocês louvam? A aceitação às diferenças? Somos diferentes, aceitem vocês ou não! Não há uma fábrica de seres humanos, onde entra a matéria-prima e saem moldados homem e mulher! Identificamo-nos ao longo das nossas vidas! E a família tem o papel fundamental para educar as crianças, mas antes de as escolas abordarem as questões de gênero - porque isso não é feito com os pequenos, isso é feito com os pré-adolescentes -, a família já mal educaram, a televisão já mal educou, a Internet fornece todo tipo de informação e pornografia. Vocês não estão sendo responsáveis, não estão sendo competentes na educação dos seus filhos. A questão aqui é o combate à discriminação e ao preconceito, tornando-se obrigatória a capacitação dos professores, a fim de estudarem e compreenderem esses processos psicológicos, esses processos de identificação pessoal.

Para concluir, a capacitação é fundamental. Como um professor vai abordar determinado conceito se ele não tem isso em mente? Portanto, precisamos avançar a nossa educação, e não voltar ao tempo das cavernas. Uma boa tarde e um bom debate a todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLE nº 014/15.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, senhoras e senhores, neste momento da discussão, eu quero trazer elementos de dois grupos de debate, sendo que um muito rapidamente – vamos ver nas emendas, depois, e poderemos discutir melhor –, considerando que são quase 400 estratégias desse Plano Municipal de Educação. Eu me orgulho muito por ser um plano que projeta uma educação de qualidade para a cidade de Porto Alegre, com cobertura de zero a 18 anos, ensino obrigatório e qualificação para que todos aprendam, proporcionando melhoria no índice de aprendizagem.

Nesse sentido, gostaria de referir e elogiar o manifesto de 31 diretores de escolas que pedem que seja honrada a gestão democrática da legislação brasileira, que foi conquistada a duras penas na democratização do País e que garante que, através de congressos e conferências, as cidades e os seus cidadãos definam as políticas públicas para o seu país, para a sua cidade, para o seu estado, porque é disso que estamos tratando também, e isso é muito importante. Terminou o tempo do absolutismo, da ditadura, agora a soberania é do povo brasileiro, através de processos coletivos, e o plano que veio para cá é assim. Neste ponto, a SMED e a Prefeitura não mexeram, porque foi uma construção coletiva, feita pelo conjunto do Governo, da necessidade da nossa rede em ampliar a sua qualidade, tendo homens e mulheres livres, sem homofobia, sem preconceito, capazes de respeitar a diversidade. Essa é a bandeira da diversidade, não de um partido político. Há várias emendas, de todos os partidos políticos que assumem o direito de homens e mulheres de serem felizes e se desenvolverem plenamente. Para tratar do tema mais candente, quero dizer que eu chorei muito – assisti três vezes e sugiro que todos assintam – quando assisti ao filme O Jogo da Imitação. Ele fala exatamente deste tema, da liberdade sexual, do direito do sujeito, dos homens e mulheres serem o que são, tornarem-se o que são, e do brilhante desempenho de um homem, o Alan Turing, uma história real, um cientista britânico que decifrou o enigma da máquina de comunicação do Hitler, que encurtou a 2ª Guerra Mundial e que poupou milhões de vidas com isso. Alan Turing, na escola, foi discriminado, foi calado, sofreu violência porque era diferente, não apenas brilhante intelectualmente, mas porque era homossexual, e na Grã-Bretanha era crime a homossexualidade. Esse menino aprendeu a omitir, a esconder, a dissimular afeto, sentindo uma profunda solidão. E aos 40 anos, depois de ter ajudado o mundo a se livrar do nazismo e das mortes, sofreu uma castração química pelo estado britânico. Ele teve que escolher entre cadeia e castração química, e suicidou aos 40 anos. Um brilhante gênio, que descobriu o computador. Então, enquanto nós separarmos a afetividade, o direito à liberdade, à religião, à expressão cultural, sexual e do intelecto – que é o que tenta se fazer aqui -, nós vamos interditar as pessoas, interditar a liberdade e a realização plena. Nesse sentido, eu quero dizer que sou cristã, os meus filhos, de 18 e 24 anos, são lideranças na Igreja Católica do CLJ. O meu filho mais velho é Ministro da Eucaristia, e eu os criei na liberdade e no respeito à diversidade. Gostaria que a minha igreja, se fosse representada na carta que recebemos do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs, da Coordenadoria Ecumênica de Serviço, do Fórum Ecumênico da Aliança Brasil, da Fundação Luterana de Diacomia, da Igreja Povo de Deus em Movimento, da Presença Ecumênica em Serviço, da Rede Ecumênica, lesse essa carta que diz que a ideologia de gênero é um equívoco, que esse é um conceito para definir homens e mulheres. (Lê.): “Os debates sobre as relações de gênero visam à compreensão da naturalização histórica da relação hierárquica e opressora de homens sobre mulheres e a imposição de estereótipos sobre o feminino e o masculino”. E eu concluo dizendo que esta carta, representativa da minha religião e de todas as religiões, diz que nós precisamos enfrentar a realidade da violência que atinge mulheres e a população LGBT, e que, para isso, é preciso mudar a cultura, é preciso mudar a escola, falar francamente sobre isso e libertar a formação de homens e mulheres que respeitam, toleram e vivem na diferença. Vamos à luta por essa educação que Porto Alegre merece.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Apregoo a Subemenda nº 01, de autoria do Ver. Cassio Trogildo, à Emenda nº 10 ao PLE nº 014/15.

Apregoo a Emenda nº 11, de autoria do Ver. Delegado Cleiton, ao PLE nº 014/15.

Apregoo a Emenda nº 12, de autoria do Ver. Delegado Cleiton, ao PLE nº 014/15.

Apregoo a Subemenda nº 06, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

Apregoo a Subemenda nº 07, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

Apregoo o Requerimento de autoria do Ver. Cassio Trogildo, solicitando dispensa do envio da Subemenda nº 01 à Emenda nº 10 ao PLE nº 014/15 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo o Requerimento de autoria do Ver. Delegado Cleiton, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 11 ao PLE nº 014/15 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo o Requerimento de autoria do Ver. Delegado Cleiton, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 12 ao PLE nº 014/15 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo o Requerimento de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa, solicitando dispensa do envio da Subemenda nº 06 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo o Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, solicitando dispensa do envio da Subemenda nº 07 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo e defiro o Requerimento de autoria do Ver. Cassio Trogildo, solicitando que seja votado em destaque a Subemenda nº 01 à Emenda nº 10 ao PLE nº 014/15.

Apregoo e defiro o Requerimento de autoria do Ver. Delegado Cleiton, solicitando que seja votado em destaque a Emenda nº 11 ao PLE nº 014/15.

Apregoo e defiro o Requerimento de autoria do Ver. Delegado Cleiton, solicitando que seja votado em destaque a Emenda nº 12 ao PLE nº 014/15.

Apregoo e defiro o Requerimento de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa, solicitando que seja votado em destaque a Subemenda nº 06 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

Apregoo e defiro o Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, solicitando que seja votado em destaque a Subemenda nº 07 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir o PLE nº 014/15, por cedência de tempo do Ver. Paulo Brum.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ouvi há pouco, estarrecido, discursos aqui de duas ou três Vereadoras, dois ou três Vereadores, uma Vereadora me acusando de facista, de nazista, e não sei o quê. Isso é uma brincadeira, não é? (Pausa.)

 

A Sra. Fernanda Melchionna: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do Orador.) Ver. João Carlos Nedel, que não bote palavras na minha boca. Não foi brincadeira. Eu acho que o pensamento facista, felizmente foi derrotado pela história, e acho que teve que ter milhões de pessoas no mundo inteiro para derrotar o que foi feito na Itália, na Alemanha. Acusei sim. O seu pensamento é um pensamento facista e não é brincadeira. É verdade.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Muito bem. Justamente, quem acusa apoia a ditadura cubana, todo o tempo, apoia milhões e milhões de mortes dos comunistas, justamente aqui. Essa agressão ficou clara e ela pode responder na Comissão de Ética. É isso aí, pode responder na Comissão de Ética.

Eu fico cada vez mais estarrecido, porque, tentando justificar os seus pontos de vista, jogam a responsabilidade de outros problemas sociais em cima da família. A família não é culpada, a família é vítima! Se alguém se apoia em alguma exceção, porque houve alguns equívocos, isso acontece eventualmente. Certamente porque Vereadores e Vereadoras não conhecem o que são boas famílias, famílias estruturadas, capazes de educar os seus filhos para a vida, para a vida em sociedade, incutindo-lhes valores e capacitando-os para a vida em comum. Não é verdade isso, Vereadores e Vereadoras! A família não é nem jamais será responsável por esses problemas a que os Vereadores aqui se referiram. Com certeza, derivam da ausência de famílias bem-constituídas e, até mesmo, da ausência das famílias dos próprios Vereadores que vêm aqui expressar essas teses. Esses problemas são fruto de disseminação do egoísmo, em que as pessoas tendem a olhar apenas para si, ignorando que pertencem e devem participar de uma sociedade: eu quero, eu posso, eu faço – esse é o lema de muita gente incapaz de olhar ao seu redor o mal que suas posições acabam causando especialmente para a destruição dos valores sociais.

Não é assim, senhoras e senhores. Agora mesmo, no momento em que estamos discutindo o Plano Municipal, um certo grupo vem aqui e procura jogar fumaça nos olhos das demais pessoas, dizendo que isso não tem repercussão final. Procurar torcer a visão de todos fazendo parecer que se pretende manter o preconceito e a discriminação quanto às minorias que hoje, em conjunto, já são maioria, o que é outro contrassenso. Que fique muito claro que o nosso propósito é exatamente evitar a disseminação de qualquer forma de preconceito ou discriminação nas escolas. Somos radicalmente contrários a qualquer forma ou tipo de preconceito e discriminação, seja ela com quem for. Mas não queremos, de nenhum modo, que nossos filhos e netos venham a ser desorientados nas escolas, de forma obrigatória quanto aos aspectos de sua formação, que deve ser necessário receber no âmbito da família, especialmente nesse caso de ideologia de gênero, que não tem fundamentação científica de qualquer natureza.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Críticas, agressões são realmente fruto de quem não conhece família, de quem não conhece valores, não conhece princípios!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para discutir o PLE nº 014/15.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu queria, se me permitirem, agradecer os manifestos de todos que chegaram ao meu gabinete – são os seguintes: Manifesto pela igualdade de gênero na educação, assinado por 93 grupos de pesquisas de instituições nacionais; Conselho Estadual e Proteção de Direitos à Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais do Rio Grande do Sul, pelo avanço no combate à discriminação; um ofício do grupo Nuances, grupo pela livre expressão sexual, que se preocupa com a intolerância; Manifesto encaminhado pelos diretores de 15 escolas municipais, reiterando a importância do avanço no combate à discriminação; Manifesto do Coletivo Juntos; Manifesto assinado pelo doutor em Teologia André Musskopf , do Núcleo de Gênero do Programa de Gênero e Religião da Faculdade Estadual de São Leopoldo; Manifesto da Secretária Adjunta de Livre Orientação Sexual de Porto Alegre, Glória Crystal; Manifesto da Igreja Episcopal Anglicana; Manifesto da Deputada Liziane Bayer, que diz qual o resultado ideológico se for aprovada: ela será incluída no Plano Estadual de Educação e nos Planos Municipais de Educação para serem ensinados em sala de aula para que nossos filhos aprendam que eles não são meninos ou meninas, como ensina a ciência, a família e a tradição, mas receberão junto com os demais materiais didáticos cartilhas que irão ensiná-los uma nova filosofia de sexualidade; uma carta do Bispo Dom Jaime Spengler: como igreja, insistimos que a educação possibilite superar as desigualdades educacionais e as discriminações, criando redes de proteção contra as exclusões.

Fiz questão de ler quem é a favor, quem não concorda, quem concorda, quem defende, em respeito a todos os grupos; tanto do lado de cá, quanto do lado de lá. Agora, nós queremos, realmente, o respeito. Eu fiquei muito preocupado – e outros Vereadores já falaram – porque não se discute a educação do Município, um Plano Educacional do Município? Eu acho que todos os assuntos são importantes, mas nós temos de fazer um todo! Como um todo, tratar desse assunto que é importante, que tem de ser falado, mas tem de ser respeitado. Eu acho que nem vocês, nem um lado, nem o outro, queriam o confronto; não querem o confronto. Nós queremos o respeito para todo mundo, mas o Ver. Prof. Alex Fraga, meu colega – não o estou vendo, aqui, agora –, falava: “Vocês estão educando mal os filhos”. Família tem para o lado de cá, também. Ele tem que olhar para os dois lados; os dois lados têm filhos, é verdade. Prof. Alex Fraga, os dois – não é só lá. Tem que falar com os dois, quem faz a sociedade como um todo. Acho que a escola é uma complementação de ideias de educação, sim, mas também eu quero ter o direito de concordar com algumas opiniões daqui e outras de lá. Eu vou votar na Emenda nº 05, que foi construída com vários Vereadores, respeitando e exigindo respeito a todas as orientações. Eu faço isso, eu respeito as orientações. Eu respeito muito o discurso do Ver. Casartelli, que falou do Léo. Respeito! Como diz o Vereador que me antecedeu, se o Papa disse “Quem sou eu para concordar ou discordar de um gay?”, eu não... Não sou eu... Não é o Papa. Mas nós temos que ter um respeito por cada um. Eu vou me basear na votação, em todas as votações, pelo respeito. E queria fazer uma correção ao Ver. Alberto Kopittke. Eu não sei se ele se enganou ou se ele mentiu de propósito. A Malala, não foi o pai dela que entregou. O pai e a mãe a liberaram para que ela estudasse. O Talibã é que fez esse suicídio. O pai e a mãe dela estão na Inglaterra com ela. Então, Vereador, se o senhor se enganou, eu admito; se o senhor fez de propósito, eu repudio. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Waldir Canal está com a palavra para discutir o PLE nº 014/15.

 

O SR. WALDIR CANAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, senhoras e senhores, eu sou um dos autores da Emenda nº 05, com vários Vereadores desta Casa. Quero falar nesta linha como o Ver. Cecchim acabou de se pronunciar. Esta Emenda nº 05 é uma emenda com a qual buscamos, sim, o respeito. Nós precisamos que a escola seja um veículo onde a educação ensine para as nossas crianças o respeito, a tolerância, mas nós não podemos – e é isso que nos leva a fazer essa emenda – ignorar a participação da família, não podemos ignorar a vontade dos pais de escolher a educação dos seus filhos, para que o Estado não faça, não se meta na educação dos filhos. E é isso que essa emenda propõe, ela é uma emenda inclusiva, ela vai ao encontro daquilo que foi decidido, lá no Congresso Nacional, daquilo que foi decidido pelos Deputados Federais, ontem, a Assembleia Legislativa também decidiu dessa forma. Portanto, nós queremos aqui com essa emenda preservar a discussão, o combate à discriminação, não discriminar ninguém, respeitar as pessoas, porque quem respeita quer ser respeitado. Se nós queremos o respeito, temos que dar o respeito. A alfabetização das crianças é matéria, sim, do Poder Público, agora os valores familiares, os valores que a família, que somente a família pode passar para os seus filhos, a sociedade não pode abrir mão.

É uma matéria polêmica, nós temos aqui várias pessoas que são contra, que são a favor da ideologia de gênero, mas também temos várias pessoas aqui, são dezenas e dezenas de e-mails, que eu recebi, que vários Vereadores receberam, pedindo que nós votássemos de acordo com esse entendimento.

Então, a Emenda nº 05 propõe respeito. Respeito a ambas as partes, respeito à família e respeito também às diversidades, àqueles que pensam contrários ao pensamento de outros. Então, eu encaminho a matéria desta forma, não é uma emenda de um Vereador; nós estamos propondo porque acreditamos que é uma saída para esta questão polêmica. Está certo? Um grande abraço. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 014/15.

 

O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, meus colegas Vereadores e Vereadoras, prezados senhores e senhoras aqui presentes, construtores de uma sociedade de liberdade, todos que nos ouvem aqui, hoje; por incrível que pareça, estamos debatendo o Plano Municipal de Educação. Estamos aqui num debate no qual precisamos ter o diálogo.

Primeiro, eu tenho a clareza de que não existe ideologia de gênero, porque o gênero é um padrão cultural e social. O gênero é uma categoria analítica sociológica. Creio que nós precisamos debater, aqui, com clareza e profundidade, e desbloquear a possibilidade do diálogo. O importante é ir à raiz do entendimento do que significam as palavras.

Venho a esta tribuna porque entendo que não há ninguém aqui nesta sala que não tenha a pretensão de que a nossa educação melhore. A educação tem que ter um padrão que aponte para o tipo de sociedade. E nós somos construtores de uma sociedade que apresente a liberdade como princípio, que apresente a democracia como princípio, que apresente a inclusão como princípio. Se nós queremos tudo isso, nós não podemos trabalhar, meus colegas Vereadores e Vereadoras, em hipótese alguma, numa situação em que possa haver a possibilidade de qualquer um dos nossos cidadãos, meninos e meninas, seres humanos serem discriminados.

Eu digo isso, e aqui quero me reportar a duas leis que propus a esta Casa e aprovei; uma delas junto com os colegas Vereadores, pois ninguém aprova nada sozinho aqui. Esta Casa aprovou o dia 21 de janeiro como o Dia Municipal da Luta contra a Intolerância Religiosa. Nós temos que ter a compreensão de que todas as religiões têm que ser aceitas neste País. Isso está na Constituição e cada um tem o seu direito de pensar, de analisar, ou mesmo de não ter religião. Nós aprovamos e votamos nesta Casa que os brinquedos de arma de fogo devem ser proibidos nas lojas de Porto Alegre. Por que isso? Por incrível que pareça, 37% dos meninos jovens, dos meninos crianças que são evadidos das escolas, são evadidos por sua postura machista, por uma postura de briga, por uma postura de opressão às meninas, por uma postura de opressão aos professores, homens e mulheres. Isso é um sinal de sociedade. Não é neste sentido que temos que construir, temos que construir no sentido inverso, e aí, meu amigo, Ver. João Carlos Nedel, nós estamos vivendo inclusive na Igreja Católica, uma revolução através do Papa neste momento. O que o Papa Francisco diz? Se uma pessoa é gay e procura Jesus e tem uma boa vontade, quem sou eu para julgá-lo? Ele é um de nós. O Papa Francisco está combatendo a pedofilia dentro da Igreja. Isso nós temos que trazer para o nosso debate e relacionar com essa questão de gênero que estamos aqui discutindo. E eu conversava há poucos minutos com meus colegas Vereadores e Vereadoras aqui na volta e perguntei a eles o seguinte, sobre a sexualidade, onde eles aprenderam mais sobre a sexualidade, se foi dentro de casa ou fora de casa. Foi unânime, todos me disseram: “Aprendemos mais sobre sexualidade fora de casa do que dentro de casa”. Portanto essa reflexão tem que ser de todos nós. Essa reflexão, minha professora, tem que ser de todos nós. A sexualidade é um tema que não pode ser banido. E aí quero perguntar para a senhora que está me contestando: a senhora usa o computador? Todo mundo usa computador! O computador foi desenvolvido por Alan Turing, um inglês que era gay. Na Apple, o iPad e o iPhone foram criados pelo Tim Cook, que era gay. O Linux foi desenvolvido por John Maddog, que é gay. Portanto, essas pessoas merecem não só o respeito como o direito à liberdade dentro da nossa família, com amor, com proteção, com carinho e com oportunidade da sociedade. Nós somos todos iguais. Aqui não existe diferença! A igualdade é que todas as crianças tenham direito à escola, à educação. E há uma questão muito distinta aqui entre desorientação e receber orientação. Todos merecem a orientação conforme a sociedade determina. Cada um como ser humano pode estabelecer o seu potencial. Vamos analisar os próximos pontos do debate aqui. A escola tem que ser para todos, universal. A família tem que proteger todos nós, independente da orientação sexual, da religião, da raça, das crenças, do potencial ou da deficiência. Isso é construir uma sociedade igualitária. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir o PLE nº 014/15.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Ver. Paulo Brum; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, público que nos assiste aqui e pelo canal 16.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Mais uma vez, eu peço, por favor, às galerias: vamos ouvir o Vereador que está na tribuna. Após a sua fala, vocês podem se manifestar.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Obrigado, Presidente. Talvez hoje seja um dos dias mais importantes da Casa, porque estamos discutindo o Plano Municipal de Educação. Ao mesmo tempo, eu lastimo que ele está praticamente sendo resumido...

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Vereador, vou assegurar o tempo de Vossa Excelência. Estou pedindo gentilmente às galerias, por favor, é uma questão de respeito: vamos ouvir a manifestação do Vereador; depois vocês se manifestam. Muito obrigado.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Ver. Paulo Brum, na semana passada, eu tive a oportunidade de falar das instituições conveniadas – ACM, ABB, Cesmar, Pão dos Pobres, entre tantas outras instituições – que, pelo sistema que veio, poderiam perder o convênio. Hoje, praticamente, existe o consenso de ir buscar o convênio, porque ele é bom para a Cidade, só a rede municipal não tem condições de fazer essa aplicação. Então, cada instituição conveniada traz algo mais para a sociedade porto-alegrense.

Eu não vou fugir da política de gênero e quero, mais uma vez, dizer que esta é a grande virtude desta Casa: o Parlamento é onde se parla, onde se fala. Então, mais uma vez: viva a democracia! E, nessa democracia – vou usar uma frase que usei muitas vezes –, benditas sejam as divergências! Que bom que as pessoas não pensem iguais. Nós temos que caminhar para buscar identidade e uma proximidade do consenso, mas que maravilha nós termos a possibilidade de pensar diferente um do outro. E a escola é um espaço democrático, é um espaço de convivência com as diferenças. Ela também é a primeira oportunidade, quando a criança deixa o lar, de uma interação social, ali é a ampliação do seu pequeno mundo doméstico para a convivência com outros, o que é salutar para a sua formação. Agora, eu sempre digo que, em qualquer sociedade, em qualquer nível, seja criança, jovem ou adulto, nós temos que ter respeito. E, parafraseando uma música, cito: nós temos que aceitar as pessoas como elas são.

E aqui se falou muito da questão do fundamentalismo de gênero, religioso. E não é uma questão de fundamentalismo de gênero, nem religioso; aqui, o que se defende são conceitos e ideias daquilo que se acredita.

 

O Sr. João Carlos Nedel: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só quero parabenizá-lo, porque o senhor é digno de ser chamado de professor. Parabéns!

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Obrigado, Vereador.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Professor Garcia prossegue a sua manifestação de discussão do PLE nº 014/15, a partir deste momento, por cedência de tempo do Ver. Pablo Mendes Ribeiro.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Os senhores e as senhoras sabem que recentemente foi aprovado um projeto aqui de minha autoria tratando da inclusão do nome social, de as pessoas terem o direito de usar aquele nome pelo qual são tratadas e conhecidas, mas, muitas vezes, elas são vitimizadas dentro dos seus ambientes de trabalho e dentro da família. Hoje temos um momento ímpar, nós tínhamos que gravar, porque foi um dos momentos de maior riqueza.

Aqueles que me conhecem sabem também a questão do meu Gabinete: durante quinze anos, o Albano Assis trabalhou comigo e agora está na SMAM; a Maria Odete trabalhou comigo e hoje está na Secretaria dos Direitos Humanos – são pessoas com seus conceitos e militantes dentro do movimento LGBT. Eu gostaria que depois, se vocês tivessem acesso, lessem um texto: A Infância e Diversidade – Concepções e Práticas de Inclusão de Crianças Diferentes. Essas crianças diferentes, eles analisam em todos os sentidos, seja a questão física, seja a questão mental, seja a questão sexual. E uma outra coisa também para a reflexão, porque nós estamos tratando aqui basicamente de Ensino Fundamental, é a juvenização atual das idades, ou seja, nós estamos antecipando para crianças de nove, dez, onze anos temáticas, embora saibamos que as crianças nessa idade já identificam.

Então, senhoras e senhores, eu trago esse relato, mas aqui eu sou daqueles que ainda... E de muitos aqui hoje eu ouvi: “Ah, porque meu pai ameaçou”. Ouvi até alguns termos: “Se eu virasse veado, eu iria apanhar”; outro dizendo: “Bom, mas agora eu assumi e não tem mais essa questão do armário.” Quem bom! Mas, dentro de tudo isso, nós podemos notar que, por pior que possa ser, ainda a família é decisiva dentro desse conceito. A família, então, é fator primordial.

Então, senhoras e senhores, eu sempre digo uma coisa que eu gosto de colocar como posição: viva o respeito, mas vamos respeitar também o livre arbítrio. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para discutir o PLE nº 014/15.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Caro Presidente; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; ilustres visitantes da tarde de hoje, quero falar do meu respeito e admiração por todos, e cada um com suas posições, porque elas, sim, merecem o nosso respeito.

Quero manifestar aqui a minha posição que se conduz a partir do primeiro momento em que se ouviu, aqui na Câmara, as posições sobre a questão gênero, sexo, sexualidade, escola; e as manifestações, com respeito, daqueles que vieram aqui dizer que votarmos a favor de uma proposta que leva para dentro da escola a questão do gênero e da sexualidade humana é desconstituir a família. Eu penso completamente diferente disso! Eu sou pela família do amor! A verdadeira família constituída é a família do verdadeiro amor! A família que respeita questões de diferenças dentro das próprias famílias. É por isso que eu compreendo que a proposta que se discute agora é a que constrói a grande família, que formata uma posição de pai, de mãe, de filhos, que respeitam as diferenças e as diferentes posições que cada um, dentro da sua família, venha a adotar. Só assim nós teremos a verdadeira justiça humana, a justiça de Deus. O meu Deus prega a verdadeira família do amor! Esta é a minha posição: amar as pessoas, nossos filhos, como eles verdadeiramente são.

Para exemplificar onde chegamos, Vereadora, eu estava lendo a Emenda nº 5, que propõe suprimir do anexo as seguintes expressões: gênero, estudo de gênero, identidade de gênero, sexualidade, orientação sexual e diversidade sexual. Eu não compreendi por que demonizar essas palavras que são, na minha visão, sagradas – sagradas! É preciso compreender e respeitar, dentro das nossas famílias, as diferentes opções sexuais de nossos filhos, de nossos irmãos, de todos os cidadãos, universalmente. Não há como mudar de posição com um grito só, é preciso votar de acordo com as nossas posições. E, para concluir, para aquela jovem que grita tanto, família do amor! O meu Deus não é Deus do ódio, é Deus do amor. Um abraço a todos e obrigado.

Para concluir eu sou católico praticante, acredito, professo e sei da minha convicção, é a convicção do grande Deus do amor. É o meu Deus e um abraço a todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLE nº 014/15.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, temos acompanhado a discussão e sentimos claramente que alguns Vereadores, com muita propriedade, se referiram à circunstância de estarmos isolando a discussão num aspecto muito importante, fundamental, inclusive, do projeto, que é essa definição que empolga a nossa plateia, e deixando de considerar o conjunto da obra, o conjunto do projeto. Eu fui o relator desta matéria, quando do exame conjunto das Comissões, e acentuei, na oportunidade, que o projeto de lei em referência se reportava à legislação vigente. Assim, como se reportava, se submetia. Agora, há imposições da legislação vigente. Porque, em verdade, nós somos submetidos ao art. 8º da Lei Federal, que regulou a matéria e que estabeleceu o prazo de 26 de junho do corrente ano para a deliberação sobre a matéria. Evidentemente, Sr. Presidente, que a exiguidade do tempo pode fazer com que algumas das nossas posições possam não ser bem entendidas, mas quero acentuar uma circunstância de que o Governo sentou com a oposição, em várias oportunidades nesses dias, e, em conjunto, conciliamos a metade das propostas contidas na Mensagem Retificativa. Coincidentemente, das 66 propostas, 33 foram objetos de composição e geraram uma emenda coletiva que firmamos, em função de uma necessidade regimental, porque a oposição já havia esgotado a sua possibilidade de apresentar emendas. Então, nós firmamos o resultado de uma composição que envolvia Governo, oposição, entidades como ATEMPA, Simpa e o Conselho Estadual de Educação. Todas elas, Sr. Presidente, voltadas para o objetivo de consolidar o Plano, de melhorá-lo naquilo que fosse possível. E o possível são os limites que a legislação federal nos permite. E, além delas, Sr. Presidente, vejo que eu falo agora para a Casa, não para a plateia, não que os desconsidere, mas eles estão envolvidos em outros tipos de discussão nas quais não me incluo, especialmente, porque, como líder ocasional do Governo...

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Pergunto aos nossos visitantes se nós podemos continuar o nosso trabalho. Por favor, há um Vereador na tribuna, vamos ouvir a sua manifestação. Logo após a fala do Vereador, vocês podem fazer as suas manifestações. Devolvo a palavra ao Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu estava me referindo ao art. 8º da legislação já referida que, de uma forma muito clara e precisa, estabelece essa limitação. Eu leio na íntegra o art. 8º para que conste nos Anais da Casa. Não sei se neste momento...

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Vou segurar o seu tempo, Vereador. Por favor, pessoal, mais uma vez, eu peço, educadamente, vamos ouvir o Vereador na tribuna.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, mais uma vez eu tentarei lembrar à Casa que a matéria que nós estamos discutindo decorre do Plano Nacional de Educação, que no seu art. 8º, de forma expressa, diz que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão elaborar seus correspondentes Planos de Educação, ou adequar os planos já adequados em lei em consonância com as diretrizes, metas e estratégias previstas nesse Plano Nacional de Educação, num prazo de um ano, contados da publicidade dessa Lei. A publicidade dessa Lei ocorreu no dia 26 de junho de 2014, com o que o nosso limite, que impõe uma decisão até o 26 de julho do corrente ano, e isto é algo que a Casa não poderá deixar de fazer. Não pode ser contaminada por discussões razoavelmente aceitáveis, mas que, ocorrendo de tal forma, impeçam a nossa decisão.

A Casa tem que decidir, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, na conformidade, em consonância e respeito. Por isso, Sr. Presidente, concluo este pronunciamento, várias vezes interrompido, mas que ressalva, inclusive, a nossa colocação, enquanto líder do Governo – momentaneamente nessa posição –, de que não nos envolvemos pessoalmente no debate que aqui se trava, que é da mais ampla liberdade, para que as posições sejam consolidadas da forma adequada, que é através do voto, que trará a decisão da Casa. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Apregoo e defiro o Requerimento de autoria do Clàudio Janta, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 02 ao PLE nº 014/15.

Apregoo a Subemenda nº 08, de autoria da Ver.ª Jussara Cony, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

Apregoo a Emenda nº 13, de autoria do Ver. Dinho do Grêmio, ao PLE nº 014/15.

Apregoo a Emenda nº 14, de autoria do Ver. Clàudio Janta, ao PLE nº 014/15.

Apregoo o Requerimento de autoria da Ver.ª Jussara Cony, solicitando dispensa do envio da Subemenda nº 08 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo o Requerimento de autoria do Ver. Dinho do Grêmio, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 13 ao PLE nº 014/15 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO

Apregoo o Requerimento de autoria do Ver. Clàudio Janta, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 14 ao PLE nº 014/15 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO

Apregoo e defiro Requerimento de autoria do Ver.ª Jussara Cony, solicitando que seja votada em destaque a Subemenda nº 08 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

Apregoo e defiro Requerimento de autoria do Ver. Dinho do Grêmio, solicitando que seja votada em destaque a Emenda nº 13 ao PLE nº 014/15.

Apregoo e defiro Requerimento de autoria do Ver. Clàudio Janta, solicitando que seja votada em destaque a Emenda nº 14 ao PLE nº 014/15.

Em votação a Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15. (Pausa.) A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação da Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Companheiros e companheiras, explicando aos presentes, começou o processo de votação. A primeira votação é a da Mensagem Retificativa. Porto Alegre viveu um congresso municipal que discutiu, durante mais de um mês e meio, um processo que ocorria dentro das escolas, com os professores, os Conselhos, a comunidade escolar, a mensagem que foi encaminhada como o Plano Municipal de Educação. Nesse Plano democraticamente construído, vários avanços da discussão democrática foram apresentados, seja na questão da garantia da carreira, seja na questão das políticas de leitura, seja na questão da garantia do passe livre para estudantes da Rede Municipal. O Plano garantia matrícula para estudantes de Artes e de Música. O Plano garantia uma série de diretrizes que foram construídas no Congresso Municipal de Educação. E eu começo por essa questão, porque nós descobrimos as mudanças da Mensagem Retificativa, dois dias depois, sem ser construído com a Rede Municipal, sem ser construído com as entidades, sem ser construído com aqueles que participaram do Congresso, inclusive os Vereadores desta Câmara, como o Ver. Prof. Alex. Isso é muito importante, tão importante quanto a luta pela diversidade sexual. Porque tem a ver com uma concepção de uma rede democrática, que deu aula de democracia quando conseguiu, num processo de mobilização, pautar, na sua greve municipal, uma série de temas que dizem respeito à Educação: a terceirização das merendas e da limpeza que massacram as nossas colegas terceirizadas; as monitoras que não recebem salários adequados; a sobrecarga de trabalho dos professores da Rede; a ausência de recursos humanos específicos para orientação educacional. E o Governo, de forma unilateral, retirou vários pontos da valorização e da carreira e mandou Mensagem Retificativa para a Câmara de Vereadores. Então nós queremos fazer, sim, esse debate originário do Congresso dos Educadores. Porque nós temos uma concepção de que é necessário radicalizar a democracia de que é necessário romper com essa lógica da partidocracia apodrecida que está estabelecida no Brasil. Que faz com que os direitos humanos sejam negociados, que negociam ministérios e cargos que nem roupa, à revelia dos interesses municipais. Que tira o dinheiro das áreas essenciais para seguir financiando uma lógica de beneficiar os ricos e as grandes empreiteiras, como as enormes e nunca acabadas obras da Copa. Uma Cidade para atender os interesses das empreiteiras! Mas nós tivemos um processo democrático. E esse processo democrático não foi respeitado no conjunto, muito embora a Mensagem Retificativa, com 14 itens, repõe alguns temas da votação original do Congresso, como a questão da gestão democrática das escolas. Vocês acreditam que o Governo teve a capacidade de mandar para a Câmara de Vereadores a alteração da forma como as direções são eleitas na Escola Municipal há mais de 20 anos, impondo mérito e desempenho? Mas isso se voltou ao texto original do Congresso, que é votado numa emenda separada. E é por isso eu estou explicando a forma de votação. Tem uma emenda separada e um trabalho que durou muito tempo, de luta da Atempa, de luta do Simpa, de luta dos trabalhadores para repor a questão da gestão democrática das escolas. Nosso respeito, evidentemente, às conveniadas. E quero me dirigir às colegas das conveniadas, trabalhadores e trabalhadoras que todos os anos têm que fazer mobilização para aumentar os repasses miseráveis que o Governo manda para as instituições, porque , vocês sabem muito bem, que os salários são baixos, que a precarização que ele impõe é uma forma de não valorizar os profissionais da educação, sejam das entidades conveniadas. Nós queremos fazer esse debate porque o Governo tentou jogar conveniadas contra a Rede; conveniadas contra a educação pública, e, felizmente, todos nós nunca aceitamos esse debate, porque nós queremos, sim, respeito aos trabalhadores da educação; nós queremos, sim, mais construção de educação pública de qualidade; nós queremos mais EMEI no Município de Porto Alegre; nós reconhecemos o trabalho das creches, mas nós precisamos avançar em mais recursos para a educação, e precisamos avançar na garantia...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: ...eu sigo, porque o fundamentalismo nunca vai calar a minha voz; não me calarão, nunca me calarão. Aliás, nunca calarão o LGBT que aqui está; vocês podem querer manter a invisibilidade, mas o LGBT continuará lutando. O LGBT existe há 2 mil anos, em toda a história de sociedade humana, porque o amor é a forma mais bela da nossa essência. O que me preocupa é a doença do ódio de vocês.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação da Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15, pela oposição.

 

 A SRA. SOFIA CAVEDON: Eu encaminho a votação da Bancada do PT à Mensagem Retificativa, do Ver. Sgarbossa, Ver. Comassetto, Ver. Kopittke. A Mensagem Retificativa para nós foi um golpe na democracia, na gestão democrática da educação, com exceção da inclusão da Rede de conveniadas de educação, que veio corrigir. Não é corrigir, porque eu fiz a defesa da Rede no Congresso. Então, eu falo de cadeira porque não tenho duas palavras. Eu falei com a minha Rede Municipal de Ensino que nós tínhamos de reconhecer, e a votação foi bastante dividida. Não é que foi excluída; a defesa foi recurso público para a escola pública. Difícil para a Rede votar contra isso. Então, com exceção da inclusão da rede conveniada, que nós estamos lutando para que se possa fazer, que tenha recurso suficiente, que receba o recurso do Fundeb, que é o seu direito e que não recebe ainda, que receba a Emenda Popular que aprovou, no ano passado, R$ 2,5 milhões, porque essas instituições, quase 230, fazem um trabalho fundamental, atendendo mais de 20 mil alunos, de zero a seis anos. Com exceção disso, as outras mudanças são todas mudanças que tiraram conquistas da categoria, tentaram tirar conquistas da categoria – conquistas importantes, não da categoria, mas das comunidades escolares, seja a gestão democrática, seja o empoderamento dos conselhos escolares, a formação para que cada um dos segmentos membros dos conselhos escolares tenha condições de fiscalizar, de produzir uma boa escola, de participar do PPP, a formação para os membros do Fundeb, o Programa de Trabalho Educativo - PTE, que é um programa preciosíssimo - atendimento dos nossos jovens adultos com deficiência para incluí-los no mundo do trabalho. Estou citando alguns elementos que o Governo, depois do Congresso, entra com mensagem retificativa para retirar.

Quero dizer que nós – Ver. Pujol, Ver. Kevin, Ver. Cassio, Ver.ª Séfora, Ver. Delegado Cleiton, representando a base do Governo – discutimos, em muitos momentos com a presença da ATEMPA e do Simpa, e construímos um emendão, cuja cópia entreguei. Chamamos de emendão porque recompõe mais de 20 itens do Congresso, com algumas mediações, ajustes de redação, ajustes no prazo. Recompusemos. E a oposição fez duas emendas, juntando...

 

(Manifestações nas galerias.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Ah! - 6.5! Beleza! Nós construímos também uma nova redação para os 6.5, que trata da Educação Integral, garantindo que na escola seja com dinheiro público e que os convênios com as entidades da sociedade civil que contribuem para a educação integral, como já faziam com o Sase – é importante que a nossa Rede saiba como fazem no Projeto Cidade Escola, que atende nas suas entidades, é a oportunidade para a nossa juventude. Claro, o item 6.5 foi duro, mas nós construímos a emenda com o apoio da base do Governo.

Quero falar do que falta. Temos os itens 2.8, 2.7, 2.9, 2.10, 2.14, 2.17, 2.23, 8.4, 20.15 – todos são estratégias para garantir a aprendizagem dos nossos alunos e alunas. Estratégias, espaços de aprendizagem, como laboratório, como professor itinerante, como turmas de progressão, tempo para formação dos professores e professoras, núcleos, oficinas de cultura para os nossos alunos e alunas, porque a cultura é fundamental na construção de uma educação de qualidade. Tudo isso está sendo retirado pela mensagem retificativa. E não houve recomposição.

Então, temos duas grandes emendas. As estratégias da meta 4 são muito importantes para a inclusão, e também temos as Subemendas nº 05 e nº 04.

Chamo a atenção dos Vereadores: nós queremos recompor porque o congresso, que é sério, que tem compromisso com a educação de qualidade e sabe que nós já fazemos nas nossas escolas, nós queremos ampliar, qualificar e fazer com que Porto Alegre, de novo, seja precursora da melhor educação deste País. Vamos votar contra a mensagem retificativa, a favor das emendas, do grande emendão e a favor das emendas que recompõem o que estava fora.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

(Manifestações das galerias.)

 

A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, eu quero comunicar, como Líder de oposição, que a fala da Ver.ª Sofia Cavedon foi como Liderança de oposição, que foi cedido à Vereadora.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para encaminhar a votação da Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu falo, agora, neste momento, como Líder do Partido Comunista do Brasil. Antes de mais nada, cumprimento todos que estão aqui, e, de uma forma muito particular, os companheiros e companheiras que participaram do congresso ativamente e que agora, também nesse processo para buscar o acordo de retomada de alguns pontos estratégicos do congresso, estiveram conosco.

Nós, do Partido Comunista do Brasil, somos contrários à Mensagem Retificativa e vamos lutar, como já disse, até o último momento dessa tarde, para que nós possamos retomar metas e estratégias para garantir aquele plano construído no Congresso de Educação. Nós entendemos que o texto original do plano é resultado de uma discussão legítima, o Congresso de Educação, que, pela própria produção apresentada, deixa claro a maturidade do conjunto de delegados e delegadas. Seis Vereadores participaram desse Congresso como delegados, do qual nós participamos, acerca da educação pública, emancipatória, plural, universal, democrática e profundamente comprometida com aprendizagens com qualidade. Enquanto fator, isso é decisivo, porque é fator de desenvolvimento, econômico, humano, social, com soberania, com democracia. Se não tiver democracia, se não for respeito às diversidades nas escolas, se esse debate não se fizer de uma forma clara, tranquila, com uma educação para educação para libertação, como uma educação amorosa, como uma educação que não negue o amor, para isso que possa enfrentar o ódio. O projeto tem 23 metas, cada uma delas com muitas estratégias que tem o objetivo de produzir exatamente o alcance das metas.

A retificatória fere a própria essência do plano que foi a construção democrática; a retificatória desvirtua a essência do plano. Isso no nosso entendimento, por si só, já congrega forças para que não se alcancem as metas. Eu quero chamar atenção para isso, porque têm as metas. A retificatória nas diretrizes retrocede nas metas no sentido da conclusão e do alcance das metas do plano. O plano necessita, para o seu cumprimento, das inteligências, dos favores de muitos atores. Grande número desses atores estavam presentes no Congresso e estão aqui: seja o movimento comunitário, as entidades representativas LGBT, professores, mães, pais e alunos, a comunidade, a sociedade de Porto Alegre; por isso, quando eu falo, eu olho para esta sociedade que eu vi no Congresso, que discutiu e que está aqui. Está aqui deste lado. Então é isso que tem que se dizer. Esse congresso era aberto, quem convocou foi a SMED, foi o Governo Municipal, não participou quem não quis, não participou quem não tinha como enfrentar, através do seu fundamentalismo, a democracia do congresso, não tinha como enfrentar a educação libertadora que precisamos para esta Cidade, que, inclusive, é a Cidade do Fórum Social Mundial. Quem debateu exaustivamente o plano e produziu suas metas foram essas pessoas, foram inteligências, foram pessoas que trabalham na educação, foram pessoas que se conversam, pessoas que atuam diretamente e buscam a qualificação do ensino. O plano garante uma escola para todos e a formação dos professores e professoras para este ensino libertário, é disso que precisamos. A todos o que é necessário é uma educação universal, essas são as razões que levam o Partido Comunista do Brasil a se colocar contra a Mensagem Retificativa em sua essência e propor aqui emendas que vamos vir discutir uma por uma, que trazem novamente ao Plano Municipal as emendas subtraídas pelo Executivo e conquistadas, elaboradas, trabalhadas e identificadas com essa educação pela comunidade que participou do congresso. Quem não participou do congresso não veio porque não quis ou não veio porque não tinha condições de debate aberto e de debate pela libertação.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para encaminhar a votação da Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Caros colegas, venho aqui no tempo da liderança do PT, a professora Sofia já nos conduziu e nos deu a devida orientação, ela, que comanda aqui na nossa Bancada a discussão de educação, para nosso orgulho. Gostaria de fazer uma fala não sobre o tema que debatemos até agora, que é tão importante quanto este que vou tratar, mas gostaria, efetivamente, de aproveitar esse debate do Plano de Educação para fazer um debate de fundo sob novo contexto.

 

(Procede-se à apresentação em PowerPoint.)

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Até porque eu acho que alguns setores políticos e econômicos do País têm exatamente incensado as posições mais fundamentalistas, para impedir que se faça uma discussão de conteúdo, uma discussão sobre a questão econômica que envolve a educação e os avanços que precisamos conquistar na garantia dos recursos para a educação, que foi inclusive a grande luta de vários movimentos sociais nos últimos anos para a garantia de 10% do PIB para a educação. E eu acho que é fundamental, e talvez alguns aqui também queiram ter promovido esse discurso mais baseado no ódio para não fazer essa discussão sobre o que se avançou. E nós, como Partido dos Trabalhadores, temos, sim, muito orgulho. Alguns tentam esconder esse debate, e nós temos muito orgulho de ter multiplicado por cinco, em dez anos, o recurso para a educação, tanto a educação fundamental quanto o ensino superior, a pós-graduação e as creches no Brasil.

Eu gostaria de mostrar um outro gráfico. E o que também nos orgulha é praticamente mais do que ter dobrado, nesses dez anos, o número de estudantes no ensino superior. Essa é a grande revolução da qual temos, sim, orgulho. E vamos lutar, seja em que governo for, para que não haja retrocesso e o discurso neoliberal não volte a imperar no Brasil, retirando exatamente o dinheiro da educação, como o discurso neoliberal tenta fazer. Essa é a nossa luta. Essa é a nossa luta pelo Pré-Sal, para garantir os recursos do Pré-Sal, garantir o Pré-Sal na mão dos brasileiros, e não esse movimento que alguns tentam fazer. Inclusive nós temos aqui, neste momento, um dos representantes do discurso do ódio hoje na Assembleia Legislativa. Aliás, há muitas décadas não se via no Rio Grande do Sul um discurso de incitação ao ódio, um discurso que inclusive impede as pessoas de fazerem debates, como ocorreu na Assembleia Legislativa num debate promovido pela Deputada Manuela, em que um determinado grupo político simplesmente entrou com táticas fascistas impedindo o debate. Esses são os representantes que se dizem hoje da voz de Deus, mas na verdade são os representantes da intolerância e do fascismo na nossa sociedade. Por isso temos muito orgulho do que se avançou nesses dez anos de Brasil, se não houvesse ocorrido esses avanços, nós teríamos hoje uma educação superior totalmente privatizada; as universidades privadas já teriam sido totalmente fechadas, e nós não teríamos a garantia de verba para a educação. Por isso, a Bancada do Partido dos Trabalhadores traz esses dados com muito orgulho, mesmo que o obscurantismo não queria ver que a grande revolução, na verdade, é incluir as crianças e a juventude na escola e garantir o dinheiro para uma escola e uma educação de qualidade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE(Paulo Brum): Queremos registrar a presença no nosso plenário do Dep. Marcel Van Hattem, da Bancada do PP/RS. Seja bem-vindo.

O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para encaminhar a votação da Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, o Plano Municipal de Educação tem 23 metas e passa de mais de cem estratégias da educação do nosso Município. As metas vão desde a escola integral, desde a escola especial, elas vão desde a grade curricular, e nós temos até um projeto que tramita nesta Câmara, e as estratégias são centenas. Mas o que a gente vê hoje aqui é uma radicalização de tudo que a gente via na cidade de Porto Alegre. O efeito Gre-Nal que a gente vê na cidade de Porto Alegre sobre uma meta. Somente se discute na tarde de hoje uma das metas, o restante não interessa, ou no restante há consenso. Isso que eu queria entender, eu que sou um Vereador nem de situação, nem de oposição. Nós temos uma bancada aqui, da qual participamos eu e o Ver. Bernardino Vendruscolo e alguns Vereadores que são de partidos, mas é uma bancada independente. O Ver. Garcia quer saber quem são os Vereadores. Os componentes desta Câmara sabem. Nós queríamos saber, com relação ao restante das metas, se há consenso de toda a base do Governo e da oposição; se existe um consenso com relação às conveniadas, do Governo e da oposição; se existe um consenso da sociedade em geral sobre as conveniadas; se existe um consenso entre a base do Governo, a sociedade e a oposição sobre a educação especial; sobre a idade com a qual as crianças têm que adentrar nas escolas, se existe um consenso entre a sociedade e o que foi encaminhado para a Câmara de Vereadores.

Então, nós queremos começar a discutir as 23 metas, algo que acho que é importante para o público que nos assiste em casa, para público que nos segue nas redes, para o público que está aqui presente, não definindo lado nesta questão da meta 23, que é a última que nós vamos discutir. Eu acho que nós temos que discutir outros temas importantes para a educação. A questão das conveniadas é um tema importantíssimo para a educação de Porto Alegre. Eu vejo uma parte do plenário e até alguns colegas virem aqui e acusarem uma parte do plenário de ser sectária, utilizaram vários termos que eu me nego a repetir até, mas algumas dessas pessoas participam das conveniadas. Bom, eu acho que nós temos que começar a discutir esse critério, são essas pessoas que praticam a escola de tempo integral em Porto Alegre. Então, eu acho que nós temos que começar a discutir mais profundamente essa questão da educação. A educação é um conjunto de coisas que vem desde a casa das pessoas, da forma como os pais atuam.

Ocorreu um fato que me chocou muito há algum tempo: uma professora, lá em Viamão, fez uma grande campanha para pintar a escola. Pintou a escola, a escola ficou bonita; aí, uns três ou quatro alunos foram lá e picharam todo o colégio. E essa professora fez os alunos limparem a escola. Os pais desses alunos cobraram a atitude da diretora, que teve, durante seis meses, que pagar uma condenação com cesta básica.

Então nós temos que discutir essa educação que vem de casa. Não adianta darmos aula na escola sobre educação sexual, essa criança aprender na escola a respeitar a diversidade, aprender na escola a respeitar as diferenças, e, quando chega em casa, o pai e a mãe não ensinarem o respeito às diferenças. A coisa é bem complexa. Eu queria discutir as outras 22 metas e as mais de cem estratégias para a educação da nossa cidade de Porto Alegre. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Obrigado, Vereador. Registro a presença da Sra. Waleska, Secretária Adjunta da Secretaria da Mulher.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Professor Garcia, a Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 22 votos SIM e 07 votos NÃO.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 18h06min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum – às 18h56min): Estão reabertos os trabalhos.

Em votação a Subemenda nº 01, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15. (Pausa.) O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra para encaminhar a votação da Subemenda nº 01, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

O SR. PROF. ALEX FRAGA: Boa noite. Eu e a Ver.ª Fernanda Melchionna protocolamos a Subemenda nº 01 à Mensagem Retificativa, excluindo da redação da Mensagem Retificativa alguns itens, o primeiro deles com relação à estratégia 15.1, que determina que, em um ano, a Prefeitura deveria fazer um planejamento estratégico, entre outras coisas, justamente para a formação e valorização dos profissionais da educação no Município. Eu não vejo o que isto tem de ruim: analisar, verificar o nível e justamente proporcionar, a partir desse diagnóstico, alternativas que possam qualificar ainda mais os nossos professores, certo? Então, a supressão desse item é prejudicial, é danosa ao plano, altera significativamente algo que é uma estratégia positiva.

A 15.3, que também foi suprimida na Mensagem Retificativa, estabelece que, no primeiro ano de vigência do Plano Municipal de Educação, uma constituinte municipal da educação deveria ser estabelecida, justamente para estabelecer as diretrizes da gestão democrática na formação e valorização dos profissionais de educação. Por que não estabelecer mecanismos de comunicação, de diálogo, opinativos. Eu não vejo como negativas essas pautas trazidas pelo Plano Municipal de Educação, construídas a partir do amplo debate de comunidades escolares, de organizações não governamentais, de vários setores da sociedade civil. Então nós temos, a partir dessas supressões, prejuízos graves quanto à qualificação e à valorização dos profissionais da educação do nosso Município. É necessário que tenhamos estratégias, planejamentos; que saibamos as condições das nossas escolas. Muitos desses mecanismos instituídos nas estratégias da meta 15, ao serem suprimidos, vão prejudicar o bom andamento desse tipo de iniciativa.

Continuando, excluir a alteração da estratégia 15.5, que fala sobre a formação dos trabalhadores em educação. Gente, por que várias dessas propostas que visam a qualificar as nossas escolas e a nossa educação são retiradas do plano? Será que o Executivo, o Prefeito e a sua Secretária de Educação, não se preocupam com a qualidade dos profissionais, com a qualidade do ensino que é oferecido neste Município? Isso não é danoso. Por favor! Há uma necessidade de qualificação constante, e todos somos favoráveis a esse tipo de iniciativa. Eu não vejo como positiva a supressão dessa parte do texto, de forma alguma; e, por isso, a Ver.ª Fernanda Melchionna e eu propusemos essa subemenda, devolvendo ao Plano Municipal de Educação essas conquistas, essa garantia de que nós, professores de educação, seremos qualificados.

Nós não podemos pensar em retrocesso em termos educativos, temos que avançar sempre, temos de nos atualizar! Justamente esse tópico – atualização, capacitação e valorização do professor – está sendo diretamente atacado; por isso, gostaríamos de devolver essas emendas para qualificar ainda mais, continuamente, as nossas escolas. Eu não consigo entender como negativas essas propostas, me desculpem. Eu não sei os argumentos que cada um dos Vereadores tem, mas a concordância com essa supressão ou com a manutenção dessa supressão é danosa às escolas, às futuras gerações, ela é danosa ao ensino em geral. Por favor, Vereadores, analisem com carinho essa nossa subemenda.

Tem mais uma aqui que separei, só para finalizar. A meta 2, estratégia 2.30 visa a articular o Plano Municipal do Livro e da Leitura às ações das escolas de Ensino Fundamental e às comunidades por ela assistidas, destinando verbas para a consolidação de pontos de leitura comunitários junto às equipes de bibliotecas escolares, faculdades, escolas técnicas de biblioteconomia, aos mestres de saber os locais ao protagonismo juvenil e associações comunitárias das referidas comunidades. Ler agora e incentivar a leitura é ruim? Não devemos, então, nos preocupar que, a cada geração, a cada ano, a leitura virtual se sobrepõe à leitura física de obras da nossa literatura? Uma boa noite, eu espero o apoio dos Vereadores à nossa subemenda. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação da Subemenda nº 01, destacada, ao PLE nº 014/15.

 

O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, verifique aí que eu assinei um destaque a essa emenda. Primeiro, meus colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores educadores aqui presentes, sociedade que nos assiste, até o momento, não entendemos o porquê do Governo ter feito uma emenda para retirar essas estratégias que foram mandadas no projeto para esta Casa pelo próprio Governo, as quais são fruto do debate que foi feito na sociedade, coordenado pelo próprio Governo endereçadas à Secretaria da Educação. E o que dizem essas estratégias que estão sendo retiradas? Todas elas estão direcionadas a organizar o Plano Municipal de Educação e estabelecer políticas de diversas formas. E eu vejo aqui na frente, a maioria das entidades que ali estão são conveniadas com o Município. E olhem só a estratégia que o Governo está retirando, a 15.4 dizia o seguinte: Estabelecer parcerias com definição das obrigações recíprocas entre instituições públicas, comunitárias, confessionais ou filantrópicas, sem fins lucrativos de educação superior, os movimentos sociais e populares, associações e grupos da sociedade civil organizada, existentes no Município, para atender às necessidades e demandas apontadas no planejamento estratégico de formação e valorização dos profissionais da educação em regime de colaboração com profissionais das áreas da Saúde e Assistência Social, e assim por diante. Essa é uma delas. A outra: estabelecendo o primeiro ano de vigência do Plano Municipal de Educação de Porto Alegre, um planejamento estratégico para formação e valorização dos profissionais de educação no Município, sob a coordenação da SMED.

Eu acredito que todos esses princípios que aqui estão, Ver. Pujol, que foram elaborados pelo próprio Governo, em debate com a sociedade, são importantes e significativos. Não trazem nenhum prejuízo para o Plano Municipal de Educação, pelo contrário, eles apontam uma forma de valorizar os profissionais, de valorizar os convênios existentes, eles apontam formas de organizar o Plano Municipal de Educação de Porto Alegre. Por isso o próprio nome está dizendo, são estratégias. E a sua origem chegou nesta Casa, oficialmente, vinda do Governo Municipal, através de uma construção que foi feita nos debates, seminários, nas reuniões construídas, mas foi o Governo quem enviou. E depois de estar aqui, agora pede para retirar, ou seja, suprimir. No nosso entendimento a supressão dessas estratégias, para cem por cento do público que está nos assistindo aqui, é prejudicial. Por isso a razão de mantê-las... Quem vaiou não entende o que está sendo suprimido aqui. Quem vaiou não entende, porque as entidades que estão aí são conveniadas, e a diretriz que está aqui fortalece esse conveniamento existente. E não fomos nós que construímos, foi o Governo que construiu com as entidades. Portanto, este conjunto... E não é uma só, prezado Manfro, é um conjunto de diretrizes. Construir um plano sem dizer como é que ele vai ser executado, quais são as estratégias para a sua confecção, assim fica uma lacuna.

Portanto, Sr. Presidente, eu concluo dizendo que entendemos claramente que essas emendas suprimidas são importantes, interessantes e estratégicas para que o Plano seja bem implantado e para que se consiga ter eficácia na relação do Executivo com a sociedade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação da Subemenda nº 01, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Presidente Paulo Brum, na verdade, fui contemplada pela intervenção do Ver. Prof. Alex, que falou sobre o conjunto de emendas que nós destacamos para voltar ao texto votado e discutido no Congresso Municipal, que foi uma conquista da rede desrespeitada pelo Governo Fortunati.

Eu me inscrevi para falar sobre a estratégia 16.3 que não deu tempo; o senhor, Ver. Prof. Alex, falou de todas as outras. Então, eu vou falar da 16.3, que eu acho que é muito importante e que também foi retirada pelo Governo Municipal. Ela previa a liberação dos professores para apresentar projetos, trabalhos científicos, conclusões de pesquisas, em congressos, na sua área de atuação. Eu não consigo acreditar que haja um governo capaz de atacar uma política de formação continuada e de valorização dos professores da rede municipal. Aliás, rede extremamente qualificada, não por boa vontade do Governo, mas pela militância e pelo estudo cotidiano dos nossos colegas professores municipais. Eles estão fazendo, neste texto, a retirada da possibilidade de uma série de medidas de valorização dos professores e de qualificação de projetos científicos e acadêmicos que acontecem em várias áreas.

Aliás, eu tinha esquecido de falar no caso do estudo de gênero desde a década de 1970. O fundamentalismo está meio atrasado no Brasil, porque, desde a década de 1970, se estuda gênero nas universidades brasileiras. Eu tenho aqui uma carta de muitas universidades apoiando a luta para inclusão da identidade de gênero e da política de estudo de gênero. E eu quero também falar uma coisa que me preocupa muito, porque parece que Porto Alegre não tem governo. Onde está a Secretária Cleci? Onde está a Secretária Cleci neste momento em que a Câmara de Vereadores discute e vota o Plano Municipal de Educação? (Palmas.) Porto Alegre não tem Secretário? Tem Secretário de Educação, Secretária! É importante a linguagem inclusiva! Mas a Secretária tinha que estar aqui discutindo com o conjunto dos trabalhadores em Educação da Rede Municipal e com o conjunto dos Vereadores! E eu acho, sinceramente – quero dizer para vocês –, que não teriam autoridade nenhuma em alterar a discussão democrática de um congresso garantido e discutido com a Rede Municipal. Porque eu acho que, quando a gente discute democracia, a gente tem que respeitar as formas de como essa democracia se expressa. E essa democracia foi conquistada pelos professores da Rede Municipal, democracia essa que foi uma conquista e que está sendo tolhida em várias emendas. Então nós precisamos recolocar isso no texto de novo. Eu quero fazer esse chamado, para os Vereadores e para as Vereadoras, falando que nós vimos, no Brasil, durante muito tempo – e seguimos vendo porque as latências de junho de 2013 ainda seguem presentes –, uma luta permanente de que a podridão desse modelo político brasileiro não representa. E eu acho que o fato de se rasgarem as deliberações de um Congresso, pela SMED, é uma forma de atacar um conceito que para nós é fundamental, conquistado pela Rede Municipal, que é a democracia nas suas decisões com os Conselhos Escolares, com a comunidade escolar, com a discussão democrática entre aqueles que participaram, durante um mês meio de discussão, para colocar no nosso Plano Municipal de Educação os direitos civilizatórios. Tem também a questão da leitura que esta Câmara aprovou o Plano Municipal do Livro e da Leitura, por unanimidade, e o Governo está tirando – e nós estamos recolocando a emenda – as verbas do Plano Municipal. E o Plano Municipal é: a possibilidade de ter livros nas nossas escolas; de ter políticas que incentivem a formação e o hábito pela leitura; e ter políticas para garantir com que a gente abra os horizontes. Porque toda vez que vejo as vozes da intolerância e do fundamentalismo gritarem para mim, eu tenho certeza da importância da educação, da importância do livro e da leitura, da importância das lutas por liberdades democráticas e da importância histórica do enfrentamento, que nós vamos fazer com aqueles que não aceitam, não aceitam os outros.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a Subemenda nº 01, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15, pela oposição.

 

 A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores a Mensagem Retificativa, depois do grande acordo que nós conseguimos fazer, ela ainda retira itens que são muito importantes para nós. E nós nos dividimos nas poucas possibilidades de emenda que têm na Ordem do Dia, apenas duas por bancada. O pessoal está destacando essas, nós estamos destacando outras. São 18 estratégias oriundas do debate do Congresso Municipal de Educação, da construção da Rede Municipal de Ensino e que visam à qualidade da educação no Município de Porto Alegre. Nós não conseguimos entender e discutimos exaustivamente com o Governo – nessas cinco, seis reuniões que tivemos –, porque não é possível os professores apresentarem os seus trabalhos, o seu acumulo, a sua reflexão e ouvirem outros trabalhos, acúmulos e reflexões para se qualificarem, Ver. Bosco, em simpósios, em congressos, em seminários. O que é o profissional da educação se não pode participar do debate da sua área, se não tem isso garantido para construir uma educação atualizada, para construir a recriação, a avaliação da sua prática? A educação vive disso; a educação precisa de formação. Nós, inclusive, tentamos formular uma redação um pouco mais light, e o Governo diz que desde que seja garantido o atendimento ao aluno. E nós aceitamos, tudo bem. As escolas garantem o atendimento ao aluno. Mas, não, o Governo insistiu que queria controlar e ele determinar como o aluno seria atendido. Aí, não é possível! A autonomia das escolas, a construção que cada escola tem... Então, nós não chegamos a uma redação alternativa, e, lamentavelmente, essa garantia está fora, porque foi aprovada a Mensagem Retificativa. Nós queremos recompor a possibilidade, pois essa é uma luta dos trabalhadores em educação, e quem discursa educação de qualidade tem que, na prática, garantir que a educação seja de qualidade. E não existe educação de qualidade sem formação, sem debate pedagógico.

Eu quero aqui frisar – e não é para me alongar: vejam que estes quatro itens não trazem gasto para a Rede Municipal de Ensino, para o Município de Porto Alegre, porque é formação em Ensino Superior, inicial e continuada, inclusive da Rede Conveniada, que nós queríamos garantir. Nós propomos uma forma de articular com as instituições de Ensino Superior. Hoje, o Governo Federal tem o Parfor – Plano Nacional de Formação de Professores em Educação Básica, tem possibilidade de a Rede participar, de os professores públicos participarem da formação. A gente não vê nenhum envolvimento do Governo Municipal para garantir essa formação através das instituições do Ensino Superior, ou seja, não é gasto. Esses itens não têm gasto. Apenas dá trabalho; dá trabalho fazer um diagnóstico, ver qual é a formação, possibilitar aos professores mestrado, doutorado, poderem fazer especialização quem não tem, e isso é condição para uma educação de qualidade. E nós não entendemos por que a SMED está tirando de um Plano para dez anos! Dez anos da educação em Porto Alegre! Se é que não tem que ter um diagnóstico de qual é a formação que as Redes Municipal e Estadual e privadas têm, sim, porque entendemos – aqui está a nossa Rede Conveniada – o quanto lutamos para garantir lá na UERGS a formação para os educadores populares. Teve na PUC curso para Educação Popular. Nós estamos tentando entrar na Universidade Federal, e não tem envolvimento. E a SMED, com isso, está retirando, pela mensagem retificativa, o que o Congresso construiu porque sente a necessidade, porque a Rede quer estudar, a Rede quer se especializar, a Rede quer enfrentar os desafios que ela não consegue sem estudo, porque é difícil, mesmo, superar os novos impasses da aprendizagem no século XXI. Então, isso é uma construção do Congresso Municipal. Linda! E nós fazemos um apelo aqui à Câmara de Vereadores: vamos recompor! Recompor no Plano para dez anos, e isso não implica nenhum centavo do Município. Implica trabalho, vontade de articular, vontade de trabalhar, porque os recursos para o Ensino Superior vêm do Governo Federal. Aliás, o Governo Municipal tem que rever é a renúncia fiscal que faz no Unipoa, que é de R$ 3 milhões ou R$ 4 milhões/ano, que são vagas para ensino superior e que não são para a nossa Rede, não são para as nossas escolas, não é para os professores, é para os alunos em geral, para cursos que não têm a menor relevância para o Município de Porto Alegre. Aliás, convênio esse que eu já denunciei no Tribunal de Contas e ao Conselho Municipal de Educação. Então, isso aqui não tem custo, é falta de vontade política, de articular a formação necessária para a educação de qualidade no Município de Porto Alegre.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para encaminhar a votação da Subemenda nº 01, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu estou recebendo um recado do Ver. João Bosco de que ele não está com fome e ficaremos aqui até votar esse plano todo.

A Ver.ª Fernanda fez uma cobrança sobre onde está a Secretária de Educação. Posso-lhe dizer, Vereadora, com todo o respeito. Quando o Governo vem aqui para o plenário, secretários ou alguma coisa, V. Exa. reclama que o Governo está se metendo. Ela participou da discussão de todo esse plano. A Secretaria participou e mandou...

 

(Manifestações das galerias.)

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Principalmente em tempo de falar de educação, é bom a gente falar. Estou dando uma resposta educada para a Ver.ª Fernanda...

 

(Manifestações das galerias.)

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Então, Vereadora, eu penso que a Secretária Cleci não tinha que estar aqui mesmo no plenário. Encaminhou o projeto do Executivo e quem tem que discutir somos nós. Somos nós, sim! Nós representamos a cidade de Porto Alegre, senão não viria para cá. Senão, tudo seria decido no congresso, ou sei lá o nome que se dá, na conferência.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Olha, quero dizer para vocês que não fico nervoso quando sou vaiado, e nem quando sou aplaudido. Dito ou explicado por que a Secretária Cleci não precisa estar aqui, eu também quero dizer que não vou votar nesta Subemenda, porque nós acabamos de votar e aprovar o Substitutivo, há dez minutos, então não vamos ficar votando e desvotando, isso é brincadeira para a plateia. Não é isso! Vamos votar de novo como votamos antes. E também quero dizer à Ver.ª Sofia Cavedon que o dinheiro do Governo Federal é duvidoso, porque se tivesse mesmo, m, eles pagariam o Fies, que não estão pagando, deixando um monte de estudantes pela metade do caminho. Então não vem prometer nada do Governo Federal, que não é sério. O Governo Federal não dá nada, promete e não paga. Então vamos parar com essa brincadeira. O Governo Estadual também está sem dinheiro, mas pelo menos diz, e não promete. Então acho que não precisamos mais discutir. Eram somente esses dois recados que queria dar, por que a Secretária não está aqui e porque não dá para levar a sério as promessas da Ver.ª Sofia, de Governo Federal que não cumpre.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Obrigado, Vereador.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Comunico aos Srs. Vereadores que, com a aprovação da Mensagem Retificativa, ficaram prejudicadas as Emendas nº 11 e nº 12. A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para encaminhar a votação da Subemenda nº 01, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Talvez eu venha aqui, neste momento, antes de mais nada, para dizer por que é que nós precisamos discutir, sim. Nós precisamos, Ver. Cecchim, discutir. E nós da oposição temos colocado emendas porque esta Casa é um poder independente. Nós precisamos discutir em respeito ao congresso da educação, que pautou um processo democrático importante no sentido da educação que queremos para a cidade de Porto Alegre.

E venho aqui trazer apoio a esta Emenda, porque nós da oposição estamos trabalhando no conjunto, particularmente em nome das nossas bancadas – a Fernanda pelo PSOL, a Sofia pelo PT, e eu pelo PCdoB. Nós participamos de um processo que resultou na retomada de 24 estratégias fundamentais para garantir a retomada do processo do Congresso. Agora, há outras que não. Nós temos uma estratégia, sim, de buscar aqui não só em relação à Mensagem Retificativa, mas principalmente retomar o Plano elaborado pelo Congresso. Essa é a nossa estratégia necessária. É necessária porque queremos socializar as decisões do Congresso e também socializar para a cidade de Porto Alegre o que está acontecendo aqui. E também marcar um processo onde a Câmara Municipal esteja resgatando a sua independência como poder. Era só o que faltava dizer: que nós não podemos colocar emenda, nem podemos discutir! Isso não é garantir autonomia e independência do Poder Legislativo Municipal. E é por isso, Ver. Cecchim, que nós estamos aqui.

Então, estamos apoiando todas as metas já apresentadas pelo Prof. Alex, pela Fernanda. E quero destacar aqui, exatamente na justificativa de vocês, dois itens que são fundamentais entre todos eles: retomar o texto original, diferentes estratégias, porque aí é que nós podemos garantir a efetividade da meta, porque, se nós não tivermos as estratégias, a meta é para inglês ver. Nós não queremos metas discutidas num congresso sem estratégias para aplicá-las e garantir essa educação. Por exemplo, a meta 15 do Plano estabelece uma política de formação e valorização dos profissionais de educação. Há setores aqui que estão querendo impedir essa política na dimensão histórica que ela tem que ter neste momento na sociedade. A Emenda 23 mostra isso e a discussão já feita. Item 16.3 - fica fortalecida uma política que é fundamental, que incentiva a participação dos professores e funcionários da educação em congressos. Eu sou farmacêutica. A nossa participação em congressos, assim como a dos professores... Nos congressos, inclusive sob a ótica dos professores, o que se leva? Levam-se elaborações, projetos, processos trabalhados com a comunidade para a troca de conhecimento. Ora, impedir professor de participar em congressos, de apresentar o interesse de uma Nação, avanços através de processos, à luz da realidade objetiva das escolas, feitos com a comunidade, é um retrocesso, não é democrático. Em relação ao item 2.30 - articulação entre o Plano Municipal de Educação e o Plano Municipal do Livro de Leitura: aqui há transversalidades. A leitura é fator de cultura, de conhecimento, de aprendizado, de sedimentação da língua nacional. Através da leitura, nós temos, por parte do aluno, cada vez mais conhecimento histórico, a cultura. E esta é um incentivo que nós precisamos dar hoje aos nossos alunos, no sentido de que a leitura seja um fator de transformação de conhecimento da diversidade e da beleza da literatura nacional e de outras literaturas. Nós queremos formar o homem e a mulher universal, não apenas aqueles que parece que entram numa caixinha e sai todo mundo igual, não é isso. Então, é por isso que nós estamos defendendo essa Emenda, e por isso que eu venho, em nome do PCdoB, dizer: esta Câmara tem autonomia. Nós vamos botar tantas quantas emendas forem necessárias para garantir a retomada do Plano.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE(Paulo Brum): Em votação nominal, solicitada pelos Vereadores Engº Comassetto e João Bosco Vaz, a Subemenda nº 01 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 09 votos SIM e 20 votos NÃO.

Em votação a Subemenda nº 02, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15. (Pausa.) A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para encaminhar a votação da Subemenda nº 02, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15, como autora.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Eu volto a esta tribuna como Líder da Bancada do PCdoB para encaminhar uma emenda minha à Mensagem Retificativa, que exclui as alterações propostas pela Mensagem Retificativa Parcial ao PLE nº 014/15, da Estratégia do item 18.1, da Meta PMEPOA 18; e a Estratégia item 19.28 da Meta PMEPOA 19, mantendo o texto original do projeto. O que é essa emenda? A proposta da presente subemenda é manter o texto original do Plano Municipal de Educação conforme foi aprovado no Congresso Municipal de Educação.

Já disse há pouco que nós viremos a esta tribuna todas as vezes com as nossas emendas – a oposição tirou essa estratégia –, buscando a retomada do texto do congresso democraticamente considerado e realizado pela sociedade organizada. Aliás, a mesma sociedade que repudia o PL nº 4330, que é o projeto da terceirização. Isso aqui se trata de terceirização! Não garantir essa emenda é terceirizar o serviço público! Educação é direito de todos e dever do Estado; portanto, de natureza pública! Nós sabemos os efeitos da terceirização!

Também a revogação da exclusão do texto supracitado se justifica exatamente por isso, como combate e antídoto à ampliação da terceirização nos serviços públicos essenciais. Educação é um; saúde é outro. Será o caos na saúde; será o caos na educação! A terceirização tem sido a maneira legalizada de precarizar o trabalho, com condições inadequadas, empresas terceirizadas que descumprem as legislações trabalhistas, que exploram os trabalhadores e afetam, dessa forma, a qualidade do ensino, a qualidade da educação, as relações de trabalho, sob a óptica da exploração dos trabalhadores. A educação, assim como a saúde – eu sempre coloco a saúde junto, primeiro, pela transversalidade e até como profissional de saúde –, é política de Estado; portanto de natureza pública. A nossa concepção, e mais do que concepção, a nossa luta é para que as políticas públicas essenciais e estratégicas sejam constituídas como direito de todos e dever do Estado. Nós não queremos em Porto Alegre, nós não queremos para a educação, não queremos para a saúde, não queremos para todas as políticas públicas o resultado da nefasta votação no Congresso Nacional do PL nº 4.330, aliás, desarquivado por aquele que chamo desarquivador-mor de tudo o que não presta para o Brasil, que é o Eduardo Cunha, do Partido do Ver. Cecchim, que inviabiliza o Brasil. E terceirização é precarização do trabalho e consequentemente precarização da educação.

Essa emenda visa naturalmente a evitar esse mal, que é a perda dos direitos dos trabalhadores e a impossibilidade de locais de trabalho com qualidade de ensino numa política que, por ser política de Estado, tem natureza pública, é pagar para as terceirizações por um trabalho que inviabiliza a educação com dinheiro público em vez de investir em educação para escolas com qualidade, para professores com dignidade. É disso que se trata.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação da Subemenda nº 02, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; queria chamar a atenção dos nobres Vereadores, destacamos esta emenda com a quota do PCdoB, separadamente, porque nós estamos vivendo um drama que já passou dos limites no tema da terceirização, da limpeza e da cozinha das escolas municipais de Porto Alegre. E passou do limite porque está conturbando a vida escolar, está causando comoção entre o grupo de professores, alunos porque colegas que trabalham ao lado nosso, que somos do quadro, não recebem às vezes o vale-alimentação, nunca sabem quando vão receber o salário, que é muito baixo, as empresas ou cooperativas que ganham o contrato desaparecem no meio ou no final do contrato quando acham que começam a perder lucro, somem, não garantem a rescisão, não garantem férias, quando ganha a cooperativa, elas deixam de ter carteira assinada. Então temos colegas em subtrabalho, subemprego, beirando a trabalho escravo dentro da escola municipal. É isso o que está acontecendo! São quase mil mulheres, na sua maioria.

Eu, que falo aqui com os representantes do Governo, sei que as gurias que estão representando a SMED gostariam muito que isso mudasse, porque não dá mais para conviver com isso, que não faz parte de uma educação de qualidade. Nós precisamos de trabalhadores que também sejam educadores, que possam participar da discussão do Projeto Político-Pedagógico, que sejam do quadro permanente da escola. O aluno, na hora em que se depara com o auxiliar de limpeza, tem que se deparar com uma relação de aprendizagem, tem que aprender a preservar a sua escola. O aluno tem que ter uma interferência, lá na alimentação, com a cozinheira, com a auxiliar de cozinha, muito sintonizada com o Projeto Político-Pedagógico.

Para nós, todos os espaços da escola são educativos; todos os adultos são educadores. O que a gente tem, hoje, além da superexploração de trabalhadores, da insegurança, da demissão, da readmissão, da demissão, da readmissão, porque acabam sendo as mesmas, mas sem estabilidade, então entram em outras empresas... É um desrespeito! Elas não têm contracheque, não têm informação sobre a sua vida, sobre o auxílio-creche, sobre o INSS. Aliás, às vezes, depositam o INSS; outras vezes, não, assim como o Fundo de Garantia. É muito severo!

Ao lado disso, há o problema do prejuízo pedagógico, do caráter itinerante dessas trabalhadoras – quando conseguem arranjar outro emprego melhor, elas saem, abandonam –, da não qualificação. Então, quanto aos cursos que o setor de nutrição dá para as funcionárias, ou vão ser desperdiçados, porque elas vão embora, ou elas não se interessam, ou elas não têm um envolvimento permanente dentro da escola, como tem que ser.

A proposta não é imediatamente, mas, em dez anos, progressivamente, substituir por quadro permanente. Não é um absurdo, é necessário, Ver.ª Mônica Leal, e a maioria são mulheres. Nós entendemos que esse item, como uma projeção, como uma meta municipal para dez anos, é muito importante resgatar, Ver. Professor Garcia. Nós não queremos chegar à pauperização da educação que Porto Alegre vai beirando quando vai fragmentando, fragilizando, empobrecendo a garantia de recursos humanos qualificados, respeitados e pagos dignamente. Então faço um apelo, porque essa foi a construção do congresso de educação. A SMED e a Prefeitura mandaram o texto para cá, veio com referendo do Conselho Municipal de Educação e está sendo retirado pela Mensagem Retificativa. Eu acho que isso é um desrespeito, é uma lamentável interdição de uma construção de um diagnóstico que é comum a todos nós. É preciso mudar o quadro de degradação das pessoas, do sujeito, dos seres humanos que trabalham conosco, lado a lado, lá na escola, junto aos nossos alunos e alunas. Então, pelo fim da terceirização dentro da escola municipal – este é o item – em dez anos. Ver. Villela, fazemos um apelo para reconstituir essa estratégia, que é muito importante no contexto, mas principalmente na construção que temos da dignidade do trabalhador municipal aqui em Porto Alegre.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra para encaminhar a votação da Subemenda nº 02, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

 

O SR. PROF. ALEX FRAGA: Venho a esta tribuna para defender a subemenda proposta pela Ver.ª Jussara Cony, visto que o assunto é efervescente. A questão das terceirizações, para qualquer trabalhador, é um tema muito delicado. Nós sabemos que trabalhadores de empresas terceirizadas têm justamente ganhos inferiores, rendimentos inferiores àqueles dos concursados. Nisso aí, já temos um prejuízo direto aos trabalhadores, aos profissionais que prestam serviços nas nossas instituições de ensino. Nós temos, como foi bem destacado pela Ver.ª Sofia, pessoal que presta serviços de limpeza, pessoal que presta serviços de cozinha, que são, justamente, serviços imprescindíveis para o bom funcionamento de uma escola. Agora, esta é a questão toda: se há prejuízo a esses trabalhadores, e a rotatividade por conta disso é muito grande, não dá tempo desse profissional – que é um profissional que estabelece um vínculo com os alunos, com os professores, com a comunidade escolar – manter esse vínculo, logo ele estará fora, procurando uma alternativa de renda, porque os salários pagos são baixos – quando pagos. Boa parte das empresas que prestam serviços terceirizados jogam com o dinheiro que recebem, por exemplo, recebendo da Câmara de Vereadores e pagando funcionários de um outro local, de um outro estabelecimento. Isso aconteceu este ano aqui na Câmara de Vereadores. As moças e os rapazes que trabalham no serviço de limpeza da Casa ficaram mais de uma semana sem receber o seu salário e um tempo maior ainda sem receber o vale-transporte. Isso é uma afronta, isso é um atentado contra o trabalhador! Isso é imoral – muito bem destacado por alguém da plateia. Muitas vezes, nós discutimos temas que são supérfluos nesta Casa, e temas de grande relevância são tratados desta forma: apressadamente, sem um fórum de discussão em que a Câmara possa ouvir a comunidade. A Mensagem Retificativa que retirou esses dois itens que estamos tentando recolocar no Plano Municipal de Educação chegou aqui na Câmara de Vereadores com menos de 24 horas da apreciação pela reunião conjunta das comissões. A reunião aconteceu na quarta-feira da semana passada, teve início às 14h na Câmara. Porém a Mensagem Retificativa com todas essas remoções chegou na terça-feira anterior, às 17h30min. Desesperadamente, nós nos debruçamos sobre essas alterações para fazer a análise do que sobrou do Plano Municipal de Educação – do que sobrou, porque ele foi dilacerado, rebentado! A construção democrática que aconteceu desde o ano passado e finalizou em abril deste ano – em abril! – foi enviada como Mensagem Retificativa somente na terça-feira passada! E nós estamos aqui votando. Aprovaram a Mensagem Retificativa com o quê? Uma semana de discussões aceleradas de tentativas de negociações para ver se conseguimos salvar alguma coisa? Isso é um desrespeito ao processo democrático! Isso é criminoso! Então, eu venho à tribuna para tentar entrar na mente, sensibilizar os colegas desta Casa para que analisem: temos muitos retrocessos a partir da Mensagem Retificativa, vamos tentar avançar um pouco mais.

Para finalizar, Sr. Presidente, Porto Alegre não precisa e não deve se contentar em chegar até as metas estaduais ou nacionais, se nós já estamos à frente em alguns tópicos, continuemos à frente e avancemos mais. Retrocesso não. E não à terceirização. Um abraço a todos. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação a prorrogação da Sessão por mais 2 horas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADA.

A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar votação da Subemenda 02, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: No debate está bastante claro que a Emenda trata da terceirização da rede que tem sobrecarregado as trabalhadoras terceirizadas, que ganham baixos salários. A terceirização, que nós combatemos também no Congresso Nacional com o Projeto nº 4.330.

Eu apenas pedi para falar pelo PSOL, porque eu gostaria de responder ao Ver. Cecchim. Nós sempre fazemos o debate público na tribuna, quando o Ver. Cecchim falava sobre a questão do Fies e dos cortes de verba da Educação, o Vereador não falou. Eu vou falar aqui dos cortes da Dilma na Educação, um verdadeiro massacre às universidades federais, em que, neste momento, os trabalhadores estão em greve, aqui no Rio Grande do Sul, que o Governo está massacrando e arrochando salários – o Governo Federal – e os professores, em várias universidades. Eu só queria lembrar ao Vereador que o PMDB é Vice da Dilma e é parte desse bloco de governo que tem feito uma política para financiar e seguir mantendo a taxa de lucro dos banqueiros, dos grandes empresários, da sexta economia do mundo – sexta economia do mundo, gente! E cujo índice de desenvolvimento humano é um dos índices mais baixos em relação ao acesso à Educação, ao saneamento, à moradia digna.

Então, eu queria fazer este registro, porque eu acho que como é uma Casa política, nós precisamos também mostrar de que partimos somos e como atuamos no Congresso, como atuamos na Assembleia Legislativa e como atuamos na Câmara de Vereadores. Nós, felizmente, temos orgulho da nossa coerência. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para encaminhar a votação da Subemenda 02 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Eu não digo que fico feliz por esta recepção, eu fico feliz por estar aqui e olhar vocês de frente, cada um fazendo e defendendo as suas ideias.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Eu quero dizer que, se for temporário, quando eu me aposentar, vai ser pelo INAMPS, só pelo INAMPS! Não é igual a muitos que vão “ganhar vitalício”. Eu me aposentarei pelo INAMPS sem problema nenhum!

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Quando nós estamos discutindo o 18.1, só para esclarecer quem são os conveniados, tem gente aqui conveniada. Olhem a arapuca que eles querem empurrar para vocês! Olhem a arapuca! Eles discutem o 18.1 para empurrar o 19, que proíbe a contratação de conveniados! Está escrito!

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Está escrito! Está escrito! Então é só para fazer essa constatação. O pessoal faz um discurso, mas esconde a parte pior. Eles escondem! Eles escondem! Mas aqui ninguém vai se deixar enganar! Ninguém vai se deixar enganar! Então esse item nós também vamos votar contrariamente. Agora, eu queria fazer um agradecimento à Ver.ª Fernanda Melchionna, que falou aqui sobre o Governo Federal e sobre a participação. Vereadora, nós podemos falar sobre o Governo Federal porque temos coerência!

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Nós temos coerência, Vereadora. Nós criticamos sempre! O PMDB realmente é Vice, mas eu nunca me dobrei ao PT e ao PMDB nacional aqui! Nunca!

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Eu não vou chamar vocês de mentirosos! Podem provocar! Eu não vou chamar! Eu não vou chamar, até porque muitos de vocês se iludem, e eu respeito. Eu respeito! Então vamos deixar assim! Eu só queria fazer estas duas coisas: alertar, para quem é conveniado, que eles fazem uma defesa aqui, mas pega no 19.2, que proíbe os conveniados, a educação autônoma, sem poder ter conveniado. Não pode terceirizar! E eles acham que vocês são terceirizados – e não são –, são conveniados, que é diferente. O.k.? Então vamos votar com toda tranquilidade, rejeitar mais essa emenda. E vamos rejeitar tantas quantas precisar, independentemente da vaia de vocês!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para encaminhar a votação da Subemenda nº 02, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, sobre esta subemenda da Ver.ª Jussara Cony, quero dizer que hoje ainda tivemos uma reunião da Central de Sindicalistas do Estado - da qual participo – e eu falei que, depois da Lei de Responsabilidade Fiscal, quem mais sofre com a questão da terceirização são os trabalhadores da iniciativa privada. Nós temos vários setores que, hoje, estão organizados e são os terceirizados: vigilantes, pessoal das refeições, da limpeza, os porteiros, zeladores. Todos esses são terceirizados, são pessoas de setores que foram terceirizados - o próprio Senalba, que abarca todos os trabalhadores em creches, em escolas, no Sistema S; todos os setores que foram terceirizados e estão organizados sindicalmente.

Depois da Lei de Responsabilidade Fiscal, o maior terceirizador que tem nesse País é o Governo. O Governo Federal, o Governo Estadual e o Governo Municipal que fazem a terceirização nas áreas da segurança, limpeza, saneamento, infraestrutura, saúde e educação. Fui prorrogando para falar depois da Ver.ª Jussara Cony porque eu pedi para a minha assessoria fazer um levantamento mais profundo de todas as grandes prefeituras que discutiram o Plano Municipal de Educação. A única prefeitura que aprovou acabar com a terceirização na questão da educação foi a Prefeitura de São Paulo, a única! E deu um prazo de cinco anos para acabar com a terceirização. Então, eu acho que esta Cidade, que é a Capital, a pioneira do Orçamento Participativo, é a pioneira da discussão popular, é a pioneira de vários fóruns, tem de ser a pioneira em acabar com a terceirização, esse mal que vem acabando com o serviço público! Nós não estamos falando do serviço terceirizado que o Ver. Idenir Cecchim vem defender nesta tribuna e com muita propriedade; nós não estamos falando de uma obra que está sendo construída e que precisa contratar o pedreiro para pintar o edifício que se faz em 30 dias, no máximo! Não tem porque contratar. Nós não estamos falando de uma obra que precisa contratar alguém para botar um basalto. Estamos falando de uma pessoa que vive constantemente numa escola servindo merenda! Estamos falando de uma pessoa que vive constantemente dentro de uma escola tratando dos nossos filhos! E o pessoal que presta serviços nas escolas está protegido. O pessoal que presta serviço na pré-escola e nas creches está protegido, porque tem seu sindicato, que é o Senalba, tem o patronal, que é o SECRASO. Então, não é deles que estamos falando. Estamos falando da precarização lá na escola, lá nos trabalhadores da escola, o que vem acontecendo no serviço público. E nenhuma outra Prefeitura teve a coragem de acabar com isso, com exceção da Prefeitura de São Paulo. Pesquisamos, porque estamos discutindo isso agora, no Senado, porque não queremos a terceirização no fim. Queremos legalizar a precarização no trabalho, porque é isso que está acontecendo com a terceirização, e nós não queremos essa precarização no setor público, não queremos essa precarização onde começa a construção do cidadão, que é na escola; lá é que se começa a construir a pessoa. Como é que esse jovem vai ter uma visão de mundo, se ele está vendo a merendeira, se ele está vendo a tiazinha lá na escola sendo explorada, não recebendo direito o seu salário, não tendo direito a uma refeição digna, a um transporte digno? Por isso, Ver.ª Jussara Cony, nós vamos votar a favor da sua proposta, a favor da sua emenda. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Pois não, Ver.ª Jussara.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Eu só preciso deixar claro, aqui, que há um equívoco do Ver. Cecchim: nós não somos contra as conveniadas. As conveniadas trabalharam conosco. Terceirização é outra coisa. Não venham aqui fazer proselitismo sobre uma coisa séria como a que estamos discutindo.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação nominal, solicitada pelo do Ver. João Bosco Vaz, a Subemenda nº 02 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 08 votos SIM e 21 votos NÃO.

Em votação a Subemenda nº 03, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15. (Pausa.) O Ver. Cassio Trogildo está com a palavra para encaminhar a votação da Subemenda nº 03, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

 

O SR. CASSIO TROGILDO: Boa noite, Sr. Presidente Paulo Brum, boa noite Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, encaminho em nome da Bancada do PTB a Subemenda nº 03 à Mensagem Retificativa, que altera a redação da meta 4 do anexo do Projeto de Lei do Executivo que institui o Plano Municipal de Educação. Art. 1º: a meta 4, manter para o público-alvo da educação especial de zero a 21 anos o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, profissionais de apoio, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados. O art. 2º da nossa Subemenda exclui alteração da redação da estratégia 4.11 da meta 4 da Mensagem Retificativa, mantendo-a. A justificativa pela Subemenda encaminhada pelo Ver. Paulo Brum, subscrita pela Bancada do PTB e acordada com o Governo Municipal, Ver. Reginaldo Pujol, é um grande avanço, porque o Plano Nacional estabelece o atendimento de quatro a 17 anos, Ver. Pablo. O Congresso aprovou, Ver. Mario, o atendimento de zero a 18 anos. Mas a Rede, Ver. Paulo Brum, a seu pedido, já atende de zero a 21. E a nossa Subemenda, acordada com o Governo e com a oposição, está, então, estabelecendo o atendimento de zero a 21 em toda a nossa Rede de atendimento – na rede própria e na rede conveniada. Então, faço aqui o encaminhamento de aprovação da Subemenda nº 03 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra para encaminhar a votação da Subemenda nº 03, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

 

O SR. PROF. ALEX FRAGA: Boa noite. Eu gostaria de manifestar o meu apoio à subemenda protocolada pelo Ver. Cassio Trogildo. Como já é de conhecimento de todos, nós, todos os partidos, apresentamos uma limitação quanto à apresentação de emendas. Eu gostaria de agradecer, em especial, porque hoje, pela manhã, recebi dois diretores de escolas municipais que vieram manifestar o seu posicionamento favorável ao Plano Municipal de Educação, de acordo como foi determinado pelo Congresso Municipal de Educação. Conheci os colegas, conversamos um pouco e eu me ofereci para ciceroneá-los e levá-los aos gabinetes dos Vereadores. Infelizmente, não deu tempo de visitar todos os gabinetes. Infelizmente. Mas, nos que visitamos, falamos com a assessoria ou com os próprios Vereadores. Um dos Vereadores que nos recebeu muito bem foi o Ver. Paulo Brum. Quando chegamos ao gabinete do Ver. Brum, ele nos ouviu atentamente e eu critiquei a forma acelerada como este Projeto tramitou aqui na Casa. E fiz um apontamento para o Vereador...

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PROF. ALEX FRAGA: Como estava falando, gostaria de agradecer à sensibilidade do Ver. Paulo Brum e do Ver. Cassio Trogildo pela apresentação da proposta. Esclareci para o Ver. Paulo Brum, justamente por conta dessa questão do pouco tempo que tivemos, que não podemos muitas vezes nos apropriar de certas alterações que foram mandadas para esta Casa. Esclareci para o Vereador que Porto Alegre já oferece o serviço de zero a 21. O Plano Nacional de Educação prevê de zero a 18 a oferta de vagas para Educação Especial, e pela Mensagem Retificativa nós teríamos um retrocesso ainda maior com o encurtamento do prazo, de quatro a 17 anos. Mais uma vez agradeço a atenção do Ver. Paulo Brum, que preside a Mesa, pela sensibilidade, e por ver que essa retificação proposta pela Prefeitura e pela Secretaria Municipal de Educação tiraria ...

 

(Aparte antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)

 

O SR. PROF. ALEX FRAGA: Pois é, me lembra a Ver.ª Sofia Cavedon que até ontem não havia aceitação por parte da base governista. Duas semanas de briga efetiva, mas agradeço a sensibilidade de um Vereador do Governo em propor uma emenda que devolve aos nossos jovens e crianças um direito que lhes é assegurado. Mais adiante, nós teremos a apreciação da emenda proposta, se não me falha a memória, protocolada pela Ver.ª Jussara Cony, que inclui também esse tema. Justamente a mesma estratégia, a mesma redação. Esta construída pela oposição para devolver o direito aos nossos pequenos. Mas agradeço novamente a sensibilidade dos Vereadores que fizeram essa proposta também, porque é um tema doído a todos nós de vermos retrocesso. Finalizo o meu tempo, manifestando o meu pesar, porque muitas das propostas que já fizemos, nas quais fomos derrotados, elas foram derrotadas não pelo mérito, mas, sim, politicamente, por decisão unilateral, e por um pensamento de que não pode ser bom porque veio da oposição. O que é isso, Srs. Vereadores? A proposta é semelhante, em alguns pontos nós temos sintonia, podemos garantir mais direitos às nossas crianças. Como é o caso dessa proposta do Ver. Cassio Trogildo. Então, vamos abrir as nossas mentes e garantir a análise dos pontos que virão, excluindo partidos, situação, oposição. Vamos pensar no mérito, na proposta, por favor, daqui por diante, pensemos no que vamos votar, por favor!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a Subemenda nº 03, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Vou procurar, Sr. Presidente, ser mais breve, porque essa nós conquistamos a volta do que o Congresso Municipal de Educação construiu e mandou a esta Casa no primeiro texto. E o que é? É um avanço importante que a nossa Cidade já teve, já tem e se esforça para ampliar, que é a estimulação precoce dos bebês.

E eu queria batizar esta Emenda de fofura, esta Emenda é fofa, porque está aí o compromisso das nossas amadas professoras e professores, que sem ter política nenhuma para identificar o bebê que nasce com deficiência no hospital. A educação assumiu essa dimensão, a educação do Município assumiu, a educação procurou os hospitais, a educação atende lá nas nossas escolas e muda a vida dessas crianças. Muda! Porque chama os pais, que passam a acreditar nos seus filhos, porque a estimulação precoce trabalha com o papai e com a mamãe que não sabem o que fazer com aquele bebê que nasce com deficiência. Muitas vezes, por sair do hospital com diagnóstico, mas porque no bebê não se vê muita diferença, só vão procurar um médico, um apoio, quando a criança já está grande, quando a criança já perdeu muito tempo para ganhar autonomia e estimulação.

Eu queria dizer que é com muita atenção que se recompõe o item 4.11, que nós vamos universalizar a demanda, atendimento da demanda aos bebês, porque uma Cidade que se preza vai atender todos os bebês, todos os bebês que já saem do hospital com diagnóstico de deficiência, porque isso constrói a autonomia. Esses bebês, essas gurias maravilhosas estão apoiando, e eles estão incluídos lá na creche comunitária, eles estão nas nossas EMEI, eles estão se desenvolvendo nas famílias, porque as famílias estão aprendendo a estimular. Então, é emocionante! E o Líder do Governo está assinando em nome de uma luta, de uma luta; até ontem a SMED não tinha se convencido que não tinha que ficar nos marcos do Plano Nacional, que tinha que respeitar essa construção e fazer história no Brasil! E também, quero falar, gurias, me permitam, da outra ponta, do terceiro ciclo da educação especial, maravilhoso terceiro ciclo, até os 21 anos. Terceiro ciclo maravilhoso, que se dedica a construir a autonomia dos jovens adultos da educação especial, que entrou nesta Casa, onde os estudantes do terceiro ciclo, até os 21 anos, estão aqui fazendo estágio, e as gurias acompanham, vêm aqui e trabalham com o setor. E esses jovens, pela primeira vez, têm salário, Rejane. A família passa a respeitar, passa a enxergar. É possível que eles trabalhem. A Mensagem Retificativa tirava fora o trabalho do Programa de Trabalho Educativo – PTE. Todo o movimento que a educação especial faz para incluir no mundo do trabalho, que me orgulha, que emociona a nossa Bancada do PT e que, desde que a Mensagem Retificativa chegou aqui, nós estamos pautando nas mesas de negociações, brigando e dizendo que não aceitamos retrocesso! Parabéns, meninos e meninas da educação especial! (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para encaminhar a votação da Subemenda nº 03, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, senhores e senhoras que aqui assistem a esta Sessão, eu gostaria de contar uma pequena história. Há 45 anos, conheci uma menina chamada Alice. O nome dessa menina me ficou marcado para mim quando eu era criança, porque eu só via aquela menina quando ela atendia à porta da sua residência. Era naquele momento que víamos a Alice. Isso passou, senhores. Nós vimos várias e várias alices.

Há 25 anos, o PDT – e falo com orgulho do meu partido, que é o partido que tem como bandeira a sigla educação – instituiu em Porto Alegre a educação especial, que é um serviço de qualidade e excelência, garantido pelas resoluções do Conselho Municipal de Educação.

Há alguns anos, o Prefeito Collares abriu uma escola no bairro Cristal e teve que passar por cima da comunidade local, na sua maioria, que não queria aquela escola especial ali; preferia o Corpo de Bombeiros, e não queria ali aquela escola especial, porque aquelas crianças, para eles, deveriam estar - infelizmente ainda tem gente que pensa assim - , como a Alice há 45 anos, trancada dentro de casa e só abrindo porta, sem ser vista pelo resto da comunidade. Não podíamos aqui ter esse retrocesso, já havíamos colocado na reunião que fizemos que não poderíamos ter esse retrocesso, que um governo do PDT – falei no PDT para que tenham realmente essa reação, sim, que tem como bandeira a educação -, tivesse esse retrocesso, não poderíamos, não. Que bom que tivemos esse acordo, esse entendimento, gostaria mais até, mas que bom que tivemos esse entendimento aos 45 minutos do segundo tempo. Esse trabalho é de respeitar, é de mostrar que queremos mais, queremos uma educação com integração, queremos uma educação com respeito ao ser humano. É por isso que nós fizemos uma emenda, que retiramos para que pudéssemos votar a emenda do companheiro Cassio. Saio daqui frustrado, senhores, porque a Lei nº 10.639 e a Lei nº 11.645 continuam na mesma. O desrespeito a essa Lei, que é de 2003, que trata do ensinamento, nas escolas, da cultura negra e da cultura índia continua na mesma, criada por criar. Infelizmente subo aqui para fazer o meu protesto, que mais uma vez, o ensinamento das escolas ficou para trás, ensinamento da cultura e do povo negro ficou para trás. Peço que votem em favor da idade e em favor das crianças especiais, para que não tenhamos mais “alices” e tenhamos, sim, pessoas integradas à nossa sociedade. Obrigado, senhores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Obrigado, Ver. Cleiton. A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para encaminhar a votação da Subemenda nº 03, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu não vou falar em tempo de oposição, mas da Bancada do PCdoB, porque estou cedendo o tempo de oposição ao Ver. Comassetto, em face da importância da temática que estamos discutindo agora. Por que eu digo isso? Porque eu tenho direito, Ver. Nedel, ao tempo de liderança e ao tempo de oposição, podendo ceder a qualquer Vereador da oposição. Não estou discutindo se vamos ou não aprovar, mas o meu direito democrático de vir aqui exatamente porque eu quero fazer um agradecimento.

Nós temos uma emenda, que é de oposição, com vários itens, sendo que um dos itens era exatamente esse. Nós colocamos essa emenda porque, no processo da discussão entre oposição, Governo e base do Governo liderada pelo Ver. Kevin, pelo Ver. Pujol e pelo Ver. Cassio, nós não conseguimos passar esse item, o que seria um retrocesso, porque Porto Alegre já tem. Então eu quero aqui dizer que a nossa emenda vai ser discutida, e esse é um dos itens; mas, agora, uma causa maior se levanta. É isso o que nós reconhecemos, inclusive como oposição.

A Bancada do PTB, através do Ver. Cassio, que participou de todo o processo, também envolvendo os Vereadores Paulo Brum, Elizandro e Casartelli, coloca uma subemenda à Mensagem Retificativa, que está exatamente de acordo – o Ver. Prof. Alex Fraga já levantou essa questão aqui – com a nossa emenda da oposição. Nós queremos agradecer a sensibilidade da bancada, e, através do Ver. Cassio, extensiva às demandas de oposição, de retomar as metas e as diretrizes do Congresso Municipal de Educação. Essa emenda é fundamental, estratégica, até porque Porto Alegre já é assim. Porto Alegre já garante, e eu acho que esse é um dos pontos de excelência do Município de Porto Alegre, garantir, no público-alvo de educação especial de zero a 21 anos, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado. Se esta subemenda não passasse, possivelmente como oposição não passasse, mas com a Bancada do PTB, base de Governo, retoma algo que é muito caro para a cidade de Porto Alegre, principalmente para aqueles que necessitam dessa educação especializada. Parabenizo, principalmente, os educadores e os trabalhadores em educação que atendem a essa educação, porque isso é uma conquista de vocês! Isso é uma conquista da luta de vocês, o atendimento do zero, porque não se nasce depois, se nasce quando se nasce, não se nasce aos quatro, não se nasce aos três, se nasce ao zero, e precisa-se da educação especializada a partir do momento do nascimento, detectada essa necessidade.

Nós vamos aprovar esta subemenda muito contentes e muitos agradecidos enquanto oposição, porque isso estava no plano, é uma conquista dos trabalhadores, lutamos para que saísse na Mensagem Retificativa, não tivemos êxito naquele momento, mas teremos êxito como plenário desta Câmara e temos que ser sensíveis a esses espaços que nos permitem avançar. Então, como PCdoB, estou aqui agradecendo às entidades, como o Simpa, como a ATEMPA, como o Fórum e tantas outras que lutaram também conosco para que esta subemenda pudesse vir na Mensagem Retificativa, e, com certeza, são agradecidas ao Ver. Cassio e à Bancada do PTB. É dessa maneira que se faz política, respeitando os direitos de cidadania. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação da Subemenda nº 03, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, temos ouvido com frequência a reclamação do pouco tempo que dispomos para cuidar desse assunto tão relevante. Sinceramente, não querendo excluir responsabilidade de ninguém, não podemos esquecer que estamos num contexto geral. Existe uma legislação federal que nos impõe que assim procedamos durante esse período, isso não impediu, e a Ver.ª Jussara Cony acaba de se referir a isso, de que, na semana que tivemos de discussão, foram construídas várias composições, em torno de 33 itens foram consensados entre oposição, Governo, com as entidades que participaram da negociação, e, obviamente, representam mais da metade da Mensagem Retificativa. Subi à tribuna agora, porque gosto de fazer justiça às pessoas. Sabidamente, todos estão festejando a aprovação dessa emenda, que acredito que será unânime. E eu quero fazer uma homenagem especial, eu sei que o Vereador-Presidente da Casa no momento cuida muito deste assunto, mas a primeira pessoa que me falou nesse particular, inclusive com uma redação se não igual, muito semelhante à que estamos aprovando, foi a Ver.ª Séfora Mota, que me propôs esse fato. Inclusive me pediu que assinasse a sua emenda, o que não pude fazer na ocasião, porque queria, como Líder do Governo, ocasional, não participar da proposição de nenhuma emenda que não fosse consenso geral de todos os companheiros. E como já o Ver. Cassio estava providenciando nesse fato, nós ficamos para votar, provavelmente, como faremos igualmente com a totalidade da Casa, mas não queria deixar passar este momento sem fazer justiça à Ver.ª Séfora, que foi uma batalhadora desta Casa. Vossa Excelência merece ser homenageada, Vereadora, porque, efetivamente, contribuiu – e muito – para que chegássemos nessa condição. Muito obrigado a todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação da Subemenda nº 03, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

 

O SR. ENGº COMASSETTO: Obrigado, Sr. Presidente, quero agradecer aqui à Ver.ª Jussara Cony e iniciar aqui cumprimentando o Ver. Cassio Trogildo. Ao cumprimentá-lo, cumprimento todos os que participaram da construção dessas propostas. E quero dizer que entendo que a aprovação desta emenda significa a postura que deveríamos ter tido desde o início aqui neste debate, porque as emendas que foram rejeitadas até agora têm a mesma origem desta emenda que estamos aqui debatendo e com a tendência de aprovar agora. E as emendas que ainda faltam debater e discutir também têm a mesma origem, que foi do debate com a Cidade, e o mesmo caminho que veio a esta Casa, que foi do Governo Municipal. Eu creio que está se rompendo um pouco da esquizofrenia que tivemos no debate até então, porque muitos dos temas que foram debatidos aqui foram debates esquizofrênicos, não se levou em consideração a essência da educação. Eu digo isso porque ainda temos um conjunto de emendas destacadas. E quero lembrar que em Porto Alegre, Ver. Cecchim, assim como nas demais cidades brasileiras, pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009, todas as crianças de quatro anos a mais idade, a partir de 2016, têm que estar nas escolas e na educação infantil. E, neste momento, Porto Alegre constrói 35 escolas da educação infantil com recursos do Governo Federal. Só não avança essa velocidade por uma carência e falta de gestão na execução das obras do Município de Porto Alegre. Esta Emenda também retrata um pouco aquele debate que fizemos das 14h30min às 19h, que afirma que o Plano Municipal de Educação de Porto Alegre assume uma postura inclusiva, porque ela diz que todas as crianças, ao nascer, constatado que possui algum tipo de necessidade, alguma deficiência, têm direito à educação especial, para poderem ser incluídas na sociedade porto-alegrense, na sociedade gaúcha e na sociedade brasileira. É verdade que esta emenda avança mais que o Plano Nacional. E é isto que temos que fazer, temos que fazer nos Municípios, fazer aquele potencial... Até porque a nossa célula no Município é bem menor do que na União. Eu gostaria de estar debatendo e aprovando essa emenda, inclusive, um pouco mais ampliada: que não fossem só as crianças da educação especial que pudessem ser incluídas a partir do nascimento, mas a totalidade das crianças de Porto Alegre, que elas pudessem ter educação do zero aos 21 anos em turno integral. Acho que é nisso que nós temos que persistir. Quando se discute diretriz, isso vale para dez anos. Então, a nossa responsabilidade aqui, neste momento, não é para o ano que vem, é até 2025. Será que sonhar, apresentar metas, não é isso que nos faz caminhar, Ver.ª Séfora? Não é isso que nos faz persistir nos sonhos e conquistas?

Eu sugiro aos demais colegas Vereadores da oposição que, nas outras emendas destacadas e assinadas por nós, nós retirássemos o nosso nome para que sejam assumidas por um colega da base, para que possamos aprovar tudo de uma única vez e incluir tudo o que precisamos incluir no Plano. Quero dizer que nós, da oposição, somos parceiros para construir políticas públicas que resultem numa sociedade justa e inclusiva. Meus parabéns por essa construção. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Séfora Gomes Mota está com a palavra para encaminhar a votação da Subemenda nº 03, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

 

A SRA. SÉFORA GOMES MOTA: Vou ser rápida desta vez, não vou extravasar demais, vou ser bem tranquila, para as pessoas saberem que eu também sei ser doce. Essa emenda foi construída e pensada em conjunto. Nós não podemos retroceder principalmente na questão da educação, que é tão fundamental. O atendimento, a estimulação precoce e o trabalho com essas famílias é algo fundamental. Então, quanto antes as crianças com deficiência entrarem nas instituições, melhor vai ser o desenvolvimento dentro da capacidade e das limitações de cada uma e trabalhar a inclusão, que é aquilo pelo que a gente luta tanto. Nós queremos diversidade dentro de todas as escolas, mantendo o respeito. Então, não vamos retroceder. Se já estamos atendendo de zero aos 18, por que não ampliar um pouquinho também, de zero a 21? E eu digo mais: há especificidades em cada deficiência, e, referentemente à inclusão, a gente não consegue mensurar como vai ser a vida dessa criança depois da escola. Então é muito importante que ela permaneça na escola, porque é um tempo em que ela vai estar recebendo a educação, o trabalho continuado, e isso é fundamental na vida dessas pessoas. É uma emenda que foi pensada por todos nós e acatada, porque, sim, nós não vamos retroceder. Nós vamos sempre avançar. E é isto: garantir a inclusão, garantir a diversidade e o respeito às diferenças. Eu vou ser breve porque mais importante que o discurso é a ação. Vamos votar e aprovar!

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para encaminhar a votação da Subemenda 03, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Ver. Paulo Brum, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste, entendo que realmente essa emenda é um avanço na questão de 21 anos. Eu sempre debati que há algumas questões que nós podemos tratar de forma cronológica. Há determinadas deficiências que dizem respeito ao dever do Estado! Dever do Estado! E muitas vezes nós nos deparamos com isto: recebemos os pais, e eles dizem: “Olha, fez 18 anos, e, agora, o que faço com meu filho?” Normalmente, a mãe abandona o emprego para cuidar daquele filho, que não pode ir numa escola, porque há a questão da idade cronológica, mas a idade mental dele é 4, 5, 3 anos. Se a mãe não largar o emprego e essa criança ficar sozinha, ela é muitas vezes vitimizada, é vítima de abuso sexual, vítima de bullying – os colegas brincam com ela, mexem com ela. Então, na realidade, é um avanço. E o ancoradouro dessa discussão é o Plano Nacional, que deve ser pensado de uma forma mais séria, porque eu entendo que o Governo, o Poder Público, têm o dever e a obrigação de zelar por essas crianças para todo o sempre. Então, tratar crianças com idade cronológica, crianças que, muitas vezes, pelo resto da vida, terão idade mental de dois, três anos e não terão condições de serem abordadas. Então, faço esse registro, mas de qualquer maneira é um avanço. Parabéns. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Obrigado, Ver. Professor Garcia.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Cassio Trogildo, a Subemenda nº 03 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 28 votos SIM. Prejudica o item 4.11 da Emenda nº 05.

Em votação a Subemenda nº 04, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15. (Pausa.) O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para encaminhar a votação da Subemenda nº 04, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Caros colegas, esta subemenda que nós apresentamos busca retirar 14 retiradas da mensagem retificativa do Governo Municipal, dos mais diversos temas. Eu vou elencar apenas alguns, Ver.ª Lourdes, para demonstrar como, algumas vezes, discussões açodadas nos fazem, Ver. Bernardino, passar por cima de assuntos talvez até mais simples e importantes que nós possamos imaginar. Um dos itens, por exemplo, que nós queremos retomar do que foi fruto da discussão... E por isso é tão importante fazer os debates sem preconceito no coração, tentando escutar, porque, de repente, sobre algum assunto, as outras pessoas têm alguma coisa para nos mostrar. Uma das emendas que o Governo Fortunati/Melo derrubou defendia a estratégia de que, ao longo dos próximos dez anos, as escolas do Município tivessem Internet banda larga – daqui a dez anos, quando, provavelmente, já teremos diversas outras tecnologias. E derruba, também, uma proposta de que, em dez anos, nós tivéssemos um computador por aluno. Olhem a tristeza que uma proposta dessas nos traz, o quanto aquela cidade... E eu já ouvi o Prefeito Fortunati falar várias vezes da Cidade inovadora, da Cidade criativa, e retira a meta de colocarmos Internet banda larga nas escolas de Porto Alegre – a cidade que já teve e maior infovia, Prof. Alex, do Brasil, construída pela Procempa. Eu não sei se aqui tem é alguma preocupação com a Procempa, pelo que ela já passou nos últimos anos, alguns escândalos; mas acho que não, não quero entrar nisso.

Pergunto para a base do Governo, de forma amistosa, aqui, não é nenhuma acusação: por que retirar Internet com banda larga? Eu acho que é um governo que não tem mais capacidade de inovar. E é uma pena. Quem perde são as crianças do nosso Município. Retira a meta de as escolas terem, em dez anos, laboratórios de aprendizagem. Laboratórios de aprendizagem! Foi isso que o Governo Municipal retirou da construção das conferências. Eu não sei qual é o mal, qual é a divergência. Tira também a possibilidade de atendimento psicopedagógico nas escolas do Município. Retira. É por que não é importante o apoio psicopedagógico? A questão da saúde mental. Temos divergências talvez na forma de lidar com o tema, mas a própria questão do uso abusivo de substâncias; e tantos outros temas: violência familiar, dificuldades de aprendizado – não é importante termos? É por isso que o nosso Município vem retrocedendo, ano após ano, no ranking nacional da educação. Porque nós estamos perdendo a capacidade de sonhar, de ousar. Isso não é de esquerda. Isso não tem nada a ver com religião. Isso tem a ver com projeto de cidade que nós queremos na economia, no mundo como ele é hoje, capitalista. Não estou fazendo nenhum debate ideológico. Será que não é necessário colocar banda larga para realmente fazer a inclusão social daquelas crianças da periferia? Só pode ter banda larga no Moinhos de Vento? Só pode ter banda larga para quem pode pagar? É nesses momentos que o debate realmente fica claro que, sim, é político, e tem a ver com o projeto de cidade que nós queremos: uma cidade que anda para frente ou uma cidade – como estamos tendo agora - que anda para trás e está ficando para trás na história e no Brasil. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação nominal, solicitada pela Ver.ª Mônica Leal, a Subemenda nº 04 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 07 votos SIM e 18 votos NÃO.

Em votação a Subemenda nº 05, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15. (Pausa.) Alerto que, se aprovada a Subemenda nº 05, ficam prejudicados os itens 4.11, 16.3 e 16.7 da Subemenda nº 05 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para encaminhar a votação da Subemenda nº 05, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

 

O SR. MARCELO SGARBOSSA: Eu precisarei detalhar aqui para que fique registrado, porque a Subemenda nº 05 à Mensagem Retificativa trata de pontos muito importantes. E, ao mesmo tempo, consta ali uma falha – o 17.7 não existe, na verdade é o 16.7, e o 16.13 na verdade é o 16.3. Faço isso para ficar o registro, torcendo para que seja aprovada e, na redação final, possa ser feita a devida adequação.

Eu fico impressionado e acredito que os Vereadores da base do Governo se sentem inclusive constrangidos, porque o que chegou na Câmara foi fruto de uma ampla discussão feita durante muito tempo na comunidade escolar. Chega na Câmara e logo após chega esta Mensagem Retificativa desconstruindo, retirando todo esse acúmulo de um processo coletivo. Então, vejam, Vereadores da base, chega um projeto construído coletivamente, e em seguida um que muda tudo, destruindo toda uma construção coletiva. Fica difícil para os Vereadores da base efetivamente defenderem o próprio Governo.

Mas os temas aqui, o 4.52, que foi excluído da Mensagem Retificativa, tratava justamente de garantir, nos termos de convênio nas escolas e instituições conveniadas com as redes públicas de educação infantil, um processo de apoio aos profissionais que tratam da inclusão. Primeiro ponto, 4.52. E o 4.53 garantia justamente uma formação mínima, com cursos de capacitação para esse pessoal de apoio, o que o Governo também decidiu retirar. O item da estratégia 15.13 trata da possibilidade de o professor, naquela carga anual da sua formação, 20% dela poder optar por cursos na sua área de formação. Parece-me extremamente democrático. Vejam, 20%, o próprio professor poder optar pelo curso que vai fazer na sua área de formação. O Governo decide retirar também isso. O 16.3 citava tanto aqui que os professores têm que se capacitar de forma permanente e contínua. Pois bem, o 16.3 garante a dispensa efetiva dos profissionais da educação na apresentação e participação dos trabalhos em congressos, seminários e simpósios na sua área de atuação e desenvolvidos na escola, bem como a publicação desses nos anais nas respectivas mantenedoras. Ou seja, o Governo também não está de acordo com a formação dos professores garantindo a sua dispensa, quando vão a cursos de formação, seminários, simpósios na sua área de atuação – quero fazer uma ressalva para que não fique nenhuma fala de que os professores estão indo passear. O item 16.7 trata de ampliar e consolidar, sob coordenação da SMED e da Ceduc-RS, ATEMPA e Simpa, e demais entidades de classes, portais eletrônicos para subsidiar a atuação dos profissionais da Educação Básica. Resumindo, havendo possibilidade, garantir e ampliar a possibilidade de subsídios, informações, enfim, totalmente atualizados com o mundo atual. A informação está disponível nesses portais eletrônicos. Também rejeitada. E por fim, a 19.26: criar programas de apoio e formação aos conselheiros e conselheiras de acompanhamento e Controle Social do Fundeb, dos conselhos de alimentação escolar, conselhos regionais, enfim, fortalecer e capacitar as pessoas para o Controle Social. Também o Governo decide retirar. Eu, algumas falas atrás, fico impressionado, estamos aqui tratando de um Plano que fixa metas para daqui a dez anos; as estratégias, muitas delas, eu diria, não vi nenhuma que fixa um prazo específico. Portanto, teriam pelo menos dez anos para serem implementadas, e mesmo assim falta ousadia e determinação da Secretaria e dos gestores municipais em se comprometer com metas que terão dez anos, Ver.ª Jussara Cony, para serem cumpridas. Não sei se a atual gestão pensa que daqui a dez anos ainda estarão. Mesmo que estivessem, seria um longo período. Mas eles não estarão mais, como muitos afirmam. Portanto, poderiam comprometer as futuras gestões, e no mínimo ter ousadia para garantir recursos e permitir uma qualificação específica para os professores que tanto defendem, não é só no discurso, mas na prática, não concretiza. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Obrigado, Vereador. A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para encaminhar a votação da Subemenda nº 05, destacada, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15, como autora.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, eu não sou a autora da emenda, esta é uma emenda da oposição. Os autores da emenda são: o PSOL, o PT e o PCdoB. Como Líder da oposição, então, estou encaminhando exatamente para mostrar mais uma vez, por um lado, a unidade da oposição e, por outro lado, a identidade com a Emenda nº 03 do Ver. Cassio, no primeiro item, eu já me referi, quando defendi a emenda do PTB e agradeci à bancada, a identidade com o item 4.11, que é exatamente o primeiro item dessas emendas que nós colocamos no sentido de... Porque foram excluídas da Mensagem Retificativa as alterações propostas no projeto originário do Congresso e de toda essa luta.

Todas as estratégias citadas foram aprovadas no Congresso Municipal, e nós vamos vir a esta tribuna, seja como oposição, como Líderes das Bancadas, no sentido de sempre tentar resgatar, resgatar através de emendas e, da mesma forma com a qual nós parabenizamos e agradecemos à Bancada do PTB. Nós gostaríamos que não só a Bancada do PTB, mas a situação como um todo nos ajudasse, neste momento, a resgatar esses itens que são fundamentais, porque eles todos se referem a atividades para inclusão de alunos especiais, e sob o ponto de vista de recursos financeiros para as conveniadas, da formação profissional da Rede e da diversidade da Rede, sob o ponto de vista político da diversidade. Por exemplo, a estratégia 4.11, a 4.52 é em relação a recursos financeiros para as conveniadas. A 4.53 são profissionais de apoio para auxílio individualizado, que é estratégico, é fundamental para as atividades especiais. A 15.3 é a valorização e formação dos profissionais de educação e planos estratégicos para essa área. A 16.3, que está errado aqui, mas é 16.3, formação dos trabalhadores sob o ponto de vista científico, participação em seminários, e isso é importante, porque isso também é formação profissional.

A 19.26 são programas de apoio e formação para os conselheiros do Fundeb, e isso é fundamental para que essa formação para os conselheiros, sob a óptica da diversidade e de forma intersetorial. Então, são emendas importantes que se somam à emenda aprovada trazida aqui pela Bancada do PTB, e que nós agradecemos, inclusive, porque também, todas elas, foram fruto do trabalho da oposição e das entidades. Eu sempre gosto de resgatar o Fórum, o Simpa e a Atempa das entidades que trabalharam conosco na elaboração. Essas emendas complementam toda essa necessidade e a importância do ensino relativo, do ensino sob o ponto de vista da inclusão, e é por isso que defendemos como oposição; foi uma emenda construída depois do processo de tentativa de fazer com que se retomasse o plano e se retomassem essas emendas na Mensagem Retificativa. Não conseguimos, estamos apelando aos Vereadores da situação para que, ao contribuírem com seus votos para essas emendas, estão contribuindo mais ainda com a emenda do PTB, que nós apoiamos e resgatamos e, inclusive, agradecemos por ter sido aprovada nesta tarde aqui. É isso.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Cassio Trogildo, a Subemenda nº 05 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 07 votos SIM e 18 votos NÃO.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, há um acordo entre as Lideranças da Casa para que se vote em bloco as Subemendas nº 06, nº 07 e nº 08 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Há um acordo entre situação e oposição no sentido de que possamos votar em bloco as três últimas subemendas.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol. (Pausa.) O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol .

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, até agora, ninguém teve pressa para nada, ficamos a tarde inteira fazendo discurso. A Subemenda nº 07, que, pelo menos para mim, chegou agora, quando eu estava procurando, tem, exatamente, 24 artigos. Eu acho que pode ser o que for, Ver.ª Sofia, subemenda, etc. Três emendas foram votadas agora, aqui, que alguns Vereadores não conseguiram votar porque não conseguiram se achar, porque enfileiraram um monte de emendas aqui, algumas até justas.

O Ver. Cleiton foi um que votou em uma emenda, fez um discurso aqui defendendo a questão dos negros e indígenas e estava lá no meio. Não tiveram pressa até agora! Agora, começaram os afogadilhos e as pressas? Então eu acho que, pelo menos a Subemenda nº 07, que tem exatamente 24 artigos, não tem como ser votada em bloco. Pressa por quê? Até agora, não houve pressa, discutimos e debatemos tudo.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Cassio Trogildo está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. CASSIO TROGILDO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos acompanha, subo a esta tribuna para defender o Requerimento, acordado aqui entre situação e oposição. Gostaria que o Ver. Clàudio Janta pudesse nos acompanhar, porque, na verdade, o que ele fala, quanto à Subemenda nº 07, é sobre um conjunto de itens que, ao longo do final da semana passada e do início desta semana, foram tratados e acordados, entre a base do Governo, a oposição e as entidades que participaram da negociação. Então, na verdade, pode chamar atenção do Ver. Clàudio Janta que são vinte e tantos itens, mas são vinte e tantos itens que foram acordados, exaustivamente trabalhados e se chegou a uma redação conjugada, que atende ao conjunto das entidades do Congresso, da base e da oposição. Por isso quero encaminhar, para que possamos, sim, aprovar o requerimento e votar conjuntamente as Subemendas nº 06, nº 07 e nº 08. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Em votação o bloco composto pelas Subemendas nº 06, nº 07 e nº 08, destacadas, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15. (Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do bloco composto pelas Subemendas nº 06, nº 07 e nº 08, destacadas, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15 .

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Ninguém está cansado e nem atropelando, se alguém atropelou o processo democrático, foi uma Mensagem Retificativa que tirou importantes construções da categoria. Nós demos acordo de forma consciente e estamos acompanhando. Falo em nome da minha bancada, que desde que o plano chegou aqui, acompanhamos toda a construção nas conferências – Ver. Sgarbossa, Ver. Kopittke e Ver. Comassetto, representados por mim e discutindo comigo, porque cada um tem um tema a que se dedica um pouco mais, mas todos unidos. Nós sabemos cada um dos itens que votamos aqui. Sabíamos que eram muito importante essas três Subemendas, que têm acordo para aprovar. E são Emendas muito importantes; as 24 construções, reconstruções que nós fizemos, que não é tudo exatamente como veio do Congresso, mas é tudo muito importante, que fizemos em muitas reuniões, com a presença da ATEMPA, do Simpa, do Conselho e das entidades conveniadas que aqui estão bravamente esperando até agora, como cada um e cada uma dos nossos professores e professoras. Por isso nós estamos aglutinando, porque tem um acordo coletivo de aprovação, porque foram construídas. Nas 24 emendas têm questões muito importantes que estamos recuperando e que indicam que a educação avança e não retrocede. Destaco só que nós estamos constituindo - recuperando uma com uma redação um pouco diferente - uma constituinte escolar para a Rede Municipal de Ensino, que é a última emenda, para retomar todos os nossos conceitos, a qualidade da educação, desdobrar a gestão democrática e todos os sistemas que são muito caros - a Rede é muito zelosa do que construiu até agora. E a Subemenda nº 06, que eu redigi, que nós apresentamos, o meu Líder, o Ver. Sgarbossa assinou, porque nós só podíamos apresentar duas emendas por bancada, é uma construção também com o conjunto das entidades, reconhecendo, como nós reconhecemos, que essa Rede é estratégica, é importante, foi formada a partir da luta da comunidade, porque não há ainda atendimento de Educação Infantil que cubra as demandas. Isso vem desde quando a Educação Infantil não era nem educação, era atendimento na área da saúde e da assistência. Ela também reconhece o esforço do conjunto das entidades em fazer o atendimento que contribui para o turno integral nas suas entidades, através dos vários programas, do Sase, do Cidade Escola, dos programas do Mais Educação, garantindo que lá na escola é cem por cento público, que é com professor qualificado e com carga horária suficiente, porque a integralização de turno está com muitas dificuldades na Rede Municipal de Ensino, é preciso avançar, e isso está contemplado nas três emendas.

Nós queremos dizer que sabemos que isso aqui é a política do bode na sala: entrou, agora nós tiramos, principalmente as 24 reconstruções que estão na grande Subemenda nº 07. Só que foi necessário e importante e é uma reconstrução que a nossa Rede e todos os que participaram do Congresso de Educação, que não foi só a nossa Rede. Como é uma das últimas questões mais especificas relacionadas à Mensagem Retificativa, vou dizer que a nossa Rede, inclusive, no ano passado, se dependesse da Secretaria, o Congresso tinha sido feito em dois finais de semana, no fim do ano, perto do fim do ano letivo. A nossa Rede, o Simpa e a ATEMPA realizaram a plenária da Educação, vieram para cá, reconstruíram o calendário, reabriram a possibilidade de participação no mês de março, de encaminhamento de emendas, as escolas discutiram, encaminharam documentos completos, levaram muito a sério a elaboração de um plano para dez anos.

E nós queremos que esse plano seja de fato honrado, seja um plano que marque a história de Porto Alegre, porque nós passamos os últimos dez anos sem plano, apesar de em 2004 ter vindo um plano para esta Casa, elaborado pela Conferência Municipal de Educação, engavetado nos governos que se seguiram. Agora sim, agora nós teremos um plano municipal. Tínhamos muito mais contribuições. As duas últimas emendas que foram rejeitadas, infelizmente, eram emendas importantes, elas recuperavam construções importantes. Mas a luta continua e todo tempo, na Constituinte, que a rede municipal vai fazer e nós vamos aprovar agora, nós vamos retomar a construção rica que essa rede faz, protagonista de uma educação que ensina o Brasil e tem muito que ensinar ainda.

 

(Não revisado pela oradora.)

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para encaminhar a votação do bloco composto pelas Subemendas de nº 06, nº 07 e nº 08, destacadas, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Neste momento eu quero resgatar mais uma vez a unidade dos três partidos de oposição na garantia de, como já dissemos, não ocorrer nenhum direito a menos, e, como dizem as mulheres, muitos direitos a mais. Muitos direitos a mais se manifestando no resultado do Congresso da Educação. Os direitos a menos vieram na Retificativa do Governo, que estamos retomando algumas questões. Nós estabelecemos alguns passos. Os primeiros foram os três partidos de oposição num diálogo entre nós e as entidades, passamos para um segundo passo. Nesse primeiro, construímos a decisão política de retomar as decisões do Congresso; no segundo passo, dialogamos com o Governo; e no terceiro passo, foi isso que nós conseguimos. Foi um grande esforço para chegar a essa Mensagem Retificativa, que é uma das três questões que vamos decidir agora. Consideramos que, no processo da luta da oposição e da articulação política, foi uma vitória: nós retomamos 24; mais uma, que é essa que o Cassio apresentou; e eu espero que sejam 26 com a emenda de autoria da Bancada do PCdoB, sobre a Constituinte. E nós botamos essa Subemenda nº 08, e vamos votar tudo junto pela nossa Bancada, porque a avaliação da gestão é importante. É isso o que uma Constituinte nos permite à luz do plano elaborado pelo congresso, é uma Constituinte da Rede Municipal de Ensino. A educação trabalha em constante avaliação das suas práticas, a sociedade é dinâmica, há avanço na ciência e na tecnologia, há mudanças na sociedade. Então, uma Constituinte escolar da Rede Municipal de Ensino já está prevista, inclusive, em dispositivos legais. Nós estamos apresentando a subemenda porque ela caiu do plano, e, mesmo com os dispositivos legais, não estamos tendo a garantia, já que, em Porto Alegre, essa Constituinte escolar não tem sido regular, e ela é muito importante exatamente pelo dinamismo da sociedade e para que aqueles que são os educadores, os pais, a sociedade possam ter uma participação nos rumos da educação.

Duas questões que eu quero ainda deixar aqui. Uma, reafirmar o significado de uma Casa Legislativa: aqui tem pluralidade política, representação de toda a sociedade, onde os três partidos de oposição cumprem o seu papel e cumpriram muito bem. Cumpriram muito bem o seu papel – o PT, o PSOL e o PCdoB – de garantir as suas demandas e intervir no sentido de respeito à soberania do congresso, em diálogo permanente com as entidades representativas. A soberania do congresso se deu porque ele foi amplamente chamado. Repito: só não participou quem não quis ou quem não tem interesse na busca de uma educação democrática e inclusiva. Isso se dá com a educação pública talvez porque muitos não precisem da escola pública, mas aqueles que precisam, aqueles que trabalham na escola pública, os trabalhadores em educação, os funcionários das escolas, esses precisam de uma Constituinte. Esses estiveram aqui e são a garantia para nós, da oposição, que conseguimos reverter esse processo no diálogo com o Governo.

Nós cumprimos esse nosso papel. Nós estamos, portanto, ao votar essas três subemendas juntas e, de uma forma especial, a Mensagem Retificativa, mostrando como deve ser o papel da oposição nas articulações com a situação em momentos decisivos. Mantendo a nossa palavra votando positivamente nessas três subemendas, até porque a nossa palavra é respaldada pelas articulações iniciadas pela oposição, a nossa palavra é respaldada no envolvimento que tivemos com as entidades que tiveram um papel destacado e decisivo para o processo de retomada dos 24, 25, 26 itens que nós vamos votar agora, oriundos do congresso. Essas subemendas são frutos de muito trabalho, muitas reuniões e muito diálogo, Ver. Janta, por isso que nós estamos votando juntas.

Então, como oposição, fizemos a nossa parte. Quero agradecer às colegas Sofia e Fernanda todo trabalho realizado junto aos nossos assessores, às bancadas dos nossos partidos, às entidades e a todos que participaram do congresso, que nos deram respaldo político para, neste momento, chegarmos a essa votação. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do bloco composto pelas Subemendas nº 06, nº 07 e nº 08, destacadas, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, acho que o encaminhamento conjunto dessas três subemendas nos permite enfatizar uma circunstância que me parece digna de ser devidamente enfatizada. Eu quero que todos atentem para a seguinte circunstância, Ver.ª Séfora: nós estamos aprovando uma subemenda que a Ver.ª Sofia Cavedon subscreve; a Subemenda nº 07, subscrita por este Vereador, construída a várias mãos. E, como cada bancada tinha um número reduzido de possibilidade de propor subemendas, como Líder do Governo, ocasionalmente, subscrevi a proposta. E tanto eu quanto a Ver.ª Jussara Cony – que é Líder das oposições, que trabalhou fortemente nessa matéria – poderíamos ser signatários. Qualquer um daqueles nossos companheiros da oposição e da base do Governo que discutiram este projeto poderiam ser o signatário da proposta, até porque grande parte da proposta foi escrita a quatro mãos por uma assessora da Ver.ª Jussara Cony – honro minhas homenagens à Fabiani e ao Ramiro, em nome do Governo. Então, prova maior de superação de divergência política no interesse público dificilmente poderá acontecer, porque, neste momento, 35 itens estão sendo absolutamente consensualizados e decididos em favor do interesse público. E, finalmente, a terceira das subemendas tem assinatura da Líder das oposições, e nós, do Governo, estamos aqui decidindo claramente que vamos apoiar essa medida, queremos até que ela seja aprovada por unanimidade, porque não é o fato de a Líder da oposição ter subscrito que a transformará indigna do nosso apoio e indigna do nosso voto. Respeitosamente, inclusive, nós queremos que seja aprovada por unanimidade a proposta de subemenda da Ver.ª Jussara Cony – uma homenagem que nós fizemos ao seu trabalho de oposicionista competente, dura, pesada, crítica quando necessário e que sabe sentar conciliar, conversar e trabalhar pelo interesse público.

Então, Ver. Nereu, o que eu quero nessa minha transitória passagem pela Liderança do Governo, que, infelizmente está se esgotando, porque o Ver. Kevin está retornando, é assinalar esses pontos positivos. Não há radicalismo que possa superar a boa vontade, o entendimento, a inteligência e a boa convivência. Parabéns a todos os que partilharam desse bom momento e que vai resultar, espero eu, na aprovação unânime dessas três proposições.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol.

O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do bloco composto pelas Subemendas nº 06, nº 07 e nº 08, destacadas, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15, como autor.

 

O SR. ENGº COMASSETTO: Obrigado, Sr. Presidente. Quero iniciar esta fala cumprimentando o Ver. Reginaldo Pujol, que assinou uma das emendas. E a justificativa que o Ver. Reginaldo Pujol apresenta é que as alterações propostas são fruto de tratativas que os partidos de oposição – PCdoB, PT e PSOL – realizaram em conjunto com as entidades representativas, sendo elas o Simpa, a ATEMPA, o Fórum das Entidades, com lideranças de Governo e a Secretaria Municipal da Educação, com o intuito de recuperar, no possível, o mais próximo do texto original da proposta apresentada. Cumprimentei V. Exa., Ver. Reginaldo Pujol, por ter assinado esta emenda e reconhecer este trabalho.

Quero destacar o papel das nossas três meninas da oposição – Jussara, Fernanda e Sofia, que nos representaram neste debate – e dizer da importância destas emendas que estavam sendo perdidas.

Chamo a atenção principalmente das entidades aqui presentes para o primeiro ponto: definir ação para atender 100% das matrículas na faixa etária de 4 a 6 anos, considerando a data de corte até o ano de 2016, garantindo a qualidade da educação das infâncias, a serem criadas e mantidas preferencialmente pela Rede Municipal e Conveniada em tempo integral e numa concepção de Educação Integral conforme a legislação vigente. Hoje, são 40 escolas de Educação Infantil da Prefeitura Municipal e 219 Escolas de Educação Infantil Conveniadas.

Além disso, a Subemenda nº 06 diz o seguinte: “Qualificar a infraestrutura e a gestão de pessoas para consolidação de oferta de turno integral nas escolas públicas, com financiamento 100% público, recurso humano com formação específica, com carga horária de trabalho compatível; bem como aprimorar convênios com o Governo Federal e entidades conveniadas da sociedade civil que contribuem com a Educação Integral no Município de Porto Alegre”. Aqui estamos falando de aprimorar o convênio com o Governo Federal, o Mais Educação. Aqui nós estamos falando de um projeto de lei que aprovamos nesta Casa autorizando o Município a contratar US$ 80 milhões para qualificar o ensino de educação. Aqui nós estamos falando que, com a aprovação deste Plano, esse recurso dos US$ 80 milhões – isso vezes três são R$ 240 milhões –, que isso tem que ser debatido, discutido com quem? Com vocês que aqui estão, com as escolas conveniadas e com a rede de educação infantil da cidade de Porto Alegre. Isso tudo estava sendo perdido da proposta original para o que nós estamos aprovando aqui. Portanto esse diálogo na construção de uma proposta, de um projeto que reconhece o entendimento e a qualidade... Pena que não foi em todo o processo. Volto a registrar aqui que nós perdemos muitas emendas e diretrizes que eram e são importantes para a cidade de Porto Alegre por conta não sabemos bem do quê – não sabemos bem do quê. Por quê? Porque está democratizando, porque está dando transparência, porque está trazendo a participação da sociedade.

Eu quero registrar para as entidades principalmente que nós recebemos em nossos gabinetes, os 36, diariamente, famílias que vêm aqui dizer: “Nós temos uma escola conveniada e temos que pagar parcela da matrícula e não temos condições. E, não tendo condições, as nossas crianças ficam fora da escola”.

Para concluir, com essas emendas apresentadas e aprovadas aqui está garantido que o recurso tem que ser 100% público e que, em 2016, todas as crianças de quatro anos ou mais terão o direito e a obrigação de estar na rede pública de educação infantil. Um grande abraço e muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação do bloco das Subemendas nº 06, nº 07 e nº 08, destacadas, à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Na verdade eu quero ser bem breve. Acho que algumas coisas precisam ser resgatadas, e os termos falam muito sobre a luta que as entidades fizeram nesses últimos dias, e a Emenda nº 07 – que foi, sim, construída com a ATEMPA, Simpa e outras entidades que participaram deste processo, como o Conselho e o Fórum das Entidades –, na verdade, ela resgata temas do congresso. Eu acho muito importante fazer o registro do que significa essa emenda como parte da luta política de uma categoria que luta por todos os temas. Quero fazer esse registro para os professores e professoras que estão presentes na tarde e noite de hoje, conosco aqui, que conquistaram a realização de um congresso democrático, que depois foi atacado por uma Mensagem Retificativa que mexeu em muitos aspectos deste congresso democrático, e que esteve na iminência de ter a gestão democrática das escolas atacada. Então o conjunto das 24 retificações da Emenda nº 07 é o resgate, em muitos pontos, do texto original do congresso e daquelas construções que garantem que não entrará mérito na eleição de diretor das escolas, nem desempenho, o que seria uma forma clara de romper a democracia da rede e enfraquecer a luta da categoria, porque nenhum de nós nasceu ontem. Existe uma rede que é construída nos pilares da democracia e da participação, que protagonizou uma greve muito forte no Município de Porto Alegre. Nós sabemos que essa greve teve construção de outros setores dos municipários, sem dúvida nenhuma, nossos colegas da assistência social que fazem um trabalho lá na ponta, nossos colegas da saúde, nossos colegas do DEMHAB e DMLU. E nós sabemos que a rede teve uma participação decisiva, e atuar sobre a gestão da rede certamente era uma forma de tentar enfraquecer uma categoria que conquistou muito com a sua mobilização. Eu considero esta emenda uma conquista, um retorno aos parâmetros do congresso e, ao mesmo tempo, uma resposta à luta organizada da rede municipal. Portanto estamos encaminhando, obviamente, favorável às outras emendas, Emenda nº 06 e Emenda nº 08, mas estamos fazendo o registro da questão dos termos que foram utilizados neste processo, e que me parecem muito importantes serem resgatados. Se eu pudesse definir o símbolo dessa emenda, eu diria que a Emenda nº 07 é uma conquista da luta dos trabalhadores. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação nominal, solicitada pelos Vereadores Cassio Trogildo e Elizandro Sabino, o bloco composto pelas Subemendas nº 06, nº 07 e nº 08 à Mensagem Retificativa ao PLE nº 014/15. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 27 votos SIM.

Em votação a Emenda nº 03, destacada, ao PLE nº 014/15. (Pausa.) A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 03, destacada, ao PLE nº 014/15.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Então, nós entramos no debate de gênero neste momento. (Palmas.) E nós, muito atentos, embora a rapidez das discussões no Parlamento Municipal, já pegamos a redação da Emenda da Ver.ª Mônica Leal, que tira do Plano Municipal de Educação toda a parte voltada à formação continuada dos profissionais de educação na esfera municipal, estruturando políticas, calendários e ações articuladas no sistema colaborativo entre os entes federados visando, no currículo do Ensino Básico, o estudo de gênero, diversidade e orientação sexual. Eu quero aproveitar este momento para falar a respeito de três temas fundamentais, que eu ouvi na tarde de hoje, e que precisam ser combatidos veementemente. O primeiro deles é que a escola estaria orientando sexualmente os alunos. Nada mais mentiroso, porque à escola cabe garantir o combate à intolerância, a orientação sexual no sentido de garantia de direitos, ajudando no debate a respeitar e garantir todas as formas de sexualidade. Mas eu preciso dizer no Português chulo, porque ouvi argumentos absurdos de que a escola vai ensinar a ser gay, alguém a ser lésbica, alguém a ser travesti ou transexual. A escola não vai ensinar, a escola não poder ensinar, porque a sexualidade é nossa. Nós escolhemos a nossa sexualidade, cada um de nós. A escola tem que ensinar a respeitar, tem que falar que todas as formas de sexualidade precisam ser respeitadas e garantidas. A escola precisa garantir direitos! A escola precisa ensinar a respeitar! A escola precisa, sim, meter a colher, quando, por exemplo, existem casos de homofobia dentro dela. Porque, quando existe uma opressão, não tomar posição é manter na invisibilidade milhares, milhões de brasileiros, quando na existem políticas públicas de garantia, Sr. Presidente, Ver. Paulinho Brum; o que segue é a intolerância contra a população, que é assinada um por dia. No dia de hoje, em que estamos discutindo, um LGBT foi assassinado no Brasil em razão de sua orientação sexual por gente que odeia, que não aceita, que não respeita os outros, que não sabe que a homossexualidade existe há milhares de anos, que não sabe que na Grécia antiga, fonte da igreja moderna, lá atrás foi colocado, foi construído socialmente que o sexo entre homens e mulheres era só para reprodução, e o sexo, por prazer, era entre homens. Não sabe história, precisa aprender história, Grécia antiga, para vocês verem como existem homossexuais, queiram vocês ou não. Intolerantes existem há milhares de anos. Homossexualidade existe, inclusive, em espécies animais, porque é algo extremamente normal e, ao mesmo tempo, eu quero combater também um conceito que nós ouvimos muito aqui: ideologia de gênero. Não existe ideologia de gênero, existe identidade de gênero; aliás, a única ideologia de gênero que eu conheço, Ver. Prof. Alex Fraga, a única ideologia de gênero que eu conheço é a deles, que não aceita, não aceita os transexuais. Porque esse é o debate de fundo, não se enganem, estes que dizem que querem salvar a família não respeitam todas as famílias. Para ser família tem que ter amor! Tem que ter amor e ponto final! Não aceitam! Esse é o problema. E vocês sabem o trágico da história? Que o biológico foi usado ao longo dos anos, muito tempo, muito tempo, para justificar as opressões de um gênero sobre o outro, de uma classe sobre a outra. Quando fizeram a escravização de mais de 500 milhões de negros e negras, o argumento é que os negros não tinham alma e que podiam ser escravizados, porque eram menos que os brancos, e nós passamos por cima de gente intolerante como vocês, que gritam para eu ir para não sei aonde. Eu vou para aonde eu quiser! E me visto como eu quiser! E me visto como eu quiser! E defendo o que eu quiser!

Então, as mães pela diversidade estão aqui? Renata, quero te cumprimentar, assim como muitas pessoas da fé cristã que estão aqui, jovens do movimento Juntos!...

Então, eu concluo, Presidente, o senhor sabe que eu respeito muito o tempo aqui na Câmara, dizendo que não façamos falsas ideologias. A única ideologia em jogo aqui é a ideologia fundamentalista que quer rever o nosso avanço histórico contra o pensamento retrógrado de vocês.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Obrigado, Vereadora. O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 03, destacada, ao PLE nº 014/15.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Vamos voltar aqui para um tema mais quente, já que todos os demais pontos não despertaram interesse, o que é uma pena, já que todos os outros retrocessos que a Administração Municipal promoveu não despertaram interesse aqui da Bancada do Governo nem das pessoas que estão aqui, o que é uma pena, vamos voltar ao tema, então, que, para vocês, parece que é o único de interesse. A qualidade do ensino não interessa, a garantia de infraestrutura não interessa. Acho que querem que se volte para a caverna para ensinar apenas um livro, de preferência um determinado livro.

Mas eu quero deixar mais claro o debate para quem nos assiste pela TV, que nós estamos falando da possibilidade de os professores fazerem a sua formação profissional nas mais diversas áreas, incluindo aqui a questão do preconceito racial, incluindo aqui a questão do machismo, incluindo aqui as questões de diversidade de todas as ordens. É isto que está escrito no papel, para os professores fazerem a sua formação. Então eu não consigo entender a coerência daqueles que exigem o direito de ensinar, da forma como quiserem, não deixarem com que os professores, pessoas maiores, façam o curso que quiserem, que convenham a sua concepção maior ideológica. É disso que estamos falando aqui, é simplesmente desse assunto. E esse assunto é importante, sim, porque o país do mundo que tem o maior número de mulheres mortas em relações afetivas não é nenhum país islâmico como a TV sempre mostra; é o Brasil. O país que tem o maior número de negros mortos do mundo não é nenhum país da África, é o Brasil. O país que tem o maior número de gays assassinados todos os dias é o Brasil, é disso que estamos falando.

E o senhor, Ver. Nedel? Aliás, eu acho muito estranho que senhores de oitenta anos, lá, os arcebispos, que dizem que nunca fizeram sexo na vida, queiram dizer para a humanidade como é que tem que ser a sua vida sexual! Aliás, os mesmos que diziam que o HIV e a Aids eram o câncer gay e atrasaram as pesquisas contra a Aids por mais de 15 anos. São esses mesmos aqui que defendem que as pessoas não podem usar preservativo, são esses mesmos aqui que defendem que as mulheres não podem tomar pílula, é disso que a gente está falando e é isso que está sendo defendido aqui. Infelizmente, como muito bem disse uma colega, nós estamos no século XXI, mas alguns querem uma educação não do século XIX, que avançou muito com o Iluminismo, mas lá dos tempos em que a Igreja mandou no mundo. Mas nós não vamos permitir esse retrocesso, vamos lutar sempre pelo direito à diversidade e pelo reconhecimento de todas as diferenças. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 21h54min.)

 

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